Paisagismo

Todo amante de plantas, iniciante ou não, já se deparou com o dilema do substrato na hora de cuidar do jardim: o que é, qual o seu papel, usar ou não, e como escolher o ideal para as espécies em mãos.

Pensando nisso, conversamos com profissionais do ramo para sanar as principais dúvidas sobre o assunto e dar dicas de como aproveitar todos os benefícios que um bom substrato pode oferecer às suas plantas.

As suculentas, por exemplo, devem ser cultivadas em vasos com furos e substrato adequado — Foto: Freepik / Creative Commons
As suculentas, por exemplo, devem ser cultivadas em vasos com furos e substrato adequado — Foto: Freepik / Creative Commons

Composição do substrato

Assim como a exposição solar, rega e localização das espécies, o meio onde a semente criará suas raízes e se desenvolverá, conhecido como substrato, precisa ser apropriado segundo as suas necessidades. "Ele pode ser arenoso, argiloso, com bastante matéria orgânica e até a própria areia", explica Armando Salvador, engenheiro-agrônomo e paisagista na Plantare Paisagismo.

O que difere o tipo de substrato são as necessidades de cada planta, considerando que algumas precisam de mais ou menos retenção de água, nutrientes específicos e oxigenação das raízes, como as orquídeas.

"Elas precisam de bastante ar nas raízes, pois, na natureza, as orquídeas crescem em árvores, sem impedimento de estar em contato com o ar, por isso, precisam de um substrato bem grosseiro, como chips de coco ou outros materiais grandes. Já para outras plantas, o substrato pode ser aerado, com grãos mais finos", complementa Gaspar Yamasaki, engenheiro-agrônomo do canal Cultivando, ao lado do arquiteto Vitor Yamamoto.

Entender a necessidade de espaço, oxigenação e drenagem para as raízes é o primeiro passo ao escolher o substrato ideal a sua planta — Foto: Markus Spiske / Unsplash / CreativeCommons
Entender a necessidade de espaço, oxigenação e drenagem para as raízes é o primeiro passo ao escolher o substrato ideal a sua planta — Foto: Markus Spiske / Unsplash / CreativeCommons

"Precisamos tomar cuidado com a escolha do substrato porque, quando regamos uma planta, tapamos todos os poros com água, deixando as raízes temporariamente sem ar. Por isso, alguns substratos deixam o excesso de água escorrer, liberando mais oxigênio para as raízes; outros tipos fazem o contrário e retêm a água, apodrecendo plantas que não se dão bem com este cenário", complementa.

Adubo x substrato

Além do insumo principal, como terra, areia ou chips, o substrato é composto por uma seleção específica de matérias-primas, mimetizando o ambiente selvagem ideal para a espécie.

Por isso, contrariando algumas crenças, o adubo não é o mesmo que substrato, mas, sim, trabalha com ele. "O adubo é a fonte dos nutrientes ao qual as plantas absorverão para se alimentar, já o substrato é o meio de fixação ao qual a planta será cultivada", esclarece João Pedro Moura Leal, engenheiro-agrônomo da Forth Jardim.

Como escolher o substrato ideal para a minha planta?

Apesar da importância de entender as peculiaridades de cada espécie, o mercado ainda disponibiliza os chamados "substratos para plantas em geral" ou terra vegetal.

Gaspar, entretanto, alerta que não é a opção ideal. "As terras vegetais possuem a mesma função, mas a diferença é o substrato ser feito de materiais orgânicos compostados, enquanto a terra vegetal é de terra 'de barranco' – também conhecida como terra vermelha –, misturada com compostos orgânicos, adquirindo propriedades melhores do que a terra pura", completa.

O jasmim-manga pode ser cultivado em vasos, desde que o recipiente comporte as raízes e tenha furos para drenagem de água — Foto: Flickr / Ben Robbins / Creative Commons
O jasmim-manga pode ser cultivado em vasos, desde que o recipiente comporte as raízes e tenha furos para drenagem de água — Foto: Flickr / Ben Robbins / Creative Commons

"A necessidade de aeração de uma planta em um vaso é maior do que aquela que está no solo, onde o oxigênio chega de todos os lados. O que acontece é que, usando apenas terra, as raízes não recebem tanto oxigênio, demorando para se desenvolver. Estes solos também são comumente argilosos e endurecem com o tempo, dificultando ainda mais o crescimento das raízes", explica Gaspar.

Pensando nisso, plantas que, na natureza, crescem em solo, podem se dar bem com terra vegetal quando em vasos; enquanto as epífitas, que, de forma selvagem, crescem em árvores ou pedras – como as orquídeas – precisam de substratos mais grosseiros e não se dão bem com este tipo de material generalista.

João Pedro concorda e diz que a melhor maneira de decidir qual substrato escolher é identificar a espécie e sua origem. "Sabendo qual é o ambiente e meio que se desenvolve naturalmente, resta escolher uma alternativa que replique estas condições", comenta.

Thalita Vitachi, bióloga-paisagista e sócia de Armando no Plantare Paisagismo, salienta a importância dos componentes corretos ao afirmar que as plantas são seres vivos e, como humanos e animais, possuem necessidades específicas.

"Elas possuem metabolismo ativo e, da mesma forma que precisamos diariamente de nutrição e hidratação, isso também acontece com elas, seja em solo natural, jardins, seja em vasos. As plantas em vaso não possuem autonomia de afundar suas raízes para buscar nutrientes, portanto, demandam do seu cuidador a rotina de mantê-las hidratadas e nutridas", explica.

As plantas precisam de substratos específicos para que suas raízes não sejam sufocadas, já que necessitam de oxigênio — Foto: Pexels / Karolina Grabowska / Creative Commons
As plantas precisam de substratos específicos para que suas raízes não sejam sufocadas, já que necessitam de oxigênio — Foto: Pexels / Karolina Grabowska / Creative Commons

A bióloga também cita outro ponto importante: manter o substrato rico, adubado e selecionado para a espécie. Recebendo água diariamente, mas sem o meio de desenvolvimento ideal, a planta absorverá todos os nutrientes até que não sobre mais, dificultando a sua sobrevivência.

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