• Amanda Oliveira, do home office
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Após três abortos, mãe engravida de trigêmeas (Foto: Divulgação )

Após três abortos, mãe engravida de trigêmeas (Foto: Arquivo Pessoal)

O aborto espontâneo é um momento traumático na vida de uma mãe. Para a recepcionista, Nivea Maria da Costa, 43, essa experiência foi ainda mais dolorida. Moradora de Manaus (AM), ela passou por três perdas gestacionais no ano passado. "Cada uma levava um pedaço de mim", diz. No entanto, ela foi surpreendida com uma gravidez de trigêmeas idênticas no mesmo ano. 

Em seu primeiro casamento, Nivea engravidou de seu filho, Paulo Júnior, hoje com 15 anos. Após um tempo, ela se separou e se casou novamente com Victor Parente, 37. Como não tinham filhos juntos, os dois decidiram tentar uma gravidez. A gestação foi tranquila e a pequena Amanda Luisa, 3, veio ao mundo, quando a mãe tinha 40 anos. Em 2019, surgiu novamente o desejo da maternidade, no entanto, os abortos espontâneos acabaram adiando esse sonho. 

No entanto, em novembro de 2019, Nivea recebeu a incrível notícia que seria mãe de trigêmeas. "Eu só não cai, porque estava deitada. Meu coração quase parou", afirma. Apesar da pandemia, a gestação da recepcionista foi bem tranquila e as meninas, Victória, Helena e Sofia, vieram ao mundo em 28 de junho.

Confira o relato de Nivea completo. 

Eu sempre quis ser mãe! Já tinha um filho do meu primeiro casamento e, quando estava com 40 anos, engravidei da Amanda Luisa. Como tive gestações tranquilas e sem riscos, decidi tentar uma nova gestação. Em 2019, engravidei! Fiquei muito feliz, porque tinha conseguido de primeira. Coloquei a boca no trombone, todo mundo sabia que eu estava grávida! Quando fiz oito semanas, fui a uma consulta e descobri que o coração do bebê tinha parado de bater. Não sabíamos o porquê. Então, fiz a curetagem, mas queria continuar tentando engravidar. 

Nívea engravidou em plena pandemia  (Foto: Divulgação )

Nívea engravidou em plena pandemia (Foto: Arquivo Pessoal )

Em agosto, passei por um novo aborto! Eu tive gestação anembrionária [caracterizada pela presença do saco gestacional sem o desenvolvimento do embrião]. Desta vez, não precisei fazer a curetagem. Em setembro, mais um teste positivo, mas tive mais um aborto espontâneo precoce [a gravidez não evolui e o organismo “fagocita” o embrião]. 

Depois do terceiro aborto, fiquei muito desanimada. Parecia que era uma voz do além me dizendo para não tentar mais. Eu ficava triste, porque cada perda levava um pedaço de mim. Pensei até em colocar o DIU

Em novembro, comecei a sentir enjoos leves e mais fome. Um dia, fui ao banheiro e percebi que tinha um pouco de sangue. Faltavam ainda três ou quatro dias para a minha menstruação, mas pensei que tinha mesntruado mesmo. Estava desanimada. Depois, fui ao banheiro novamente e não tinha nada de sangue. Logo pensei, que era a menopausa. Desabafei com uma amiga e ela me disse que poderia ser um bebê arco-íris. Então, fiz um teste que deu negativo! Pensei: "Agora já era!". 

Mesmo assim, decidi fazer mais um teste e esse deu positivo. Foi um misto de alegria e medo. Porém, não falei para ninguém. Passou uma semana e não aguentei. Deixei meu marido em casa, sem saber de nada e fui a uma clínica fazer o ultrassom. A médica olhou e disse que até tinha o saco gestacional, porém não tinha o embrião. Fiquei louca! Decidi esperar mais um pouco.

Os enjoos aumentaram. Fiz mais um teste e deu positivo. Fui novamente a uma clínica fazer o ultrassom e descobri que tinha engravidado. Meu coração foi a mil e chorei! De repente, o médico chamou sua assistente. Nesse momento, entrei em desespero. Sabia que tinha alguma coisa estranha. Então, ele me disse que eu esperava trigêmeos. Só não cai, porque estava deitada. Meu coração quase parou! Eu tinha cinco semanas e seis dias de gestação. No dia, estava sozinha, porque não queria contar para ninguém e tive que chamar meu marido.

Victoria, Sofia, Helena  (Foto: Divulgação )

Victoria, Sofia, Helena (Foto: Divulgação )

Quando ele chegou, estranhou porque eu estava pálida. Contei da gravidez e ele ficou feliz, disse que era isso que queríamos mesmo. Foi então que eu disse que eram três. Ele parou o carro e falou que queria beber uma água. Não sei como chegamos em casa naquele dia, foi uma euforia.  

Passei minha gestação tranquila, mas foi bem no meio da pandemia, às vezes, eu não tinha como ir ao médico. No final, precisei ficar internada, porque minha pressão subiu. Com 35 semanas, tive que fazer uma cesárea de emergência, pois uma das bebês estava com o coração acelerado e entrou em sofrimento

As meninas nasceram no dia 28 de junho e ficaram 30 dias na UTI Neonatal em observação, porque eram prematuras. Eu ia todos os dias para a maternidade. Os primeiros dias foram bem difíceis. Três bebês mexem com o nosso psicológico. Você não sabe para quem dá colo ou peito. Mas, agora, elas estão bem e nós estamos nos adaptando. É difícil de identificar também, coloquei até pulseiras de cores diferentes no braço delas. 

Eu já voltei a trabalhar e as meninas ficam com a minha sogra e meu esposo que está desempregado. Elas são bem tranquilas e conseguimos ter uma rotina com elas. Agora, nós compartilhamos nosso dia a dia no Instagram e é bem divertido.