A creatina é um famoso composto de aminoácidos, fonte de energia para as células musculares, melhorando a força e o tônus muscular. E, por isso, é bastante consumida em forma de suplemento não apenas por quem pratica exercícios físicos regularmente, como também por idosos, em busca de uma melhor qualidade de vida. Mas crianças e adolescentes também podem consumir?
De acordo com a pediatra Rosana Tumas, do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o uso da creatina entre crianças e adolescentes ainda é controverso. "Faltam estudos que apoiem a segurança da suplementação de creatina nessa faixa etária. Muitas pesquisas têm sido feitas para determinar os efeitos benéficos da suplementação de creatina em situações clínicas, como o tratamento de doenças neuromusculares, miopatias e defeitos genéticos que cursam com sua deficiência. Porém, ainda não há nada estabelecido nos protocolos de tratamento para a inclusão da suplementação de creatina nesses pacientes", explicou.
As evidências apontam, porém, que em adolescentes que praticam esportes de alto rendimento — a nível competitivo —, a suplementação da creatina traz benefícios, disse a pediatra. "Isso se explica pela alta demanda do tecido muscular por energia nesses atletas. Mesmo assim, ainda faltam dados que analisem os marcadores clínicos de saúde nesses adolescentes que usam a suplementação de creatina", ponderou.
Portanto, segundo a m��dica, pais, treinadores e adolescentes devem buscar sempre orientação médica antes de considerarem o uso da substância. "Ainda existe muita desinformação em relação ao uso da creatina. Isso significa que os consumidores devem sempre procurar aconselhamento especializado. Além disso, a suplementação de creatina deve ser apenas considerada para uso por atletas mais jovens que estejam envolvidos em atividades competitivas de alto nível, com treinamento supervisionado e desde que estejam consumindo uma dieta equilibrada e adequada às suas necessidades nutricionais", finalizou.