• Amanda Oliveira
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Aline e Antônio: orgulho de serem eles mesmos (Foto: Jorge Bispo)

Aline e Antônio: orgulho de serem eles mesmos (Foto: Jorge Bispo)

"Há algum tempo, quando eu era mais jovem, se me perguntassem se eu queria ser mãe, não saberia responder. Não era algo que eu desejasse tanto. Sempre fui muito livre, sabe? Acho que isso é meio coisa de sagitariana. Sempre gostei de viajar, trabalho com música, sou cantora. Mas em 2010, quando conheci o Igor [Rickli, ator, marido de Aline], tive certeza de que queria ser mãe.

Quando descobri que estava grávida, falei que gostaria de tentar o parto normal e humanizado. Durante a gestação, fiz ioga, cantei, dancei.

Ao chegar no hospital, estava quase tendo o bebê. Eu já tinha passado por 20 horas de trabalho de parto. E foi normal! A gente não consegue explicar a dor. É uma sabedoria do corpo, que trabalha para aquilo acontecer.

Depois de tanto tempo, tê-lo ali, saudável, nos meus braços, me transformou para sempre. A chegada de um filho muda tanto a sua vida quanto a forma como você enxerga o mundo...

A partir do momento em que o Antônio nasceu, fui me entendendo como mãe, e ele foi me expandindo. Foi quando abracei a maternidade e um novo mundo se abriu. A partir daí, tive coragem de colocar a minha cria debaixo do braço para buscar meus sonhos, porque é importante para mim que meu filho me veja feliz e realizada. É isso que desejo deixar para ele. 

A necessidade de sempre querer ser uma mãe melhor é um processo intenso. Por isso, tentei me reencontrar. A minha vida toda usei aplique, sempre recorri a recursos para esconder meu cabelo. Até então, não tinha percebido o quanto isso me fazia mal. Um dia, resolvi assumir o meu cabelo como ele é. Foi um momento de aceitação e autocuidado. Hoje, sinto minha alma empoderada e sei que isso se reflete no meu filho, que é fruto de uma mistura de raças. Ele é apaixonado pelo cabelo cacheado dele, e isso é importante para que se reconheça e seja um homem livre e potente na luta contra o racismo. A chegada do Antônio me mostrou que, se eu não me amar do jeito que sou, dificilmente alguém vai conseguir me amar.

A maternidade é a coisa mais linda que já vi, mas também é muito desafiadora. Quando você engravida, entende que não tem controle sobre absolutamente nada. Você fica exausta, sem dormir e, mesmo assim, tem todo o amor do mundo.

Nossa sociedade, nosso planeta... Estamos passando por um momento muito difícil. Entendi que já encontrei minha esperança, que é o meu filho. É por ele que acordo todos os dias e que continuo tendo fé de que vamos viver tempos melhores. Essas crianças podem construir um futuro diferente.”

Quer saber mais sobre A história de Aline? Esse e outros relatos de parto serão exibidos no programa Boas Vindas, do Canal GNT. EPISÓDIOS REPRISADOS TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 23H