Como os seios se transformam na gravidez

As mudanças no peito podem ser percebidas bem antes do crescimento da barriga. Veja também por que o tipo de mamilo não interfere na amamentação

Por Crescer


O tipo de mamilo não interfere na amamentação (Foto: Jamie Grill/Getty Imagem) — Foto: Crescer

Quando você pegou o resultado do exame mostrando que estava grávida, certamente a primeira coisa que olhou e acariciou foi sua barriga, certo? Afinal, é ali que seu filho está se desenvolvendo. Mas, certamente, essa parte do seu corpo vai dividir um pouco a atenção com outra: os seios. Desde o início da gestação, muitas mulheres percebem diferenças no peito.

Mamas doloridas, crescendo em ritmo veloz, podem ser também um dos primeiros sinais de que um bebê está a caminho, pois, quando o óvulo é fecundado, toda a estrutura mamária se prepara para poder produzir leite. Os tecidos ficam mais espessos; os canalículos internos, mais permeáveis; e a pele do local onde o leite será produzido amadurece.

Aí, vira aquela corrida. No início, temos dois peitões e quase nenhuma barriga. Algo mais para aquelas americanas das propagandas do que para nossa idílica visão de mãe. “Tanto o útero quanto os seios crescem muito durante toda a gravidez. O que acontece é que o útero está bem protegido dentro da pelve, e esse crescimento demora para ser notado. As mamas estão mais expostas”, afirma a pediatra Nina de Almeida (SP).

De repente, enfim a barriga se instala e ultrapassa o peito. Daí, junto com a preocupação que todos os pais têm de saber se o bebê está crescendo ou se desenvolvendo bem, surgem nas mulheres dúvidas como: “Será que vou ter leite suficiente para amamentar? Meu bico facilita a ‘pega’?”. E é nessa hora que a gente percebe como essas duas aréolas ganham notoriedade na gravidez. Se na infância, a gente mal percebe elas ali e na fase adulta viram objeto de sedução, na gestação ganham outro significado: ser fonte de alimento para nossos filhos.

Quando os seios se transformam em mamas

Quanto mais o bebê suga, mais ele estimula a produção dos hormônios da amamentação (Foto: Oleksiy Maksymenko/Getty Images) — Foto: Crescer

É só o bebê nascer para que os seios se lancem desenfreados na produção de leite. Nesse momento, os hormônios prolactina e ocitocina entram em jogo, estimulando a glândula hipófise, no cérebro. “A prolactina prepara o peito para produzir o leite, e a ocitocina comanda a ejeção do que já se formou dentro da glândula. Quanto mais o bebê suga, mais ele estimula a produção desses dois hormônios”, diz o obstetra e ginecologista André Marquez Cunha (SP). É quando os seios passam a ser uma forte conexão entre você e seu filho. E também o recurso mágico que faz o bebê parar de chorar a qualquer momento e obter o aconchego de que precisa nas horas difíceis.

Porém, embora esse vínculo seja importante e o leite materno, o melhor alimento para seu filho, muitas mães não conseguem amamentar. Um dos motivos que alegam é a dificuldade da pega em função do tipo de bico (veja ao lado), o que é um mito. “É importante desmistificar a ideia de que existe um mamilo certo. Afinal, o recém-nascido não conhece nenhum deles”, diz a enfermeira obstetra Márcia Regina da Silva, especialista em aleitamento materno, de São Paulo (SP).

Sem contar que, segundo o pediatra Luciano Borges Santiago, membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cerca de 90% das mulheres possuem o mamilo normal, também chamado de protruso, que é o que mais facilita o aleitamento. “Esse tipo tem a forma ideal para amamentar, pois o bico fica em relevo em relação à aréola (círculo de coloração mais escura ao redor do mamilo) e enrijece durante a amamentação, facilitando a ‘pega’ do bebê.”

O restante das mulheres, no entanto, apresenta mamilos planos ou invertidos. No primeiro caso, como sugere o nome, eles não se sobressaem da aréola. E no último, encontram-se virados para dentro, como se fossem o umbigo. Existe ainda o pseudoinvertido, ou seja, parece invertido, mas se projeta para fora ao ser estimulado (com o toque ou o frio). Os tipos plano e invertido podem apresentar alguma dificuldade para a mãe, pois o mamilo normal, ao tocar o céu da boca do bebê, facilita a sucção. “Mas, ainda assim, eles não são um limitador, desde que a criança aprenda a fazer a pega corretamente”, diz Santiago. Afinal, ela tem de abocanhar não apenas o bico, mas também boa parte da aréola.

Foi o que aconteceu com a artesã Sheila Rotth, 38, mãe de Arthur, 4. “Tenho bico invertido e, antes das mamadas, fazia uma massagem que ajudava a puxar o bico para fora. Como o bebê pega a aréola, e não o bico, dá para amamentar sem problemas. No começo é um pouco mais difícil mas, com o tempo, ele acostumou. Consegui amamentar por 2 anos e 4 meses”, diz. Portanto, não se preocupe caso o seu mamilo não seja o normal. No fim, tudo vai dar certo.

Identifique seu mamilo

Normal ou protruso: Com bico proeminente, fica rígido quando estimulado. (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer
Plano: Não é nem “para fora”, nem “para dentro”. Esse tipo não se sobressai da aréola, e você quase não nota o bico. (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer
Invertido ou pseudoinvertido: Também chamado de umbilicado, é voltado para dentro. (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer

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