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Casos de erupção cutânea estão crescendo no Reino Unido e os médicos pediram para os responsáveis pelas crianças ficarem em alerta. A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) emitiu um aviso aos pais depois que quase 3.500 casos de escarlatina foram relatados entre setembro de 2021 e março de 2022 na Inglaterra, informou o jornal britânico Daily Mail

Embora o número de casos de escarlatina tenha sido de 8.605, em média, no mesmo período nos cinco anos anteriores, os especialistas estão preocupados pois outra doença também tem apresentado um aumento de casos: a catapora. Segundo os médicos, a circulação simultânea das duas doenças pode ser perigosa para as crianças, pois a mistura das duas infecções bacterianas pode dificultar o tratamento.

Os especialistas ressaltam, ainda, que as infecções diminuíram durante a pandemia, em razão das medidas de distanciamento social adotadas para conter a disseminação da covid-19, no entanto, agora estão voltando a aparecer em níveis mais altos, afetando principalmente as creches e a pré-escola.

Apesar de ser leve na maioria dos casos, a escarlatina é altamente infecciosa e, por isso, a agência de segurança britânica pediu para os pais ficarem atentos. Vale lembrar que os sintomas da doença incluem dor de garganta, dor de cabeça e febre com erupção cutânea vermelha na pele. O tratamento precoce é importante, pois ajuda a reduzir o risco de complicações como pneumonia e transmissão da infecção.

Catapora (Foto: Thinkstock)

Catapora (Foto: Thinkstock)

Escarlatina

Você notou que seu filho está com manchas no corpo inteiro, especialmente nas axilas e virilhas? Esse é o sinal mais evidente da escarlatina, doença transmitida pela bactéria Estreptococo pyogenes. Outros indícios frequentes são febre alta (acima de 38ºC), mal-estar, dor de garganta intensa, falta de apetite, náusea e vômito, dor abdominal e língua “framboesa” – ela parece áspera, como uma lixa.

É comum que crianças, principalmente entre 3 e 8 anos, contraiam escarlatina. Nessa fase, o sistema imunológico delas está em desenvolvimento e a convivência na escola facilita a transmissão. Na maior parte dos casos, o problema surge como uma complicação da amigdalite. Como ocorre? A bactéria causadora da doença libera uma toxina: algumas pessoas têm uma reação à substância, por predisposição genética. Por isso, surgem as manchas avermelhadas. “A criança pode ser colonizada pela Estreptococo pyogenes e não demonstrar sinais. É como se o micro-organismo ficasse adormecido”, explica Milena de Paulis, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

Diagnóstico
Para descobrir se a criança está com escarlatina, procure ajuda médica. O diagnóstico é simples e pode ser feito por avaliação clínica, no consultório. Também é possível flagrar a presença da bactéria por meio de um teste rápido, disponível nos hospitais, em que um cotonete recolhe a secreção da garganta. Mas, como os sintomas são bem característicos, não é obrigatório fazer o exame para constatar a doença.

Tratamento
É simples: basta tomar o antibiótico receitado pelo pediatra. É esperado que, com a evolução do quadro, a pele dos dedos passe a descamar – não precisa se preocupar. E vale reforçar: a escarlatina pode ser facilmente curada, desde que o tratamento seja seguido corretamente. Embora a crise regrida naturalmente, esperar a remissão espontânea dos sintomas pode trazer complicações sérias, como febre reumática e problemas cardíacos crônicos.

Como evitar a transmissão da doença

- Não mande a criança para a escola ou creche quando ela estiver com a doença;

- Mantenha o ambiente arejado, mesmo no frio. Em meses de temperatura mais baixas, as pessoas tendem a fechar as janelas e a ficar aglomeradas: a escarlatina é mais comum nessa época;

- Não compartilhe copos ou talheres. A saliva pode transmitir a doença;

- Lave bem as mãos.

Catapora 

É o nome popular da varicela, doença infectocontagiosa causada pelo vírus varicela-zóster, que afeta principalmente menores de 10 anos. A criança pode apresentar febre baixa e moderada, sintomas de gripe (dores no corpo, mal-estar e falta de apetite) e as típicas vesículas vermelhas (bolhas) por toda a pele. Cerca de quatro dias depois de surgirem, elas se transformam em feridas com cascas, que provocam coceira intensa, incômodo e dor. Os sintomas podem levar de oito a 14 dias para desaparecer.

Transmissão
A doença é altamente contagiosa. O vírus é transmitido por gotículas de tosse e espirro, que se propagam pelo ar e chegam até o nariz ou a boca de outras crianças. O mesmo acontece com objetos que são compartilhados em berçários e escolas, como brinquedos, copos e talheres. Também é possível contrair a doença a partir do contato direto com o líquido das bolhas. A transmissão começa de um a dois dias antes do aparecimento das lesões na pele.

Tratamento
Por ser uma doença viral, não há tratamento específico. Os medicamentos indicados são sintomáticos, como os que amenizam a febre e dores no corpo, ou anti-histamínicos, aliados no alívio da coceira. Antigamente, na tentativa de minimizar o desconforto, os pais davam banhos com substâncias diversas (permanganato de potássio, amido de milho, talco mentolado, etc.), mas isso é contraindicado. Para atenuar o coça-coça, recomendam-se banhos e compressas mornos. A literatura médica também considera benéficos os banhos de aveia coloidal (uma farinha extrafina produzida sem produtos químicos), porque ela hidrata e acalma a pele. Mas, atenção: só o pediatra do seu filho é que pode receitá-la, além de orientar como usar.

Como prevenir a doença?
Com a vacinação! O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza uma dose da vacina varicela aos 4 anos de idade, correspondente à segunda dose do esquema contra varicela. A primeira dose é aplicada aos 15 meses, como parte da vacina tetraviral (SCR-V), que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam duas doses da vacina varicela: a primeira aos 12 meses e a segunda entre 15 e 24 meses de idade. Essas doses coincidem com o esquema de vacinação da vacina SCR e, portanto, a vacina SCR-V pode ser usada nas duas doses, informa a SBIm.

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