Kelly Smart, uma mãe britânica, cujo filho de onze meses foi levado às pressas para o hospital com sarampo, fez um apelo para que a vacinação fosse disponibilizada às crianças antes de completarem um ano de idade. Seu filho, Oscar, foi hospitalizado no Hospital Infantil de Birmingham após desenvolver sintomas da doença altamente contagiosa. Em entrevista ao tabloide britânico Daily Mail, ela expressou frustração pelo fato de ele não ter recebido a primeira dose da vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR).
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Na Grã-Bretanha, as crianças recebem a vacinação em duas doses. A primeira é oferecida aos um ano de idade, com reforço aos três anos e quatro meses. Oscar, de onze meses, deveria receber sua dose no mês seguinte. “Parecia que cada vez que ele piscava mais pontos apareciam em seu corpo”, disse Smart à Sky News, referindo-se à erupção vermelha reveladora que aparece naqueles que contraíram a doença. Assim que os paramédicos chegaram, Oscar foi levado “instantaneamente” ao hospital e tratado em uma enfermaria de isolamento. Ele estava com febre alta. “Ele estava horrível, seus olhos estavam inchados, seu lábio superior estava inchado, ele estava pálido”, lembrou Smart. Oscar agora está se recuperando.
O Reino Unido luta atualmente contra um surto de sarampo que preocupa os profissionais de saúde. A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido declarou um incidente nacional e alertou na semana passada sobre “novos surtos” sem “medidas urgentes tomadas para aumentar a absorção da MMR nas áreas de maior risco”. Houve 216 casos confirmados de sarampo e 103 casos prováveis em West Midlands entre 1 de outubro e 18 de janeiro. Mais de 80% ocorreram em Birmingham.
Acredita-se que existam cerca de 3,4 milhões de pessoas com menos de 16 anos em risco de contrair sarampo, devido ao declínio da vacinação MMR. “Estamos num ponto em que há uma grande população de crianças suscetíveis”, disse o professor Sir Andrew Pollard, presidente do Comité Misto de Vacinação e Imunização, ao The Guardian. Ele acrescentou que é necessária uma taxa de vacinação superior a 95% “para manter o sarampo afastado”.
A percentagem de crianças de cinco anos que receberam a vacinação MMR completa diminuiu para 84,5%, de acordo com dados de saúde, o nível mais baixo em mais de uma década. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde declarou o Reino Unido livre do sarampo. Este status foi rescindido em dois anos. A ONU alertou recentemente para um aumento de trinta vezes no número de casos em toda a Europa.
O debate sobre o aumento particularmente rápido dos casos de sarampo e o declínio da utilização da vacina no Reino Unido centrou a atenção nas dificuldades logísticas para os pais, na suspeita de vacinas em geral e na sobrecarga do NHS [sistema público de saúde do Reino Unido]. Há também preocupações de que as crianças nascidas durante a pandemia possam ter perdido a dose inicial ou a segunda dose de MMR, o que as obriga a recuperar o atraso.
As crianças nascidas durante a pandemia são agora mais velhas do que a faixa etária padrão observada pelos médicos para vacinações regulares. Em 2021, de acordo com a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido, houve apenas 360 casos de sarampo notificados em todo o país. Foram 1.603 em 2023. A maioria desses casos ocorreu em crianças menores de 10 anos.
O NHS tem vindo a implementar centros de vacinação nas áreas mais afetadas pelo sarampo. A secretária de saúde, Victoria Atkins, apelou aos pais para que levem os seus filhos para vacinação. “É completamente seguro”, disse ela. “Existem dois tipos de vacinação que podem ajudar as pessoas que podem estar preocupadas com os produtos suínos”, acrescentou ela. 'Podemos absolutamente ajudá-lo a se vacinar para ajudar toda a comunidade.'
Qual é o esquema de vacinação contra o sarampo no Brasil?
A vacina contra essa doença é composta de vírus atenuados e é administrada por via subcutânea. No SUS, a criança recebe a primeira dose com 1 ano, junto com imunizantes contra caxumba e rubéola, combinados na vacina tríplice viral. A segunda dose é realizada aos 15 meses, desta vez, além da caxumba e rubéola, é administrada também, na mesma injeção, a vacina contra a varicela (catapora), a tetra viral. Em clínicas particulares, as duas doses são da tetra viral.
Na carteira de vacinação de quem tem entre 15 meses e 29 anos devem constar duas doses da vacina, e para quem tem entre 30 e 59 anos, uma dose. Quem não as recebeu deve ir a um posto de saúde completar o quadro vacinal.
