Apesar de não ser recomendada por especialistas, muitas vezes a chupeta acaba fazendo parte da infância de algumas crianças. E, quando chega a hora de deixar esse hábito de lado, os pais ficam perdidos, sem saber como proceder. Paula Barbosa Diniz, mãe de Lourdes Maria, 2, está passando por esse desafio. “Minha filha tem 2 anos, mas ainda não conseguimos fazê-la largar a chupeta. Alguma dica?”.
Para esclarecer a dúvida e facilitar esse processo para os pais, conversamos com mães e duas especialistas, uma cirurgiã-dentista e uma psicóloga, para entender o que, de fato, funciona. Confira!
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/W/A/8BAt7LQfivoC4cJfRtnA/350funcionoou.jpg)
Um pouco de fantasia
Quando minha filha tinha 3 anos, a dentista me ajudou, contando que ela era amiga da Fada do Dente. Marcamos uma data no calendário e, no dia combinado, minha filha ganhou o presente que pediu. Em troca, dissemos que a fada levou a chupeta embora. Deu certo!
Silmara Bolognini, mãe da Isabela, 5 anos
Levando na brincadeira
Criei uma “fórmula mágica”. Misturava água com corante comestível. Toda vez que meus filhos pediam a chupeta, eu dava algumas gotas da mistura e o desejo “magicamente” passava.
Stenia Raquel Alves de Melo, mãe do João Ícaro, 5 anos, e da Raquel, 4
Troca justa
Eu tive a ideia de substituir a chupeta por um outro objeto de transição. Comprei um paninho e minha filha adorou! Comecei a troca durante o dia. Poucos dias depois, ela já estava adormecendo com o paninho e sem a chupeta.
Aline Miranda Florencio, mãe da Rafaela, 9 anos
Tempo limitado
Aqui em casa eu restringia o uso da chupeta a situações específicas. Oferecia só na hora de dormir ou em momentos em que minha filha estava chorando muito. Quando ela fez pouco mais de 1 ano, conseguiu largar sem grandes problemas.
Thatianny Louisy Santos Gomes, mãe da Louise, 3 anos
Palavra de especialista: devagar e sempre
Mesmo com alerta dos especialistas sobre os riscos do uso da chupeta, ela faz parte da rotina de muitas crianças. Um dos problemas está relacionado ao desenvolvimento infantil, uma vez que pode afetar a arcada dentária e atrapalhar tanto a respiração quanto a deglutição e a fala… Sem contar que, para os mais novos, a confusão de bicos ainda contribui para o desmame precoce. No entanto, caso a criança use, o ideal é deixar o hábito até os 2 anos, no máximo. Como, após os 12 meses, o desejo e a necessidade de sucção vão diminuindo, o segredo é aproveitar esse timing para conduzir a transição.
Mas retirá-la de maneira brusca não é o caminho. É preciso ter (muita) paciência. Estratégias como colocar pimenta no bico, nem pensar. Isso só gera um sofrimento desnecessário. O ideal é ir aos poucos. Comece limitando o uso a horários específicos do dia, restringindo cada vez mais. Nos intervalos, proponha atividades para distrair, como brincar ou contar uma história. Além disso, estabelecer combinados – como tirar a chupeta para falar – e ler livros sobre o assunto podem funcionar.
Karla Mayra Rezende, cirurgiã-dentista e membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), e Thayssa Quaglietta, psicóloga do Grupo Prontobaby (RJ)
Saiba como assinar a Crescer para ter acesso a nossos conteúdos exclusivos
