Os produtos químicos encontrados nos plásticos de uso diário podem ser a causa de um aumento no número de nascimentos prematuros nos Estados Unidos, sugeriu um novo estudo. Conhecidos como ftalatos, esses compostos encontrados em garrafas plásticas, recipientes e cosméticos podem atuar como desreguladores hormonais, afetando a placenta durante a gravidez.
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Um estudo publicado na Lancet Planetary Health sugeriu que estes produtos químicos podem estar por trás do aumento de nascimentos prematuros, de acordo com dados recolhidos do programa Influências Ambientais nos Resultados de Saúde Infantil (ECHO), do Instituto Nacional de Saúde. O estudo descobriu que quase 57 mil nascimentos prematuros nos Estados Unidos foram registrado em 2018, potencialmente devido aos produtos químicos conhecidos como ftalatos. Isto foi descoberto através da análise de dados que incluem idade gestacional ao nascer, peso ao nascer, comprimento e peso ao nascer para a idade gestacional, do programa entre 1998 e 2022.
Anteriormente, sugeriu-se que esses ftalatos atuavam como desreguladores hormonais que afetam a placenta. Os ftalatos são frequentemente adicionados a uma variedade de produtos de consumo por uma série de razões, desde fazer com que as fragrâncias durem mais e tornar o plástico mais durável e mais difícil de quebrar. Eles são encontrados em muitos produtos domésticos, incluindo pisos de vinil, móveis e cortinas de chuveiro, produtos resistentes à chuva e manchas, roupas e sapatos. Já os cosméticos com as substâncias incluem xampu, sabonete, spray para cabelo e esmalte para unhas.
Leonardo Trasande, diretor de pediatria ambiental da NYU Langone Health, disse, em um comunicado: “Os ftalatos também podem contribuir para a inflamação que pode perturbar ainda mais a placenta e desencadear as etapas do trabalho de parto prematuro. Estudos mostram que a maior associação com trabalho de parto prematuro se deve a um ftalato encontrado em embalagens de alimentos chamado di(2-etilhexil) ftalato, ou DEHP. No nosso novo estudo, descobrimos que o DEHP e três produtos químicos semelhantes podem ser responsáveis por 5% a 10% de todos os nascimentos prematuros em 2018. Esta pode ser uma das razões pelas quais os nascimentos prematuros estão aumentando.”
Outros estudos encontraram uma ligação entre os ftalatos e outras doenças de saúde, como obesidade infantil, problemas cardiovasculares e câncer. No entanto, nem todos os especialistas em saúde concordam com o resultado do estudo e alguns apontaram para as suas falhas. O Conselho Americano de Química, que representa a indústria de plásticos, respondeu às afirmações feitas no estudo. “Este estudo não mostra consequências adversas. Estabelecer associação não significa estabelecer uma relação causal”, disse o conselho, de acordo com o USA Today. “Estudos como esses foram criticados por falta de qualidade científica, credibilidade e confiabilidade”, completou.
Dicas para minimizar a exposição destes poluentes ambientais
- Prefira embalagens e recipientes de vidro ou porcelana. Opte por plásticos livres de BPA e ftalatos
- Reduza o consumo de bebidas e alimentos guardados em latas ou plásticos – inclusive água
- Não aqueça nem leve ao micro-ondas alimentos e bebidas em recipientes plásticos
- Prefira as embalagens plásticas com o código de reciclagem (o número que está dentro do símbolo da reciclagem) 1, 2, 4 ou 5
- Prefira alimentos frescos e orgânicos. Lave bem as cascas com água corrente e utilizando esponja. Reduza o consumo dos itens industrializados e embalados em plástico
- Prefira cosméticos neutros e sem fragrância, e opte por produtos com poucos ingredientes na sua composição. Escolha esmaltes hipoalergênicos
- Grávidas devem evitar uso excessivo de produtos de limpeza e cosméticos
