Saúde
 

Por Sabrina Ongaratto


Durante o chá de bebê da filha, a empresária Izabella Barreto, 29 anos, do Rio de Janeiro, e a companheira, Isabelle, participaram de uma breve aula de primeiros socorros, ministrada pelo primo, Daniel Veiga, que é instrutor e idealizador do Dicas Q Salvam Vidas (@dicasqsalvamvidas). "O meu primo tem um projeto em que ensina sobre práticas de primeiros socorros. Ele estava no chá de bebê e, em um momento, perguntou se eu permitia que ele desse uma pequena aula sobre como agir em uma situação de engasgo com crianças, e eu, claro, permiti. Ele fez o treinamento com a gente — comigo e com minha esposa", conta.

Izabella, que estava grávida da primeira filha do casal, só não imaginava que colocaria o aprendizado em prática tão rapidamente. "Foi muito importante, pois com apenas três dias, eu precisei fazer a manobra nela", lembra a mãe. "Ela nasceu um pouco mais de um mês depois do chá. Aprendemos a manobra, fizemos a simulação, mas, na hora, ficamos torcendo para não precisar. Imaginamos que, caso ocorra um engasgo, o nervosismo vai tomar conta e não vamos conseguir fazer a manobra. Mas não foi assim", completou.

O chá aconteceu em julho e Laura nasceu pouco mais de um mês depois — Foto: Arquivo pessoal
O chá aconteceu em julho e Laura nasceu pouco mais de um mês depois — Foto: Arquivo pessoal

A empresária disse que no terceiro dia após o parto, a produção de leite estava muito irregular. "O corpo ainda não sabe qual é a demanda do bebê, então eu estava com muito, muito leite. E ela, ainda sem saber mamar direito, engasgava muito. Toda vez que ela vinha para o peito, engasgava. Ainda na maternidade, ela engasgou e a pediatra, que estava junto, colocou sentadinha e ela desengasgou sozinha. Depois disso, aconteceram outras vezes, eu fiz o mesmo e funcionou. Nesse dia, eu estava sozinha no quarto e ela engasgou muito feio. Eu a coloquei sentadinha e ela continuava engasgada. Eu via que ela não estava com ar e, como o que a pediatra fez não estava adiantando, lembrei na hora da manobra — coloquei ela de bruços na minha mão, inclinada para frente, dei os tapinhas nas costas e, na hora, ela desengasgou. Tem toda uma técnica e, por mais que estivesse nervosa, consegui fazer tudo o que precisava ser feito. Minha esposa entrou no quarto e só lembro dela dizendo: 'Isso, muito bem'. Deu tudo certo, foi muito rápido. Ela desengasgou e voltou a mamar normalmente", disse.

"Eu diria para os pais se informarem e buscarem aprender, pois são manobras simples, mas que podem fazer toda diferença no dia a dia. A gente não sabe o que pode acontecer na rotina com um bebê. Às vezes, a gente acha que tem controle da situação, mas se eu não tivesse feito essa aula com meu primo no dia do chá de bebê, muito provavelmente ela teria ficado engasgada e eu não saberia o que fazer. Foram cinco minutos de conhecimento que vou levar pra vida", completou.

Manobras de desengasgo

Em entrevista à CRESCER, Daniel disse que o chá de bebê é uma "oportunidade incrível" para compartilhar conhecimentos importantes sobre como lidar com engasgos. "Isso ajuda futuros pais, familiares e amigos a estarem preparados para agir em situações de emergência e proteger os recém-nascidos", afirmou.

Daniel deu uma aula sobre desengasgo para as futuras mamães no chá de bebê — Foto: Arquivo pessoal
Daniel deu uma aula sobre desengasgo para as futuras mamães no chá de bebê — Foto: Arquivo pessoal

"Infelizmente, muitas pessoas não têm conhecimento adequado sobre primeiros socorros. Ou, quando sabem, são crenças populares, como sacudir o bebê para desengasgar, o que pode ser perigoso. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria de 2022 relatam que aproximadamente 15 bebês perdem a vida todos os dias, engasgados. Precisamos mudar essa realidade", defendeu. Segundo ele, qualquer pessoa é capaz de realizar a manobra, desde que tenha conhecimento adequado. "Não é necessário ser um profissional de saúde para aprender e aplicar as técnicas básicas. Uma prova concreta disso é que pais, mães, professores e outras pessoas já ajudaram a salvar vidas, aplicando o conhecimento que nós ensinamos. Até hoje, temos o incrível registro de 11 vidas salvas, reforçando o quanto é vital que todos estejam preparados para agir com habilidades de primeiros socorros", afirmou.

E finalizou alertando: "Uma dica valiosa para quem vai ter filhos é buscar aprender sobre primeiros socorros por meio de livro ou curso, para estar preparado em caso de emergências. E para quem já é pai ou mãe, é importante verificar se a escola do seu filho está de acordo com a Lei Federa 13.722/18 conhecida como Lei Lucas, que obriga as instituições a capacitarem professores e funcionários em Primeiros Socorros, garantindo a segurança das crianças".

Manobra de Heimlich

Caso suspeite que uma criança engasgou, em primeiro lugar, peça ajuda às pessoas ao redor. Na sequência, ligue para o serviço de emergência (SAMU 192) ou para os bombeiros (193). O profissional de saúde poderá orientar o primeiro atendimento à distância, enquanto o resgate não chega. A boa notícia é que, na maioria dos casos, as crianças conseguem desobstruir as vias respiratórias sozinhas ou com uma simples intervenção dos adultos, como golpes com as mãos nas costas, no caso dos maiores, por exemplo. Porém, quando o engasgo não se resolve de imediato, há necessidade de agir rápido, com manobras específicas (clique e veja o passo a passo).

Confira, abaixo, como é feita a Manobra de Heimlich:

Em crianças acima de 2 anos
1) Posicione-se atrás da criança, sendo que ela fica de pé e o adulto ajoelhado.
2) Abrace a criança e apoie uma mão fechada na altura do estômago e a outra mão aberta apoiada sobre a mão fechada.

Em bebês:
1) Coloque o bebê de bruços apoiado no antebraço e com a cabeça virada para baixo.
2) Dê cinco tapas no meio das costas e entre os ombros não muito fortes
3) Se o engasgo persistir, o bebê deve ser virado de barriga para cima, sobre o outro antebraço, pressionando cinco vezes com os dois dedos indicadores no meio do peito do bebê, entre os dois mamilos.
4) Caso chore, vomite ou tussa, é sinal que conseguiu desengasgar. Se continuar engasgado, repita o procedimento até que consiga desengasgar.

Entre os vilões do engasgo na infância estão balas e pirulitos, pipoca, amendoim e feijão, frutas e vegetais, peixes e carnes, leite e outros líquidos, bexigas, pilhas e baterias, moeda, botão e brinquedos.

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