Gravidez
 

Por Vanessa Lima


A maquiadora Jey Abrantes já tinha um filho quando começou a namorar com o barbeiro Douglas Oliveira. Ele sonhava em ser pai cedo - e de uma menina - mas não conseguiu convencer a mulher, que não queria engravidar novamente. Ela decidiu colocar um DIU para prevenir uma nova gestação. Procurou um médico, fez todos os exames necessários, inclusive o de gravidez, que voltou negativo, e implantou o dispositivo, para a frustração de Douglas. “Eu fiquei com muita raiva quando ela foi colocar o DIU, mas fui lá em com ela”, diz ele, em entrevista à CRESCER.

Laura, que hoje tem 3 anos, com o DIU na mão, logo depois de nascer — Foto: Reprodução/ Instagram
Laura, que hoje tem 3 anos, com o DIU na mão, logo depois de nascer — Foto: Reprodução/ Instagram

Apesar da discordância, estava tudo certo. Até que, alguns dias depois, Jey começou a passar mal, a ficar fraca e desmaiar. Passou pela cabeça do companheiro que ela pudesse estar grávida. “Um dia, ela queria comer frango. Eu a levei para comer e ela começou a chorar. Eu falei: ‘Amor, você está grávida’”, lembra o barbeiro, rindo. Ele também disse que estava sonhando com frequência com uma menininha.

Jey, no entanto, achava aquilo impossível. Ela acreditava que os desmaios, a fraqueza e o atraso menstrual poderiam ser efeitos colaterais da colocação do DIU ou que, no máximo, o dispositivo tinha saído do lugar. Como os desmaios não paravam, o casal foi em busca de ajuda médica. A maquiadora fez uma série de exames, incluindo o beta hCG, exame de sangue que detecta o hormônio da gravidez. O médico, porém, não viu nada e atribuiu os sintomas e o mal estar de Jey à ansiedade e prescreveu medicação ansiolítica. “Mas eu sabia que não era ansiedade”, afirma a mãe.

A mãe e o pai felizes, depois de receber Laura, em meio a tantos desafios — Foto: Arquivo pessoal/ Jey Abrantes
A mãe e o pai felizes, depois de receber Laura, em meio a tantos desafios — Foto: Arquivo pessoal/ Jey Abrantes

No dia seguinte, os desmaios e o mal estar não cessaram e ela resolveu voltar ao hospital. “Decidi pegar os exames que eu tinha feito no dia anterior e levar. Quando peguei para olhar o beta, estava positivo. Eu estava grávida”, lembra ela. Foi um susto! “Ela ficou doida, porque não queria. Ficou desesperada , e eu, feliz”, diz Douglas.

Jey foi parar em vários hospitais, porque diferentes médicos queriam entender o que tinha acontecido com ela. “Os médicos falaram que era um dos casos mais raros que já tinham visto”, explica ela. “Quando o médico implantou o DIU, eu já estava grávida, diferente de quem engravida usando DIU. E, ainda assim, não teve rompimento do saco gestacional, não teve aborto, nada. Foi um milagre!”, conta.

Da maneira como tudo aconteceu, Jey percebeu que havia um propósito e, claro, aceitou a gravidez. “Foi muito rápido aceitar, a gente cria muito amor", afirma. "Enfrentei muitas dificuldades na gestação, mas não pelo companheirismo do Douglas. Ele me apoiou todo o tempo, era o sonho dele mesmo. Para mim, ele é um pai perfeito”, elogia. Como o marido previu em sonhos, Jey esperava uma menina. Laura estava a caminho para completar a família.

A família completa, com a caçula — Foto: Arquivo pessoal/ Jey Abrantes
A família completa, com a caçula — Foto: Arquivo pessoal/ Jey Abrantes

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Os desafios foram muitos mesmo. Aos três meses de gravidez, Jey teve de fazer uma cirurgia de cerclagem [cirurgia que costura o colo do útero, para tentar evitar aborto espontâneo ou parto prematuro], porque o colo do útero estava fino. Aos sete meses, teve uma infecção urinária. No oitavo mês, foi internada com muita dor e fez a retirada da cerclagem para descobrir que estava em trabalho de parto há três dias. “Quando os médicos abriram, disseram que não sabiam como eu e Laura estávamos vivas, porque meu útero estava praticamente rompido na cicatriz. Só tinha uma última camadinha de pele, que era o que estava segurando tudo”, relata a mãe. E o DIU estava lá dentro, junto de Laura. “Quando o médico tirou a Laura com o DIU, todo mundo queria tirar foto com ela, até os enfermeiros”, lembra o pai.

Depois de tanta surpresa e de tantas fotos, um "detalhe": os médicos "esqueceram" de mostrar Laura para a mãe, que só pode conhecê-la no dia seguinte. "Ela não veio para mim, os médicos esqueceram de mostrá-la e entregá-la para mim", conta Jey. "Eu não conheci a Laura no mesmo dia, porque o parto foi no final do dia e, depois das quatro horas de recuperação da cesárea, fui direto para o quarto e já não tinha mais como ir visitá-la na UTI. Fui no outro dia, cedo, andando, com o útero rompido. Demorou muito e eu fiquei bem abalada emocionalmente, porque eu queria muito ver o rostinho dela", desabafa.

Como Laura nasceu prematura, precisou ficar oito dias na UTI. Segundo o pai, ela precisava de ajuda para respirar e também teve de tratar icterícia. “Foi uma correria muito grande”, explica ele. Mas, depois, se recuperou e se desenvolveu muito bem. “Hoje, ninguém diz que ela é prematura, está fazendo 3 anos. Foi meu sonho realizado”, completa Douglas. “Foi assim que essa bonequinha nasceu”, diz a mãe. “Era de risco, surpreendeu, foi um milagre. E hoje ela está aqui, fazendo a nossa alegria”, finaliza.

Assista ao vídeo abaixo (se não conseguir visualizar, clique aqui):

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