Paisagismo
Por , com Alex Alcantara

Vinagreira, quiabo-roxo, caruru-da-guiné, groselha e cuxá são alguns dos nomes pelo qual é chamada a planta Hibiscus sabdariffa. Originária da África, a espécie teria chegado ao Brasil na época da colonização, junto aos africanos.

“Ela foi difundida como uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) e passou a ser usada na culinária, principalmente na região do Maranhão”, conta Janie Garcia da Silva, mestre em Botânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Adaptada a climas tropicais, o vegetal que ainda pode ser usado de forma ornamental e suporta temperaturas mais altas.

Como cultivar

A planta de caule e folhas avermelhadas e flor amarelada pode ser cultivada por meio de sementes e estaca. “Depois de 90 dias, você tem uma muda já desenvolvida”, conta Janie.

A floração da Hibiscus sabdariffa ocorre entre as estações mais quentes — Foto: Forest and Kim Starr / Wikimedia Commons
A floração da Hibiscus sabdariffa ocorre entre as estações mais quentes — Foto: Forest and Kim Starr / Wikimedia Commons

A vinagreira deve ficar em meia-sombra ou sol pleno e precisa ser regada sempre que o solo estiver seco. “O ideal é irrigar cerca de três vezes por semana para mantê-la vigorosa”, diz. Bem cuidada, a Hibiscus sabdariffa pode chegar até 3 metros de altura. Além disso, a floração ocorre entre setembro e abril.

Para uso ornamental, também é recomendado realizar a poda da planta para evitar formas irregulares. Com a corola da flor amarelada e o miolo vermelho, a vinagreira costuma ser usada em arranjos de flores para eventos e em jardins.

Como usar o cuxá na alimentação

Com sabor levemente ácido, como o seu nome popular pode indicar, a vinagreira é uma ótima opção na gastronomia. “As partes consumíveis incluem: folhas, flores, cálices, sementes e raízes”, explica Manuela Dolinsky, professora associada da faculdade de nutrição da UFF e Diretora do Conselho Federal de Nutricionistas.

“A versatilidade no sabor torna a vinagreira uma adição interessante em diversas receitas, oferecendo não apenas benefícios nutricionais, mas também um toque único de sabor”, opina a profissional.

A cuxá planta é tipicamente usada na culinária maranhense — Foto: Pradeepkannamkulath / Wikimedia Commons
A cuxá planta é tipicamente usada na culinária maranhense — Foto: Pradeepkannamkulath / Wikimedia Commons

A planta é utilizada, em especial, no arroz de cuxá, um prato típico do Maranhão, onde o cereal é preparado com a espécie e camarão seco. “Os cálices, que têm um sabor levemente cítrico similar ao do cranberry ou da framboesa, são usados na produção de doces, sucos, geleias e chás, dando uma coloração vermelha bastante atraente”, adiciona Manuela.

A nutricionista ainda cita outras formas de consumo:

  • Pães: as sementes maduras podem ser torradas e moídas para serem usadas na fabricação de pães.
  • Chás e infusões: os cálices são usados para fazer um chá conhecido como "chá de hibisco".
  • Saladas: folhas jovens podem ser adicionadas a saladas frescas.
  • Refogados e sopas: folhas e caules podem ser refogados com diferentes vegetais ou usados no preparo de sopas.
  • Molhos: os cálices podem ser usados a fim de fazer molhos para carnes e peixes.
  • Sucos e bebidas: cálices são usados para fazer sucos e, às vezes, são fermentados para produzir bebidas alcoólicas.

Além do sabor marcante, o cuxá ainda possui benefícios nutricionais. Essa PANC é uma fonte de vitaminas A e B1 e de sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro. “A vinagreira ainda fornece vários aminoácidos essenciais como isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, valina, arginina, histidina”, complementa Manuela. Os aminoácidos são importantes para a formação de tecidos, músculos, hormônios e enzimas.

O alimento ainda contribui com a imunidade e na prevenção de doenças crônicas, por ser rico em vitamina C e antioxidantes. Sua propriedade anti-inflamatória reduz inflamações e alivia dores, enquanto os efeitos diuréticos ajudam na eliminação de líquidos e no tratamento de infecções urinárias.

Para quem consome os talos e caules, segundo Manuela, ainda há uma maior absorção de fibras – “benéficas para a saúde digestiva e na regulação dos níveis de açúcar no sangue”, explica.

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