Se ainda não aconteceu, se prepare para quando essa hora chegar: em algum momento, seu filho vai começar a fazer perguntas relacionadas a sexo e sexualidade. Aquelas dúvidas mais abstratas como 'De onde vem os bebês?' aos poucos começam a ficar cada vez mais específicas e complexas. Com a chegada da pré-adolescência, é natural que surjam também questionamentos sobre métodos contraceptivos, como DIU, pílula, camisinha...
Se até os 8 anos seu filho ainda não questionou sobre o que é um preservativo, depois disso provavelmente você não vai escapar. Ele já deve estar navegando na internet e vai bombardear você com perguntas. E a forma de responder, claro, vai depender da idade da criança e da sua capacidade de entendimento.
A recomendação é responder no limite daquilo que seu filho está pronto para ouvir. E sempre seja sincero, objetivo e direto. Para isso você pode contar com a ajuda de vídeos, livros, filmes... "A naturalidade na hora de lidar com o assunto é fundamental para dar confiança aos pequenos", defende a pediatra Patrícia Tosta, do Fleury Medicina e Saúde.
Afinal, como explicar o que é uma camisinha?
Não existe uma única resposta que funcione (e que satisfaça) todas as crianças. Na dúvida, se restrinja a explicar e descrever as características de um preservativo. Você pode dizer que camisinhas são balões longos e finos de borracha, que as pessoas colocam sobre o pênis ou dentro do canal vaginal quando vão namorar e ter relações sexuais.
A ONG Interrelate, que atua em projetos de educação sexual em parceria com o governo australiano, traz em um manual um exemplo de como dar essa explicação de forma didática e objetiva. "A camisinha é feita de uma borracha especial chamada látex e é colocada sobre o pênis durante as relações sexuais. Ela ajuda a evitar a gravidez e a prevenir doenças transmitidas durante o sexo", diz o guia.
Na maioria dos casos, não é preciso ir além dessa explicação — a não ser que a criança faça mais perguntas, é claro. Se isso acontecer, esteja aberto e preparado para responder as outras dúvidas, sempre com didatismo e objetividade. “Às vezes os pais falam o mínimo e têm a percepção de que cumpriram sua missão”, explica o educador sexual Marcos Ribeiro, autor de livros infantis como Sexo Não é Bicho-Papão! (Editora Zit). Não adianta dar uma explicação rápida e achar que isso já é suficiente. “As conversas devem acontecer no dia a dia e desde muito cedo.”