Saúde
 

Por Crescer Online


Quem tem filho sabe que quando as temperaturas sobem é necessário redobrar os cuidados com a saúde. Afinal, o calor excessivo pode vir acompanhado de mal-estar geral. Nos últimos dias, o Brasil vem enfrentando uma forte onda de calor. No domingo (12), a cidade de São Paulo registrou a média da temperatura máxima de 36,9°C, sendo o dia mais quente de novembro de todo o histórico do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE), que possui dados desde 2004.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o calor extremo em grande parte do país e eventos de onda de calor estão relacionados com os impactos do fenômeno conhecido como El Niño — aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, o que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do mundo.

Criança bebendo água (Foto: Getty Images) — Foto: Crescer
Criança bebendo água (Foto: Getty Images) — Foto: Crescer

Com as altas temperaturas, é preciso estar atento a alguns cuidados de saúde. Para proteger as crianças e bebês, a CRESCER conversou com alguns especialistas que deram dicas importantes para enfrentar o calor excessivo.

👶 Bebês

Cuidado com a pele

Até os 6 meses, o uso de protetor não é aconselhado. A recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria é que, até essa idade, a criança não use o produto porque a pele é muito fina e sensível, com maior risco de desenvolver alergias. Portanto, é indicado não expor o bebê diretamente ao sol. Use outros métodos de barreira, como as roupas com fator de proteção ultravioleta (FPU), nos momentos em que não há mesmo como evitar os raios solares. Lembre-se de que, mesmo se o seu filho estiver embaixo do guarda-sol ou de árvores, ele precisa de proteção já que recebe radiação do sol.

A partir dos 6 meses, a criança já pode usar filtro solar, com fator de, no mínimo, 30. Leve em consideração o tom da pele: quanto mais clara, maior deve ser o índice de proteção. Também dê preferência para aqueles que são resistentes à água, para não sair com tanta facilidade após uma ducha ou entrada rápida na piscina ou no mar. Use aqueles que protegem tanto dos raios UVB (que causam vermelhidão e atigem a camada superficial da pele) quanto UVA (que penetram na camada mais profunda), pois ambos são nocivos.

Não espere chegar na praia ou na borda da piscina para aplicar o protetor no seu filho (pense no estresse que é passar corretamente o protetor com a criança querendo correr para a água?). Faça isso 20 minutos antes da exposição ao sol, para que o produto tenha eficácia. O melhor é deixar a criança sem roupa e aplicar de maneira uniforme, em sentido único e não circular, e sem esquecer das dobrinhas, orelhas e peito do pé. Para garantir proteção máxima, vale passar duas camadas na primeira aplicação do dia. Se ela ficar mais de meia hora na água passe o produto novamente. E reaplique a cada duas horas e após banho de imersão. Mas os cuidados não param por aí: é preciso evitar o sol entre 10 e 16 horas e lançar mão de roupas e chapéus, que também podem proteger seu filho.

E as assaduras?

Elas também são mais frequentes em dias quentes, já que as altas temperaturas promovem uma transpiração maior e essa umidade, junto com o calor, aumenta o risco do crescimento de fungos, que causam as assaduras. Para que o seu filho não sofra com esse problema, é importante realizar trocas frequentes das fraldas. Outra dica é deixá-lo sem elas, sempre que possível, para que a pele possa respirar um pouco.

Posso levar o bebê para a praia?

Sim, os especialistas recomendam o passeio a partir dos 6 meses, com todos os cuidados de proteção. E, principalmente respeitando o horário entre 10 e 16 horas já que mesmo na sombra (ou em dias nublados) os raios solares estão presentes. As nuvens, por exemplo, só bloqueiam a luminosidade. Na hora de brincar, o bebê deve ficar embaixo do guarda sol e mais próximo da parte úmida da areia. Isso porque, na porção seca, há mais concentração de fezes de animais, que podem conter ovos e larvas causadoras de bichos geográficos. Após a brincadeira, o excesso de areia deve ser retirado para evitar problemas na pele.

Bebê na piscina, pode?

O ideal é esperar o bebê completar 6 meses (idade inclusive que Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam para a criança começar as aulas de natação). Isso porque, a partir dessa idade, o conduto auditivo (parte interna do ouvido), que até então era reto, forma uma curvatura, dificultando a entrada da água e reduzindo as chances de infecção. Além disso, o bebê também já estará imunizado contra alguns agentes. Mas é preciso alguns cuidados. Uma delas é observar se a água é limpa todos os dias, se as crianças tomam uma ducha antes de entrar na piscina e se os bebês usam fralda específica. Fique de olho se a piscina tiver cloro, já que esse produto pode irritar os olhos, maltratar os cabelos e a pele.

Como cuidar da alimentação das crianças nos dias quentes?

Até os 6 meses, período de amamentação exclusiva, não é preciso dar nada além do leite materno. O que as mães podem fazer é oferecer mais vezes o peito, já que a água provém do leite. Vale amamentar com mais frequência. Sendo assim, o bebê estará bem hidratado, não se preocupe. Acima dessa idade, além de caprichar nos líquidos (água é sempre a melhor bebida!) ofereça refeições mais leves e hidratantes, com legumes, verduras e frutas, utilizando os alimentos mais hidratantes (pepino, tomate, salsão, abobrinha, alface, abóbora, cenoura, couve-flor, brócolis), e evite as carnes vermelhas, já que as proteínas pesam mais na digestão. As carnes brancas, como peixe e frango, são bem-vindas. E não se preocupe se o apetite da criança diminuir um pouco, é normal em dias muito quentes.

🧒 Crianças

Passeios no fim da tarde

Em dias muito quentes, sair com as crianças nem sempre é uma boa ideia. O calor intenso pode provocar mal-estar e insolação. Por isso, o ideal é evitar os passeios e atividades físicas nos horários de sol forte - das 10h às 16h - e abusar do protetor solar, com fator de proteção 30. Lembre-se também de repassar o produto a cada mergulho no mar ou na piscina. E não se esqueça do boné ou de um chapéu. Óculos de sol de boa qualidade também são bem-vindos!

Muita água

O calor aumenta a temperatura corporal das crianças, fazendo-as suar e perder líquido. Por isso, em dias quentes, incentive ainda mais o consumo de água. O ideal é que, a partir dos 2 anos, seu filho beba 1 litro e meio por dia para não correr o risco de desidratar. A água do filtro está quente? Você pode fazer uma mistura com a gelada, para servi-la fresquinha. Sucos de frutas, como de melancia, e água de coco também podem entrar na conta.

Ar condicionado e ventilador

Ar condicionado e ventiladores são essenciais para refrescar os ambientes nos dias de calor, mas é preciso tomar alguns cuidados. O ventilador está liberado, desde que não fique em cima da criança e esteja em boas condições de uso. Vale direcioná-lo para o lado oposto do seu filho. Já o ar condicionado precisa estar com o filtro limpo e manter a temperatura em torno de 24 graus. Um ambiente muito frio deixa a mucosa da garganta mais sensível às bactérias, facilitando o aparecimento de infecções, como dor de garganta, por exemplo. Como ele resseca o ar, você pode colocar um balde de água (longe do alcance da criança) no quarto ou uma toalha molhada na cabeceira da cama.

Outra dica contra o tempo seco é colocar soluções fisiológicas no nariz da criança e fazer inalações somente com soro (mas converse antes com o pediatra do seu filho). Se a irritação for nos olhos, vale pingar algumas gotas de soro e fazer uma limpeza para umidificar o local.

Alimentos leves

O calor diminui o apetite. Por isso, o ideal é oferecer alimentos leves, com fácil digestão às crianças. Frutas ricas em líquidos, como melão e melancia, devem fazer parte do cardápio. Laranjas e outras que têm vitamina C são aliadas para reduzir as crises de rinite, mais frequentes com a baixa umidade. Já alimentos embutidos, industrializados e frituras devem ficar longe do cardápio. Além de não serem saudáveis, exigem um tempo maior de digestão e podem deixar as crianças desanimadas. Abuse dos legumes e verduras no preparo da comida das crianças. Se o bebê mama apenas no peito, convém oferecê-lo mais vezes.

Cabelos secos

Apesar de refrescar, nem pense em deixar seu filho dormir com os cabelos molhados. Os fios úmidos facilitam o surgimento de fungos e bactérias e provocam coceira. Quando a criança coça, sem querer, pode se machucar, provocando feridas e machucados. Use o secador em uma temperatura mais amena.

Pele fresquinha

Por causa das altas temperaturas, é normal que a criança sue mais e, por isso, apareçam assaduras ou brotoejas, principalmente nas dobrinhas do braço, perna e virilha. A brotoeja (bolinhas de água) surge quando o suor entope os poros da pele, por isso, é importante deixar a pele fresca e seca, com uma roupa adequada ao clima. Na hora do banho, nada de água quente demais.

Roupa ideal

Alergias também são comuns no calor, principalmente quando a roupa que a criança está usando favorece o aparecimento delas. Em dias quentes, prefira aquelas algodão e linho, em vez das fibras artificiais, que esquentam e incomodam muito mais.

Noite agradável

Deixar o seu filho dormir sem camiseta, apenas de fralda, cueca ou calcinha, não é aconselhável. Isso porque, durante a noite, a temperatura corporal diminui e sentimos mais frio. Você não precisa, claro, cobrir nem colocar meia, mas uma camiseta leve e fralda é essencial. Para ajudar, prefira os lençóis de algodão àqueles sintéticos, porque esquentam menos, e não deixe o quarto totalmente fechado. Uma brecha na janela já é o suficiente para fazer o ar circular.

Fontes: dermatologista José Antonio Jabur, Nádia Almeida, dermatologista; Maria Esther Ceccon, pediatra e neonatologista (SP) e Selma Helene, dermatologista (SP); Mauro Vaisberg, especialista em medicina esportiva, o pediatra Nilton Kiesel e o pediatra José Luiz Setúbal.

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