• Aline Dini
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Catapora pode causar entre 500 e mil lesões (Foto: Getty Images)

Catapora pode causar entre 500 e mil lesões (Foto: Getty Images)

Facilmente transmissível e responsável por deixar mães e pais de cabelo em pé, a catapora, também chamada de varicela, é uma doença infecciosa causada pelo vírus Varicela-Zoster, que resulta nas temidas feridas avermelhadas por toda pele. Elas coçam demais e não poupam nem mesmo as regiões mais sensíveis do corpo, podendo sair dentro da boca, na região genital, couro cabeludo e até nos olhos. O presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, afirma que é bastante comum que saiam entre 500 e mil feridas por todo o corpo. A duração das lesões costuma ser de uma semana. A boa notícia é que dá para evitar a doença com a vacina, disponível no Brasil há 20 anos.

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Tem dúvidas sobre a vacina? O pediatra e infectologista Renato Kfouri responde os principais questionamentos:

Como é feita a vacina contra a catapora?
A vacina é feita com o vírus Varicela-Zoster vivo e atenuado, ou seja: ele é enfraquecido por processos químicos ou pelas altas temperaturas, por exemplo. E daí, ao entrar em contato com o corpo, ele desperta a produção imune sem causar o desenvolvimento da doença.

Pode acontecer de o vírus se manifestar e a pessoa ter catapora após a vacina?
Pode. E até por isso, a vacina é contraindicada para grávidas, recém-nascidos e pessoas com problemas na imunidade. Porém, os casos não são comuns, e quando acontece, a doença se manifesta de forma mais branda, causando menos febre e bem menos lesões (de 10 a 100).

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Como são os nomes das vacinas contra catapora?
Na carteira de vacinação, você encontra de duas formas: apenas varicela ou tetravalente viral, que combina as imunizações também contra sarampo, caxumba e rubéola. Então, pode-se tomar apenas a tetravalente, sendo apenas uma picada, ou a tríplice viral mais a varicela, somando duas picadas. Geralmente, é preferível a tetravalente, justamente, por ser uma única picada. Porém, alguns estudos mostraram que ao tomar a primeira dose, a vacina combinada tetravalente aumenta as chances de febre após a vacinação. Por isso, alguns pediatras e pais optam por dar a primeira dose separada, sendo a tríplice viral num braço e a da varicela no outro. Na segunda dose entra a tetravalente. Na prática, não há nenhuma diferença entre uma aplicação e outra. E a forma de imunização também não é alterada.

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Quando devo vacinar meu filho contra a catapora?
Inicialmente, a vacina foi inserida no Programa Nacional de Imunizações no esquema de dose única, porém, verificou-se que duas doses da vacina seriam mais eficientes no combate a doença. Então, em 2018, a vacina passou a ser dada em duas doses: uma os 15 meses e outra aos 4 anos. A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunizações recomendam um intervalo um pouco mais curto: a primeira dose aos 12 meses e a segunda a partir dos 15 meses, assim como é a recomendação da maioria dos países europeus. São dois calendários diferentes de acordo do local onde a pessoa for dar a vacina: pelo SUS ou no sistema privado. Vale ressaltar que não há qualquer diferença entre uma e outra vacina.

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Qual a eficácia da vacina?
A eficácia para primeira dose é de cerca de 80%, sendo que quem adquirir a catapora tendo tomado uma dose, raramente vai ter complicações. Já depois da segunda dose, a eficácia é de 95% para as cataporas comuns e perto dos 100% para os casos mais graves da catapora, como a varicela hemorrágica, que é raríssima, atingindo cerca de 1 pessoa em cada 1 milhão.

A vacina da catapora conseguiu erradicar a doença?
Não. Apesar disso, atualmente ela é bem mais controlada do que antigamente.

Existe algum tratamento para a catapora?
Existem antivirais que são usados em casos graves da doença. Mas não é uma recomendação de rotina. O normal é que a doença regrida sozinha após a cicatrização das feridas.

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