Nova série do Gloob retrata os dilemas da passagem da infância para a adolescência

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A pré-adolescência é pura confusão e incoerência. São tantas novidades, tantas mudanças e tantas questões ocupando a cabeça ao mesmo tempo que até perguntas simples como "O que eu sou agora?" passam a ser difíceis de se responder. E é justamente sobre isso que fala a série "O Dia em Que Minha Vida Mudou", que estreia nesta segunda-feira (6), às 18h45, no canal Gloob.

A produção retrata o dia a dia de Mia (Alice Leite), uma menina de 11 anos que ainda não está nem um pouco a fim de crescer. Mas, quando ela finalmente vai para o 6º ano, as coisas começam a mudar de figura. Mochilas de rodinha viram coisa de criança, o recreio passa a se chamar intervalo, um único professor dá lugar a vários, o pátio começa a ser dividido com os alunos do Ensino Médio... Ufa! E, quando ela se dá conta, aos poucos também está deixando a infância para trás e se tornando uma AODF - Adolescente Original de Fábrica.

Ao longo de 10 episódios, a série vai mostrando de forma leve e divertida os acontecimentos que fizeram com que a vida dela mudasse e indicasse esse crescimento, como o dia em que Mia recebe um bilhete com um convite para lá de suspeito de Bereba (Tefo Mion), seu melhor amigo. "A Mia é uma garota com uma imaginação gigante, muito confusa, indecisa e que tem medo de encarar desafios. Ela ainda não sabe se quer ser chamada de criança ou pré-adolescente", diz Alice Leite, que interpreta a personagem.

Além de Alice, o elenco também conta com a participação de Tefo Mion, que interpreta Bereba; Sofia Ghader, no papel de Jade, a aluna mais popular do 6º ano; e Maíra Azevedo (Tia Má), que dá vida a Trombeta, a mãe exagerada e preocupada de Mia.

Todo o enredo da série é inspirado no livro “O Dia Em Que a Minha Vida Mudou”, da autora e roteirista Keka Reis. Em entrevista exclusiva à CRESCER, ela conta que seu objetivo ao escrever o livro — e, agora, ao adaptar o texto para uma série de TV — sempre foi trazer um olhar mais acolhedor e mais leve para as discussões que envolvem a pré-adolescência.

"A sensação que eu tenho é que a gente fala dessa fase da vida sempre com muito peso", diz. "Ainda que o mundo esteja muito mudado e ainda que eles estejam trazendo pautas muito distintas e interessantes, existem muitas questões atemporais a respeito do crescimento, a respeito de você se tornar uma outra pessoa muito diferente dos seus pais. E essas vão ser as mesmas sensações que a gente tinha lá atrás nos anos 90 ou 80, quando eu era adolescente. É com esse sentimento que eu busco me conectar", completa.

Mãe de uma menina de 18 anos, Keka sabe bem o que é lidar com uma pré-adolescente dentro de casa. Assim como muitos pais, ela também diz ter se sentido insegura quando a filha começou a deixar a infância para trás. Tanto é que foi justamente nessa época que "O Dia Em Que a Minha Vida Mudou" nasceu, quando, assim como a protagonista Mia, a filha foi para o 6º ano.

"Não é um processo que acontece só com a criança que está mudando de corpo e de pensamento. É um processo que acontece dentro de casa com os pais. É um luto danado para os pais também, ver que o filho está deixando de ser criança", diz. Quando entendeu isso, Keka percebeu que, além conversar com os pré-adolescentes, sua obra era também uma forma de conversar com esses pais. "Eu acho que teria me sentido um pouco mais acolhida se tivesse um 'O Dia Em Que Minha Vida Mudou' quando eu fui mãe de pré-adolescente", brinca.

O Dia Em Que Minha Vida Mudou
Estreia: 6 de maio de 2024
Exibição: de segunda a sexta-feira, às 18h45
Rebatidas: de segunda a sexta-feira, às 18h30