Desenvolvimento
 

Por Fernanda Carpegiani


(Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer
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Chorar, mamar, arrotar, sujar a fralda, dormir. É basicamente isso que seu filho vai fazer durante os 100 primeiros dias de vida. E, entre uma mamada ou um soninho e outro, você vai ter a certeza de que ele sorriu, balbuciou, reconheceu sua voz... Esse é um período justamente de reconhecimento, de conhecimento, de experiência. Mas, principalmente, de adaptação a uma rotina completamente diferente de tudo que você já viveu. E a aventura começa logo que seu filho sai da maternidade: ele está mais magro do que quando nasceu. Isso é normal? Será que ele está bem? Tudo isso você vai descobrindo aos poucos, conversando com o pediatra, lendo sobre o assunto e trocando informações com outros pais. É nesse período também que a família vai achar uma nova organização para a casa, e que pai e mãe encontrarão um ritmo para garantir que o bebê aprenda a mamar, a dormir, a se comunicar e a conquistar lentamente a sua independência.

Apesar de nem sempre ser uma fase tranquila, acredite ou não, você vai sentir saudade até das noites em claro com o pequeno no colo. Porque é verdade, sim, que as crianças crescem rápido e cada etapa é diferente. Então, para ajudar você a superar aquele frio na barriga do começo, contamos aqui o que esperar dos primeiros 100 dias do bebê.

AMAMENTAÇÃO
Pode se preparar: grande parte desses 100 primeiros dias você passará sentada, com seu filho no colo, alimentando-o. Não tem sensação mais prazerosa! E ela vai trazer benefícios para vocês dois: pesquisas já mostraram que, além de colaborar para a formação do sistema imunológico da criança e prevenir alergias, o aleitamento materno pode ajudá-la a ter melhor desempenho nos estudos, além de proteger a mãe contra doenças cardiovasculares.

A primeira mamada deve acontecer logo depois do nascimento ou, se houve alguma complicação, assim que você e seu filho estiverem bem. O processo deve começar o quanto antes para estimular a descida do leite, o que pode demorar de 48 a 96 horas. Enquanto isso, o que vem é o colostro, um líquido que ajuda a nutrir e proteger o organismo da criança nos primeiros dias de vida.

Apesar de ser algo instintivo, a amamentação nem sempre é fácil. Você e seu filho precisam descobrir, juntos, de que forma ela vai funcionar. O importante é não desistir e beber, em média, três litros de água por dia. Isso ajuda na formação do leite. Quer saber mais? Confira 23 dicas para a amamentação ser um sucesso.

Por razões fisiológicas ou emocionais, a amamentação pode não ocorrer de jeito nenhum. Aí, o médico vai indicar fórmulas infantis, que usam leite de vaca ou de soja modificado. E nada de culpa! Mesmo sem amamentar, estar com o bebê no colo, acalentando e oferecendo a mamadeira, também é uma forma de oferecer segurança.

ARROTO
Segure o bebê na posição vertical, junto ao seu ombro, até ouvir o arroto ou por 20 minutos, no máximo. Se ele mama no peito, vai arrotar pouco, porque ingere menos ar durante a amamentação. Já quem toma mamadeira ou tem refluxo fisiológico solta mais ar. Agora, se ele nunca arrotar, converse com o pediatra. Este vídeo pode ajudar você a saber melhor como ajudar seu filho a arrotar.

(Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer
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CÓLICA
Seu filho chora, chora, chora, e não é fome, sono ou fralda suja. Pode ser as temidas cólicas, dores abdominais comuns a partir dos 15 dias de vida. A boa notícia é que elas vão diminuindo e desaparecem por volta dos 3 meses. Uma das explicações para o problema é que o sistema digestivo do bebê ainda não funciona plenamente. A alimentação da mãe também pode influenciar e os especialistas recomendam evitar café, refrigerantes e até chocolate. Para atenuar o desconforto, mantenha o abdômen do seu filho quentinho e coloque-o de barriga para baixo ou junto ao peito. Também vale ajudá-lo a evacuar empurrando as perninhas flexionadas. Assista ao vídeo de como ajudar a criança a eliminar os gases!

SONO
Como lidar com o dorme e acorda dos primeiros meses? A resposta é: durma também! O sono do bebê precisa de um tempo para amadurecer e é normal que ele acorde após uma ou duas horas no começo. Portanto, aproveite para descansar junto com seu filho – e tenha paciência nessa fase... Até o quarto mês, melhora! Também vale lembrar que a criança deve dormir sem travesseiro, para evitar sufocamento, e de barriga para cima, o que diminui os riscos da morte súbita, uma síndrome sem causa conhecida que pode levar ao óbito em segundos. Segundo a Academia Americana de Pediatria, durante o primeiro mês a recomendação é que o bebê durma no quarto dos pais – mas nunca na mesma cama! – para facilitar a amamentação e ajudar a monitorar a criança. A partir do segundo mês, a decisão é sua: se não se incomodar em levantar para amamentar e checar se está tudo bem, ele já pode dormir sozinho.

CHORO
Por alguns meses, o choro é a única maneira que seu filho vai ter para se comunicar com você. Nos primeiros 15 dias, quase sempre ele pode ser interpretado como fome. Passado esse período, já é possível diferenciar quando é fralda suja, febre ou vontade de comer. O bebê também dá alguns sinais físicos! Quando está com fome, por exemplo, começa a procurar o seio com a boca ou suga a mãozinha. Se for só vontade de colo – o que você pode dar sem culpa –, ele vai se acalmar assim que você o segurar. Aprenda como identificar os tipos de choro do bebê.

FRIO E CALOR
É verdade que seu bebê é mais sensível à variação da temperatura, por ter menos gordura corporal, mas isso não significa vesti-lo com cinco roupas a mais. Uma camada extra já é o suficiente, segundo recomendação da Academia Americana de Pediatria. O calor pode fazer com que ele chore de desconforto, por isso fique atento. Deixe o cobertor preso embaixo do colchão por segurança, e se ele não ficar coberto, use um macacão mais quentinho na hora de dormir.

UMBIGO
O coto umbilical exige um cuidado simples, mas que deve ser repetido três vezes ao dia. Basta limpar a região com álcool 70% e hastes flexíveis. Levante o que restou do cordão delicadamente e passe a haste na base dele, em movimentos circulares. Ele costuma cair na primeira semana, mas pode demorar 20 dias.

BANHO DO BEBÊ
Prepare o banho do seu bebê com água morna, em torno de 36ºC. Para saber se a temperatura está correta, não precisa de termômetro: basta colocar o cotovelo e ver se está quentinho. Deixe o nível da água baixo, assim você não se preocupa com o risco de o bebê escorregar e se afogar. Use sabonete neutro para não ressecar nem agredir a pele. Também vale a pena trocar o bebê no mesmo local onde ele tomou banho, seja no banheiro ou no quarto, para evitar o choque térmico. Ah, e mesmo que ele seja cabeludo, não use secador de cabelo, pois a temperatura e o barulho são altos demais. Apenas seque bem os fios com uma toalha. Outro cuidado importante é cortar as unhas do bebê assim que aparecer a parte branca, usando uma tesoura ou cortador infantil. É só apertar a pontinha do dedo e aparar o que sobra com um movimento reto. O melhor é fazer isso com a criança dormindo.

CRESCIMENTO
Você sabia que seu bebê sai da maternidade mais magro do que quando nasceu? É normal perder até 10% do peso. Isso acontece porque a mamada ainda não está adequada e existe uma perda fisiológica, que vem tanto com a evacuação quanto com a diminuição do inchaço e a perda de líquido. A criança volta a ganhar peso por volta do décimo dia, engordando cerca de 30 gramas diariamente. Em tamanho, o bebê cresce por volta de oito centímetros nos primeiro trimestre. Nessa fase, seu filho ainda é molinho e não interage muito. O que você pode esperar são alguns reflexos, como um sorriso, que aparece nos primeiros 15 dias e se torna mais social por volta do terceiro mês. É nesse momento que a cabeça fica mais firme, o ombro mais ereto e o movimento das pernas e braços mais intenso. Logo ele começa a emitir alguns sons, como “gu gu”, e a acompanhar com os olhos os movimentos. Nesse período, é interessante colocar um móbile em cima do berço para estimular a visão, a uma distância de 25 centímetros de altura e na região dos pés da criança.

(Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer
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MOLEIRA
Quem nunca teve medo de machucar aquela parte molinha da cabeça do bebê? Existem, na verdade, duas moleiras, também chamadas de fontanelas: uma pequena, atrás da cabeça, e outra no alto dela, mais evidente e conhecida por todo mundo. Quando seu filho nasce, a maior tem, em média, dois centímetros de diâmetro, e ambas vão diminuindo até fechar, por volta dos três meses. Isso faz parte do processo de consolidação óssea da criança. Conforme o crânio aumenta, a moleira diminui. Apesar da flacidez dela, você não precisa ter cuidados especiais. Basta evitar tocá-la. O mais importante é acompanhar as medidas da circunferência craniana junto com o pediatra, para saber se o desenvolvimento está acontecendo em ritmo normal.

SAÚDE
Qualquer pinta diferente que apareça no seu filho vai ser motivo de preocupação. A maioria desses sinais é normal e passa com o tempo. É o caso da acne do recém-nascido, um processo de adaptação da pele do bebê. Essa dermatite é inofensiva, mas você pode fazer compressas de algodão e água fria duas vezes ao dia para ajudar. As manchas de nascença aparecem por conta da dilatação de vasos de sangue e tendem a sumir ao longo da vida. É comum, ainda, o cabelo cair, mas as falhas são preenchidas conforme o bebê cresce. O que mais preocupa os pais é a icterícia, um tom amarelado da pele que aparece a partir do segundo dia por uma dificuldade do fígado de eliminar esse pigmento, e é benigno na maioria dos casos. Ainda assim, o pediatra precisa avaliar para saber se é necessário algum cuidado especial, como banho de luz.

Outro problema que pode aparecer é uma leve conjuntivite. Pode ser uma reação ao colírio que é pingado justamente para evitar a doença ou uma obstrução natural do canal lacrimal, comum nos primeiros meses de vida. Nos dois casos, o pediatra precisa observar, mas, normalmente, passar gaze com soro fisiológico ajuda. Já se você ouvir alguns soluços, fique tranquilo, é só imaturidade do músculo do diafragma. Agora, febre nos primeiros meses é um sinal de alerta e você deve levar seu filho ao pronto-socorro. Como eles ainda respondem mal a viroses e infecções, quanto antes um médico avaliar, melhor.

Outro ponto fundamental é ficar atento ao calendário de vacinação da criança, que deve estar sempre em dia.

PASSEIOS
Sim, seu filho é o bebê mais lindo que existe e você está louco para sair por aí mostrando-o para o mundo. Muita calma. Pense que seu pequeno passou nove meses dentro do útero, um lugar calmo e silencioso, e, de repente, se deparou com uma infinidade de sons, movimentos e novas temperaturas. Não é fácil absorver tanta informação! Para minimizar o choque inicial, evite sair de casa com ele no primeiro mês. Depois disso, vocês já podem visitar os familiares e ir à pracinha tomar sol por alguns minutos. Passeios mais longos só depois de 2 meses e meio. No carro, o bebê conforto deve ser posicionado no banco traseiro, de costas para o painel, até seu filho completar 1 ano de idade ou 10 quilos. A partir de 1 ano, ele já pode passar para a cadeirinha, de frente para o painel, presa pelo cinto de segurança. Quando for colocar o bebê conforto no carrinho, tudo bem deixá-lo virado para você, até porque fica mais fácil de ver como está a criança. Quando ela crescer um pouco mais, aí, sim, deve ficar virado para frente, para poder ver o mundo e interagir com ele.

TROCA DE FRALDA
Por dia, o recém-nascido faz em média seis xixis e três cocôs. Inicialmente, o intestino libera o mecônio, um cocô verde-escuro, e é normal ficar sem evacuar até três dias. O ideal é trocar a fralda suja o mais rápido possível e, de preferência, antes das mamadas, pois fazer isso depois pode facilitar que o bebê regurgite. Limpe a área com algodão e água morna e deixe o lenço umedecido para quando não estiver em casa. Os cremes de proteção ou de barreira não são obrigatórios, mas você pode passar uma camada leve e fina para prevenir assaduras. Confira o passo a passo desse momento.

CONSULTA AO PEDIATRA
A primeira visita ao médico do seu filho deve acontecer no máximo três dias depois que ele sair da maternidade para avaliar o ganho de peso, as funções fisiológicas, a amamentação, e também tirar as dúvidas dos pais, que são muitas nesse momento. Vale anotar o que você quer perguntar para não se esquecer de nada! As próximas consultas serão mensais.

Fontes: Ana Lúcia Goulart, pediatra neonatal da Unifesp; Célia Mara Digiovanni, pediatra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP); José Espin Netto, professor de pediatra da Faculdade de Medicina da PUC Campinas; Mariana Nudelman, pediatra do Hospital Albert Einstein (SP); Mirian Rika, neonatologista do Hospital e Maternidade São Luiz (SP).

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