Poucas situações na vida são mais difíceis do que a perda de um filho. Imagine, então, perder dois em um intervalo de apenas dois meses. Foi o que aconteceu com David Christopher, 45, e Louise Russell, 54, da Escócia. Ciaran, 29, tirou a própria vida em dezembro de 2020, deixando três filhos: um de 8, um de 5 e outro de 3 anos.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/3/E/wV6Fd5SdG9cTEqqmyqAA/casal-perde-dois-filhos.jpg)
"Não sabíamos que havia algo errado. Ele estava falando sobre conseguir um novo emprego, procurar uma nova casa e tinha acabado de começar as aulas de direção”, disse David, que é padrasto dele, ao Edinburgh Live. “Então, alguém bateu na porta durante a noite [para dar a notícia]. Foi devastador. Eu não sabia que uma pessoa poderia fazer um barulho como Louise fez naquela noite. Os gritos que saíram de dentro dela…", lembra.
Segundo o padrasto, a família notou que Ciaran enfrentava uma depressão, mas não suspeitaram que fosse tão sério. "Ele parecia feliz para nós, era como se estivesse ansioso pela vida”, atesta David.
Então, apenas dois meses depois da tragédia, a irmã dele, Siobhan, 33, faleceu após sofrer complicações de saúde por causa do vício em álcool. Em junho de 2021, Siobhan foi internada no hospital com pneumonia, mas foi informada de que ela tinha apenas 48 horas de vida.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/f/L/46Ff93S2qACVOQqD0FbA/casal-perde-dois-filhos-01.jpg)
Siobhan sobreviveu à previsão do médico e foi internada em um centro de reabilitação e não consumia álcool há mais de seis meses. Em 20 de outubro, ela foi submetida a uma cirurgia para varizes esofágicas — uma condição frequentemente desencadeada por doença hepática, que faz com que as veias do esôfago aumentem.
Logo depois, Siobhan reclamou de dores de cabeça e foi levada às pressas para o hospital após desmaiar na casa de sua avó em 27 de outubro. Então, ela sofreu uma sepse, por complicações da cirurgia, e logo depois faleceu. "Cada refeição em família, Natal ou aniversário, desde então, é como se houvesse pessoas desaparecidas”, compara David. “Ainda não consigo compreender isso. Ainda estávamos de luto pelo meu filho quando isso aconteceu. Já é difícil perder um filho, ainda mais dois em um período de um ano", afirma.
Agora, o casal se prepara para fazer uma caminhada de 830 km pelo norte da Escócia, em memória dos filhos. Além disso, eles planejam arrecadar dinheiro para Crisis UK, Associação Escocesa para Saúde Mental, Papyrus UK, DrugFam e Fundação dos Veteranos. David diz que será um desafio mental e físico, mas acredita que ambos estão à altura. “Queríamos fazer algo que fosse desafiador e um pouco extremo para aumentar a consciência possível em memória deles. Queríamos acrescentar a isso o desafio de acampar todas as noites e carregar todo o nosso equipamento", conta.
Quer acessar todo o conteúdo exclusivo da CRESCER? Clique aqui e assine!
