Tendências

Se você faz parte da Gen-Z ou interage com eles de alguma forma, provavelmente já ouviu o termo aesthetic ou aesthetics – que, na tradução livre para o português, significa "estética".

Mas, quando usado como adjetivo, ele confere características particulares valorizadas pela geração em diversos âmbitos, inclusive na decoração.

O que é decoração aesthetic?

Segundo a arquiteta Gabriela Prado, a decoração aesthetic se concentra na estética visualmente agradável, que, geralmente, incorpora elementos como cores suaves, linhas limpas, minimalismo e uso de plantas.

"Acredito que o termo se difundiu muito entre essa geração porque, além de ser uma decoração clean e harmoniosa, ela se difundiu bastante no Pinterest e Instagram", diz.

Cores suaves, plantas e escolhas minimalistas costumam sintetizar o movimento aesthetic na decoração. Na foto, projeto do o escritório Onno Arq. Móveis planejados da Criare Floripa - Boutique House. Espelho da Decorinox Metalúrgica. Arara da Casavee. Pendente da Balai. Arandelas da LampLuz. Pintura efeito Velvet, da Tintas Coral. Roupas de cama da Altenburg — Foto: Fabio Severo Junior / Divulgação
Cores suaves, plantas e escolhas minimalistas costumam sintetizar o movimento aesthetic na decoração. Na foto, projeto do o escritório Onno Arq. Móveis planejados da Criare Floripa - Boutique House. Espelho da Decorinox Metalúrgica. Arara da Casavee. Pendente da Balai. Arandelas da LampLuz. Pintura efeito Velvet, da Tintas Coral. Roupas de cama da Altenburg — Foto: Fabio Severo Junior / Divulgação

Mas há também uma relação direta com as tendências e a moda. A arquiteta Amanda Mori, do escritório Go Up Arquitetura, explica que o movimento celebra a estética em todas as suas formas, desde a natureza até a arte, do contemporâneo ao retrô.

"Originado no Tumblr, o aesthetic surgiu quando jovens começaram a mesclar elementos modernos com peças vintage das décadas de 1980 e 1990. Essa abordagem única visa criar um estilo novo e distinto, fundindo o presente com o passado de forma criativa", diz.

Segundo ela, a moda é uma forma de mostrar ao mundo a personalidade e, com as redes sociais, o ambiente ou cenário da vida se estende a essa lógica. Isso ajuda a esclarecer o interesse tão grande da Gen-Z pelo tema da decoração.

"Na reprodução desse estilo, que mistura o vintage com o moderno, muita luz, beleza, natureza e tudo aquilo que é fotogênico, sem deixar de lado itens que sejam statement e representam a personalidade do morador", completa.

O movimento aesthetic valoriza tudo que é fotogênico e itens "statement", que ilustram a personalidade do morador. Na foto, o living ganhou ar contemporâneo com o neon, da linha própria dos arquitetos do Studio Roca, que comanda o projeto. Atrás dele fica o quarto de hóspedes, com porta rolô aberta para o estar. Junto da mesa de jantar, cadeiras de ferro da LZ Studio — Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação
O movimento aesthetic valoriza tudo que é fotogênico e itens "statement", que ilustram a personalidade do morador. Na foto, o living ganhou ar contemporâneo com o neon, da linha própria dos arquitetos do Studio Roca, que comanda o projeto. Atrás dele fica o quarto de hóspedes, com porta rolô aberta para o estar. Junto da mesa de jantar, cadeiras de ferro da LZ Studio — Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação

A arquiteta Leticia Marchizelli, por sua vez, acredita que o apelo da decoração aesthetic entre a Gen-Z está diretamente associada à vontade de fazer parte de um grupo. "Para geração Z, essa é uma forma de se classificar. Não que você precise se encaixar somente em uma 'aesthetic', mas é um jeito de mostrar a sua personalidade", diz.

Como criar uma decoração aesthetic

Como dito acima, o apelo visual e fotogênico é de extrema importância em uma decoração aesthetic. Mas como adotar, em termos práticos, o estilo no décor? Para Amanda, plantas, elementos naturais e espelhos que seguem as últimas tendências do mercado são essenciais, bem como a personalização.

Espaços personalizados que acenam às últimas tendências fazem parte da decoração aesthetic, que abraça também formas inusitadas e orgânicas. Na sala da foto, projetada pelo escritório OHMA, os arcos inspirados no Marrocos foram ressignificados em portais e dão forma a porta. Espelho e nichos na parede pintada com a tinta Flor-de-Anis, da Suvinil. O tapete é desenho do Ohma Design, com cores selecionadas pelo morador e execução da Sururu Design — Foto: Eduardo Macarios / Divulgação
Espaços personalizados que acenam às últimas tendências fazem parte da decoração aesthetic, que abraça também formas inusitadas e orgânicas. Na sala da foto, projetada pelo escritório OHMA, os arcos inspirados no Marrocos foram ressignificados em portais e dão forma a porta. Espelho e nichos na parede pintada com a tinta Flor-de-Anis, da Suvinil. O tapete é desenho do Ohma Design, com cores selecionadas pelo morador e execução da Sururu Design — Foto: Eduardo Macarios / Divulgação

"Use cores suaves ou terrosas, peças artesanais e objetos que tenham um significado especial. Cada parede é pensada como parte de um cenário, enquanto os objetos decorativos buscam formas inusitadas e orgânicas, com influências do design Memphis", afirma.

Quanto à iluminação, a arquiteta explica que o neon e as luminárias de luz indireta são populares e criam uma atmosfera acolhedora e intimista à noite. Já durante o dia, aproveita-se ao máximo a luz natural.

"Esse estilo de decoração é uma celebração da individualidade e da beleza estética, capturando a essência única de cada morador em um ambiente harmonioso e inspirador", pontua Amanda.

Cores neutras, luz abundante e materiais naturais também são traços do décor aesthetic. Neste projeto do arquiteto Rafael Zalc, as janelões banham de luz natural o ambiente com piso original de madeira marchetada, antes coberto com tinta epóxi preta, que foi restaurado. O “tapete” sinuoso feito de cacos de mármore se conecta ao conjunto de banco, floreira e sofá de concreto, desenhado pelo escritório e executado pela Tresuno. Seguindo o conceito de formas orgânicas do projeto original, os moradores inseriram a poltrona e o sofá "Pebble", além da mesa "Martelos", design de Leo Capote. Poltrona suspensa "Folha", do Lattoog Design para a Breton — Foto: André Mortatti / Editora Globo
Cores neutras, luz abundante e materiais naturais também são traços do décor aesthetic. Neste projeto do arquiteto Rafael Zalc, as janelões banham de luz natural o ambiente com piso original de madeira marchetada, antes coberto com tinta epóxi preta, que foi restaurado. O “tapete” sinuoso feito de cacos de mármore se conecta ao conjunto de banco, floreira e sofá de concreto, desenhado pelo escritório e executado pela Tresuno. Seguindo o conceito de formas orgânicas do projeto original, os moradores inseriram a poltrona e o sofá "Pebble", além da mesa "Martelos", design de Leo Capote. Poltrona suspensa "Folha", do Lattoog Design para a Breton — Foto: André Mortatti / Editora Globo

Gabriela acrescenta que alguns exemplos de elementos comumente encontrados na decoração aesthetic são cores neutras, como branco, cinza, bege e tons pastel; e móveis de linhas limpas e simples, muitas vezes em tons claros ou de madeira natural.

Toques de tonalidades suaves, como blush, verde-menta ou azul-pálido, também são bem-vindos, bem como texturas suaves e naturais, como algodão, linho e madeira.

A arquiteta também aponta elementos retrô ou vintage, a exemplo de luminárias e câmeras antigas ou móveis restaurados, como itens característicos da decoração aesthetic. Já Letícia sugere usar texturas nas paredes, como grânulos, reboco baiano ou mesmo papel de parede ecológico.

O movimento aesthetic também se apropria das texturas, seja nos tecidos, seja nas paredes. Pode ser uma boa ideia, então, utilizar o reboco baiano como revestimento, como fez o escritório Térreo Arquitetos neste projeto. Espelhos desenhados pelo escritório e executados pela marcenaria D’Locus. Sofá e mesinhas da Aflex Móveis — Foto: Fabio Jr. Severo / Divulgação
O movimento aesthetic também se apropria das texturas, seja nos tecidos, seja nas paredes. Pode ser uma boa ideia, então, utilizar o reboco baiano como revestimento, como fez o escritório Térreo Arquitetos neste projeto. Espelhos desenhados pelo escritório e executados pela marcenaria D’Locus. Sofá e mesinhas da Aflex Móveis — Foto: Fabio Jr. Severo / Divulgação

"Ao mesmo tempo que cada vez mais os lares têm personalidade na organização, precisamos de lugar para tudo. Então veremos mais lixeiras e geladeiras embutidas e portas escamoteáveis a fim de esconder eletrodomésticos – tudo para deixar somente o que é mais importante à vista!", afirma.

Também vale investir em gavetas e armários com organizadores e potes identificados para uma rotina mais organizada. "De itens decorativos, acredito que objetos de viagem são peças interessantes. Algo que relembre o lugar que você visitou ou que seja muito específico da região", diz.

Ela sugere usar peças de designers que transmitem partes da personalidade do morador, como esculturas, quadros, azulejos personalizados, miniaturas, etc. "Mais uma vez falando sobre biofilia, as flores secas são um ótimo jeito de trazer personalidade sem ter muito trabalho", diz.

Por fim, a textura também está presente nos tecidos do décor aesthetic, como o bouclé.

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