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Elaine sofreu uma perda gestacional no início da gravidez (Foto: Jorge Bispo/ GNT)

Elaine sofreu uma perda gestacional no início da gravidez (Foto: Jorge Bispo/ GNT)

A perda de um bebê traz uma dor inimaginável para uma mãe! A historiadora Elaine Gonçalves da Costa Pereira, 38, passou por isso em sua primeira gestação. Quando ela estava com três semanas de gravidez, o coração de seu bebê parou de bater. "Isso foi um divisor de águas na minha vida. Mulher nenhuma deveria passar por uma perda gestacional, porque a partir do momento que você sabe que está grávida já começa a amar aquela criança", relata.

Logo depois desse difícil período, Elaine e o marido, Leonardo Ramos Pereira, descobriram que estavam grávidos novamente. Seu bebê arco-íris nasceu em plena pandemia no dia 16 de julho. "Não tinha ideia de quão grande é o amor que sentimos pelos nossos filhos, faz esquecermos que está doente, com sono, faz esquecermos da rotina. Ela é a nossa última peça do quebra-cabeça!"

O relato de Elaine também será exibido no programa Boas Vindas, do Canal GNT, parceiro da CRESCER. A nova temporada já está no ar e é exibida todas as sextas-feiras, às 23 horas.

Nós decidimos que não teríamos filhos nesse primeiro momento, porque queríamos viajar e aí vieram os gatos. Falávamos que os gatos eram nossos filhos. Mas, em determinado momento, a própria relação começou a pedir e passamos a pensar em engravidar. Quando aconteceu, eu falei: “Meu Deus, e agora?”. Foi um período muito turbulento! Eu tive um sangramento e fui para o hospital. Depois, tive que ficar de repouso, fiquei mais de um mês sem sair de casa na expectativa de dar certo e não deu! Ainda continuei grávida por três semanas até o coração do bebê parar de bater.

Esse momento foi um divisor de águas na minha vida. Mulher nenhuma deveria passar por uma perda gestacional, porque a partir do momento que você sabe que está grávida já começa a amar aquela criança. Fui submetida a uma curetagem. Quando acabou o período de esperar para tentar uma nova gestação, engravidei no mês seguinte. Comecei a desconfiar em um almoço de trabalho, meu estômago embrulhou e decidi fazer o teste e deu positivo. Passei o dia inteiro pensando como ia contar para o Leonardo. Coloquei o body no fundo da caixa junto com o Yoda e coloquei o teste como se fosse um sabre de luz.

A pequena Marina nasceu em meio à pandemia (Foto: Jorge Bispo/ GNT)

A pequena Marina nasceu em meio à pandemia (Foto: Jorge Bispo/ GNT)

O início da gestação foi marcado pelo medo. Era o tempo todo, indo ao banheiro conferindo papel, vendo se está com sangramento, conforme o tempo foi passando meu coração foi ficando mais tranquilo. A Marina é meu bebê arco-íris. Essa palavra é muito significativa para mim. A chegada da minha filha é uma esperança, ela vem para trazer celebração. 

Quando descobri que seria mãe, já me sentia pronta. Mas, ao ver que era uma menina fiquei preocupada, pois tinha me preparado para ser mãe de menino. A chave virou e eu só pensava em como colocar uma mulher em um mundo como o nosso, como preciso agir

O que eu esperava é que meu parto fosse o mais natural possível, sem intervenção. A bolsa rompeu quando eu estava tomando café. Logo depois, comecei a sentir algumas contrações mais fortes. Entramos em contato com a enfermeira e ela veio para casa. Quando saímos para o hospital, já estava com sete centímetros de dilatação.

Eu estava na banheira e o médico veio escutar o coração da Marina e disse que eu precisava sair da banheira, porque a minha filha estava com os batimentos cardíacos acelerados. A partir desse momento, comecei a me desconcentrar. Toda vez que vinha a contração, eu travava. Quando comecei a me reconectar com o parto e meu corpo, as coisas começaram a evoluir, aí senti a Marina passando.

Não sei explicar. Ela nasceu e eu parei de sentir dor na hora. É algo sublime e intenso. Ela foi muito esperada. Estava preocupada em como seria com a Marina em casa. No hospital, tinha todo o aparato, tivemos que aprender. Mas, apesar de ser cansativo, é uma delícia! Estamos muito felizes com o nosso presente em casa. Não tinha ideia do quão grande é o amor que sentimos pelos nossos filhos, faz esquecermos que estamos doentes, com sono, faz esquecermos da rotina. Ela é a nossa última peça do quebra-cabeça!