Plantas Alimentícias Não Convencionais, ou PANCs, são conhecidas por crescerem em diversas partes do país e pela sua extensa lista de benefícios à saúde. A ora-pro-nóbis, com plantas carnudas e bem resistentes, é uma trepadeira nativa da flora brasileira.
Dona também de flores brancas com miolos bem amarelados ou alaranjados, a espécie é muito consumida na gastronomia pelo seu sabor delicioso. A nutricionista Andreia Soares explica que a ora-pro-nóbis é repleta de proteína vegetal e fibras, sendo uma opção inteligente aos veganos e vegetarianos.
"Ela ainda tem alto teor de vitamina C e ferro, que ajudam a fortalecer a imunidade e aumentar a absorção dos nutrientes e vitaminas, o que é ótimo para reverter ou prevenir a anemia em alguns casos", complementa.
Outra vantagem de incluir a planta na alimentação é devido à sua capacidade antioxidante, que ajuda a diminuir o colesterol LDL (colesterol ruim), a controlar os triglicerídeos e a produzir colágeno. "Ela consequentemente auxilia nas unhas, nos cabelos e na pele mais bonitos e resistentes, e, por último, as fibras presentes na ora-pro-nóbis ajudam a promover um ambiente favorável para as bactérias benéficas no intestino", explica Andreia.
Suzana Camacho Lima, coordenadora de pós-graduação dos cursos de Nutrição do Senac EAD, complementa que a PANC também possui baixo valor calórico, é rica em cálcio e ainda possui moléculas bioativas com propriedades metabólicas, anti-inflamatórias, antioxidantes e antimicrobianas: "por conta disso, ela é utilizada para fins farmacológicos na medicina popular brasileira", explica.
Como inserir a ora-pro-nóbis na alimentação
Suzana adianta que a PANC possui um cultivo bem simples e com altas chances de propagação: "Como as folhas são suculentas, e possuem mucilagem, podem ser usadas na produção de farinhas, que podem ser incluídas em massas alimentícias como o macarrão, incrementada em saladas, refogados, tortas, etc. Pode ser consumida tanto cozida como crua".
Comercialmente, a professora explica que é possível encontrar concentrados proteicos da planta, mas na hora de comer em casa, casar o consumo dos talos (9,53% das proteínas) com as folhas (19,95%) é igualmente interessante.
Para minimizar as perdas pela cocção, pode ser consumida crua. Contudo, ela finaliza explicando que ainda é possível cozi-las a vapor, normalmente, ou refogadas, visando enriquecer produções culinárias como tortas, pães, biscoitos, recheios e outros.
Andreia complementa que a planta é uma opção na hora de fazer chás e sucos e não existem contraindicações, mas o ingrediente não deve ser levado como fonte primária de proteína, e, sim, fazer parte da alimentação. "Isso porque a ora-pro-nóbis não supre a recomendação diária de macronutrientes, exceto se for consumida em abundância, o que não é possível. Deve-se consumir a planta com moderação, sem exageros", finaliza a especialista.