Comportamento
 

Por Crescer online


Como uma substância tóxica legalizada — e até incentivada pela sociedade, em vários sentidos — o álcool é uma presença constante na vida de muitas pessoas. Várias vezes, em excesso. Diferente do que acontece com outras drogas, quando alguém diz que parou de beber ou recusa uma taça, é comum que os outros fiquem surpresos e questionem o motivo, em vez de apenas aceitar. Para Kellie Scott, uma mãe australiana, não era diferente. Em um depoimento publicado no site ABC, ela contou como ter filhos impactou sua relação com a bebida.

Kellie: a relação com o álcool mudou depois da chegada do filho — Foto: Reprodução/ ABC
Kellie: a relação com o álcool mudou depois da chegada do filho — Foto: Reprodução/ ABC

“O consumo excessivo de álcool apareceu durante a maior parte da minha vida adulta”, relatou. “Isso se agravou enquanto morava em uma cidade do interior na costa sul, onde o melhor lugar para se aquecer era o pub”, acrescentou.

Na Austrália, assim como em vários outros países, isso era normal e esperado, segundo ela. A frequência e a quantidade de consumo, até então, não pareciam preocupantes. “Certamente havia pessoas que bebiam muito mais do que eu, e suponho que algumas bebiam menos (embora eu não as conhecesse)”, afirmou.

Kellie contou que era normal ter noites animadas, petiscando e bebendo, até 2h da manhã, quando ela tinha cerca de 30 anos. Era bem frequente que ela ultrapassasse a quantidade de quatro doses, usada para definir o consumo excessivo de álcool, segundo as Diretrizes Australianas de Álcool. “Afinal, isso é apenas meia garrafa de vinho”, comparou.

Beber sem responsabilidade causa problemas, admite. No entanto, é culturalmente aceito na Austrália. “Acho que, por isso, diminuir a quantidade foi tão difícil para mim”, afirmou.

Até que Kellie engravidou.

Nesse ponto, tudo mudou radicalmente. Pelo menos por um período, já que não é recomendado que mulheres grávidas consumam bebidas alcoólicas. Nessa fase da vida, o ideal é não beber nenhuma dose, já que, entre outros problemas, a substância pode causar Síndrome Alcoólica Fetal, capaz de ocasionar diversos danos ao bebê.

“Dizer adeus a longos almoços embriagados não foi tão difícil quanto eu esperava. Ter um novo foco diminuiu a importância do álcool para mim”, ressaltou. “Em vez de ler cardápios de coquetéis, eu passei a ler sobre as coisas novas que o bebê crescendo dentro de mim estava fazendo naquela semana”, disse.

O bebê e a barriga crescendo tornavam mais fácil que as pessoas ao redor aceitassem que ela não estava bebendo. Mas será que o estilo de vida dela continuaria assim, depois que o filho estivesse do lado de fora? “Eu não tinha certeza!”, confessou.

“Eu brincava várias vezes sobre ter uma margarita esperando por mim após o parto”, admitiu. Mas, na verdade, quando o filho de Kellie, de fato, nasceu, seu desejo por bebidas alcoólicas despencou. “Na realidade, dar à luz um bebê não me deixou com muita sede de tequila. A amamentação e a pesada responsabilidade de cuidar de um pequeno ser humano também foram obstáculos bem-vindos para retomar minha carreira de alcoólatra”, apontou.

Conforme o pequeno foi crescendo, contudo, a mãe teve algumas oportunidades de sair e até de tomar alguns drinques. “Mas ficou claro que quando eu tomava alguns drinques eu me sentia muito ansiosa. E não era a ansiedade no dia seguinte. Era imediata! O coração acelerava e eu tinha pensamentos intrusivos”, revelou.

“Como mãe de primeira viagem, sinto bastante ansiedade quando estou sóbria. Imagine, então, colocar lenha na fogueira com bebida”, contou.

Kellie disse que sentia muita culpa, mas ressaltou que era diferente da famosa culpa materna, que vem quando passamos algum tempo longe dos filhos e das responsabilidades como mãe. “Em vez disso, eu apenas me sentia culpada por saber que realmente não queria isso, mas estava fazendo de qualquer maneira”, relatou.

A cultura do “mummy wine” ou “vinho da mamãe” tornava tudo mais difícil para ela. Era um hábito cultural e aceito — e estava por todas as partes. Quantos memes sobre “a mamãe merece uma taça” você vê, ao rolar seu feed em qualquer redes social?

Kellie discute que entende e acha até louvável desafiar aquela aparência esperada de “boa mãe”, “sagrada”, que “não erra” e “não bebe”. No entanto, para ela, as mulheres precisam também de outras formas de apoio para lidar com as dificuldades que vêm com a criação dos filhos.

Embora ela tenha refletido muito sobre tudo isso e mudado sua relação com a bebida, ela confessou que ainda se recompensa com álcool. “Depois de colocar meu filho para dormir, me servir uma taça de vinho costuma ser a primeira coisa que faço. Raramente recuso uma bebida enquanto como fora e há ocasiões especiais em que pretendo tomar mais de uma ou duas”, admitiu. “Estou longe de ser um modelo de sobriedade. Mas esta não é uma história sobre abandonar completamente o álcool. Trata-se de finalmente encontrar uma maneira de beber com moderação e estar bem com isso”, explicou.

“Sei que cada dose que consumimos pode causar danos , mas também sei que seguir as diretrizes nacionais para o consumo de álcool, bem como ter um ou dois dias sem álcool por semana, pode fazer a diferença para minha saúde”, destacou. “Tornar-me mãe me trouxe até aqui, e sou grata por isso”, finalizou.

E você? Como é a sua relação com o álcool?

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