Segurança
 

Por Sabrina Ongaratto


"O que existe, hoje, é uma falta de conhecimento sobre como os animais funcionam", afirma a comportamentalista canina Renata Gomes de Lima, proprietária do Bangalô Dog Hostel (SP), em entrevista à CRESCER. "As pessoas recebem muitas informações sobre os pets, como sendo um 'brinquedo fofinho', mas, na verdade, os cães são animais predadores na natureza. Eles atacam por diversos motivos e não apenas porque querem agredir ou destruir. Normalmente, isso acontece quando eles têm suas necessidades negligenciadas. Cães não são crianças, eles não são seres humanos, são de outra espécie e, portanto, têm outra maneira de viver", alerta.

Segundo a especialista, a noção de espaço dos animais é completamente diferente de um humano. "Eles têm muito forte essa questão de invasão de espaço. Um animal que tem seu espaço invadido acaba tendo uma reação. Não existe emoção ou ciúmes, o que existe é ação e reação", explica.

Renata diz que é errado rotular uma raça como sendo mais agressiva. "Existem raças diferentes, mas também indivíduos diferentes, assim como irmãos que foram criados da mesma forma e têm personalidades distintas. Por isso, é importante conhecer seu animal e saber identificar seus sinais. O que acontece muito também é que um pit bull ou um buldogue, por exemplo, que possuem a mordida mais forte, acabam entrando para a estatística de cães que mais mordem porque geralmente causam ferimentos mais graves. Por outro lado, raças menores também podem morder bastante, só que não levam as pessoas para o hospital", disse.

Veja como evitar ataques de cães — Foto: ArtHouse Studio/Pexels
Veja como evitar ataques de cães — Foto: ArtHouse Studio/Pexels

Abaixo, reunimos cino dicas da especialista que podem ajudar a ter uma boa relação com o animal e evitar acidentes:

1. Pesquise sobre as raças


Se você fosse adotar um tigre ou uma cobra, antes, certamente irá pesquisar todas as informações que envolvem esses animais para se precaver em relação a eles no ambiente familiar, não é? Infelizmente, com os cães, as pessoas não costumam fazer isso. Por exemplo, algumas raças específicas, como as japonesas, que é o caso do Chow Chow, costumam ser de difícil interpretação até para quem trabalha com cães, por causa de sua expressão. É difícil diferenciar quando estão desconfortáveis, por exemplo. Eles são mais primitivos e exigem mais espaço, isso significa que não são cães para ficar abraçando, apesar de parecerem ursinhos. Outras raças precisam gastar mais energia e necessitam de mais espaço, podendo ficar entediadas e frustradas dentro de casa. Portanto, é fundamental conhecer e buscar uma raça que mais se encaixe à sua rotina familiar.

2. Atenda às necessidades do animal

As necessidades dos cães são simples: eles precisam caminhar — isso faz com que tenham equilíbrio mental e físico — alimentar-se e descansar. Se você propuser essa rotina estruturada diariamente, ele será um animal mais equilibrado.

3. Conheça seu cão

Os cães sempre dão sinais de que algo está errado. De uma forma genérica, quando ele se curva para trás, está acuado — e cães atacam muito mais por medo do que por agressividade. Portanto, um cão que tem medo é mais perigoso, mas isso são sinais genéricos. Para fazer uma boa leitura de um animal é preciso conhecê-lo, observá-lo e conviver com ele. Quando você coloca um cão dentro de casa, precisa estar disposto a construir um relacionamento interespecies. É fundamental entender quais são as necessidades dele, o que é preciso para supri-las e o que esse animal precisa aprender e entender sobre a rotina da família para fazer parte do contexto humano. Quando você negligencia isso, acaba criando desinformação.

4. Construa um relacionamento

Quando se tem um animal e uma criança em casa é importante gerenciar a estrutura. Para que um cão tenha respeito pela criança é fundamental separar os espaços. Toda vez que inserir uma pessoa nova no espaço dos cães — até mesmo um cão novo —, precisa fazer uma apresentação para que entendam que aquele ser não é uma ameaça, e que você, enquanto líder desse grupo, é a referência. E essa apresentação deve ser feita dando espaço. Nunca apresente uma pessoa ou outro animal para um cão colocando o rosto com rosto, focinho com focinho. Faça sempre de lado e com muito espaço. Pois essa interação de frente, cara a cara, é uma posição muito afrontosa para eles e pode dar muito errado, como quando um cão morde o rosto de uma criança e acontece uma tragédia. Pode dar certo uma vez ou outra, mas acredite, pode dar muito errado!

5. Nunca deixa um animal perto de um bebê

Não é seguro deixar nenhum cão perto de um bebê sem supervisão e, mesmo com supervisão, nunca deixe o acesso livre. Claro que existem muitos cães que amam crianças, mas não é recomendada a aproximação de livre acesso, pois, antes, o cão precisa aprender a respeitar o espaço do bebê. Quando falamos em espaço, estar próximo já é uma invasão de espaço para o animal. Ele precisa, primeiro, simplesmente existir na presença do bebê. Ele pode estar no mesmo ambiente, mas sem interação.

Conforme a criança for crescendo, ela também vai precisar aprender a respeitar o espaço desse cachorro e entender que existe um limite. Para as coisas darem certo, é preciso, antes, coexistir. Se haverá interação, depende do cachorro. Se o cão é mais reservado, não deve existir uma interação de correr, puxar, apertar e morder. A criança pode, por outro lado, aprender a conduzir o cão com a guia ou dar a comida. Com isso, o cão vai entender o respeito que ele deve ter por aquela pessoa, independentemente da idade dela. E isso tudo é construído.

Por fim, a especialista faz uma provocação: "Antes de pegar um cão, abraçar, beijar e agarrar, pergunte a si mesmo se você está fazendo isso para ele ou para você. A resposta, muitas vezes, será: 'Pra mim mesmo'. Então, cabe aos adultos entenderem e organizarem melhor essas questões com as crianças. Cachorro não é brinquedo!", finalizou.

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