Por Juliana Duarte


(Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer
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Nem antes, nem depois. Pontualidade é a palavra de ordem para um nascimento seguro e saudável: entre 37 e 42 semanas de gestação, mas, preferencialmente, de 39 a 40 semanas e seis dias, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Se dar à luz precocemente é prejudicial ao seu filho, esperar demais por um parto espontâneo também é perigoso. É o que mostra uma pesquisa recente da Universidade de Tel Aviv (Israel). Após acompanhar 23,5 mil grávidas e seus filhos, durante cinco anos, os cientistas notaram mais complicações nos bebês que vieram ao mundo depois de 42 semanas.

A probabilidade de ocorrerem infecções e problemas respiratórios simplesmente dobrou em comparação com o grupo que nasceu antes de completar 41 semanas. Um dos problemas mais temidos, nesse caso, é o envelhecimento da placenta, capaz de afetar o fluxo de oxigênio e nutrientes, da mãe para a criança. Outro é a presença de mecônio (excremento do bebê) espesso, que pode ser aspirado. “Adiar não é uma das melhores escolhas. Consideramos, portanto, a indução uma boa alternativa”, recomenda Liran Hiersch, coautor do estudo.

Por outro lado, forçar a barra para acelerar o parto também traz consequências. Por um erro de cálculo, o bebê pode nascer prematuro, ou seja, antes de 37 semanas.O resultado? “Ele ficará suscetível a problemas respiratórios e infecções, pois seu organismo ainda não estará completamente maduro (isso costuma ocorrer por volta da 38ª semana)”, alerta a obstetra Paula Carturan, professora da Universidade Metropolitana de Santos (SP). Para se ter uma ideia, a prematuridade está relacionada a 17,4% das mortes de crianças com menos de 5 anos, segundo um estudo publicado no periódico britânico The Lancet.

Antecipar o nascimento só é viável (e recomendado) se o obstetra detectar quadros severos de hipertensão, diabetes, deslocamento de placenta ou infecções. Malformações genéticas e traumas ocasionados por acidentes também pedem, às vezes, indução. A pré-eclâmpsia – combinação de pressão alta, inchaço e proteína na urina – afeta 5% das mães e é uma das principais causas de mudanças no cronograma. Claro que não é regra, pois cada decisão levará em conta a idade gestacional e a gravidade.

Quando os especialistas não conseguem controlar a situação, a conduta mais adequada é realizar o parto pela via mais rápida e fácil, seja ela pélvica ou cesariana.

No entanto, durante o pré-natal, é importante que a grávida fique atenta às explicações médicas e questione as decisões sempre que julgar importante. Se a pressão estiver estabilizada com medicamentos, por exemplo, ela deve perguntar se é realmente necessário intervir. “Geralmente, não é. Hipertensas controladas, assim como diabéticas, conseguem ter parto normal e sem intercorrências”, exemplifica o ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

Sem agendamento


Ser participativa é essencial para evitar cesáreas eletivas (agendadas sem necessidade) – o procedimento é realizado em 84% dos nascimentos na rede privada, sendo que o índice recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de apenas 15%. Muitas vezes, essas cirurgias são marcadas por pura comodidade, tanto do médico quanto da mãe, já que garantem a internação na maternidade e permitem organizar a agenda. Assim, geralmente, não é preciso lidar com a ansiedade de aguardar o trabalho de parto nem com a angústia da espera por uma vaga na maternidade, quando esse setor do hospital está cheio. Mas, se você interpreta tudo isso como vantagem, é bom mudar seu pensamento. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a cesariana não deve ser a primeira escolha. Ela é capaz de aumentar em até 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios no recém-nascido, além de aumentar o risco de complicações maternas.

"Optei por respeitar o tempo do meu bebê.Ele nasceu com pouco mais de 41 semanas, o que exigiu uma atenção maior. Fiz todos os exames recomendados para avaliar a quantidade de líquido amniótico e tive um acompanhamento bem próximo, o que me deixou mais segura para aguardar. O parto foi natural e em casa, acompanhado por um obstetra."
Nicole Gomes, empresária, 28

O parto cirúrgico, porém, nem sempre é o vilão. Ele é um recurso valioso para salvar vidas em circunstâncias críticas, como placenta prévia total, complicação que obstrui a via de nascimento; prolapso do cordão umbilical, quando ele é expulso antes da criança; e posicionamento transversal do bebê.

Mas, afinal, como respeitar o tempo do seu filho e, ao mesmo tempo, evitar que o parto atrase? “Médico e gestante devem assumir as decisões em conjunto, cientes de seus riscos e benefícios”, opina Zlotnik. Ele explica que os exames de imagem, como o ultrassom, costumam ser bons indicativos do bem-estar do bebê até 41 semanas de gestação. Depois disso, ele acredita ser mais eficiente avaliar os movimentos fetais.

Minucioso e delicado, esse trabalho deve ser feito diariamente pela mãe, desde que ela seja orientada pelo médico. Como funciona? Basta analisar o comportamento do bebê durante uma hora – recomenda-se fazer o procedimento após as refeições, uma vez que ele se mexe mais nesses períodos. “Para melhorar a percepção, o local precisa ser calmo e a grávida deve se deitar com a barriga para a esquerda – posição que estimula a participação da criança”, recomenda o obstetra Arlindo Brun Jr., professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

A situação é considerada normal quando a futura mãe contabiliza seis movimentos ou mais a cada avaliação. Menos de quatro mexidas por hora já merecem uma investigação. Nesse caso, o melhor a fazer é comunicar o obstetra imediatamente. Errar no julgamento e esperar demais, muitas vezes, resulta em problemas sérios.O mecônio, por exemplo, quando aspirado, pode grudar na traqueia e dificultar a respiração da criança e até levá-la à morte, exigindo a realização de uma cesárea.

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