Por que precisa fazer várias vezes o teste de HIV durante a gravidez?

O exame de HIV faz parte da rotina do pré-natal e deve ser repetido pelo menos duas vezes durante a gestação. Veja o que está por trás dessa recomendação

Por Crescer Online


Quase todas as infecções por HIV em crianças com menos de 12 anos acontecem de mãe para filho: o vírus é transmitido na gravidez, na hora do parto ou durante a amamentação. A boa notícia é que atualmente já existem vários protocolos para evitar que isso aconteça. Um deles é fazer (e repetir) o teste rápido ou a sorologia anti-HIV durante a gestação.

— Foto: Getty Images

O Ministério da Saúde recomenda fazer o teste pelo menos duas vezes no pré-natal: um logo na primeira consulta e outro no terceiro trimestre. Esse é o mínimo recomendado. Porém, se for possível, o ideal é que a mulher faça a testagem três vezes, uma a cada trimestre. Vale lembrar que o exame deve ser repetido mesmo que todos os outros anteriores tenham dado negativo.

"O fato de uma mulher ter o exame inicial negativo não exclui o risco de que ela possa ter um outro exame positivo mais para frente. Ela pode se infectar na gestação e levar até 3 meses para positivar", diz Sonia Maria de Faria, chefe do Serviço de Infectologia Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão, referência na Grande Florianópolis (SC) no atendimento de crianças e adolescentes expostos ao HIV.

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Em outras palavras, não é porque a mulher não tinha o vírus HIV no começo gravidez que ela vai continuar assim até a hora do parto. Ela está sujeita a se infectar no meio do caminho, seja por uma relação sexual desprotegida, por um ferimento com uma lâmina contaminada... "Por isso é tão importante fazer sexo seguro, com preservativo, mesmo durante a gestação e a amamentação", completa a especialista.

São cuidados simples, mas que podem fazer toda a diferença. Tanto é que o número de crianças HIV positivo, nascidas de mães infectadas, diminuiu consideravelmente nas últimas décadas. "No começo da epidemia, a taxa de transmissão vertical era de mais ou menos 25%. Ou seja, um em cada quatro bebês de mães soropositivas se contaminava. Hoje, menos de 1% das crianças se contaminam, quando a mulher segue todas as medidas recomendadas na gestação", explica a infectologista Denise Peluso, do Ambulatório de Pediatria do Instituto de Infectologia Emilio Ribas (SP).

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