Dicas

Por Yara Guerra

Ter receio em misturar cores, estampas e padrões é comum, especialmente entre moradores mais minimalistas. Mas se você também já está ficando cansado da mesmice dos tons monótonos e superfícies lisas, pode haver uma saída: apostar na combinação entre superfícies unicolores e padrões amadeirados.

"A combinação de tons unicolores com a madeira cria uma identidade visual segura, que permite adicionarmos outros elementos ao espaço sem medo de errar", diz a arquiteta Amanda Saback, do escritório Traama Arquitetura.

No projeto deste apartamento, o escritório Traama Arquitetura combinou a madeira da mesa de centro e do painel da TV com tons neutros em superfícies unicolores — Foto: Júlia Tótoli / Divulgação
No projeto deste apartamento, o escritório Traama Arquitetura combinou a madeira da mesa de centro e do painel da TV com tons neutros em superfícies unicolores — Foto: Júlia Tótoli / Divulgação

Como exemplo de aplicação em interiores, ela cita um projeto de sua autoria, onde uma base de tons que varia entre o bege e a madeira média foi combinada com objetos em padrões de crochê e trançado de couro.

Como combinar superfícies unicolores e padrões amadeirados

Explorar uma paleta com tons unicolores pode oferecer muitas possibilidades – mas, segundo Amanda, é preciso tomar cuidado para não deixar o resultado monótono.

"Quando optamos por usar uma mesma base de cor com diferentes tonalidades e matizes, costumamos harmonizar esses tons com superfícies amadeiradas. Assim, acrescentamos uma dose de aconchego e textura ao espaço", diz a arquiteta.

A madeira pode ser combinada com cores presentes no mobiliário ou nos acessórios, por exemplo. Foi o caso deste projeto de Aiê Tombolato e Livia Salem. Ladrilho hidráulico é da Brasil Imperial — Foto: Rafael Renzo / Divulgação
A madeira pode ser combinada com cores presentes no mobiliário ou nos acessórios, por exemplo. Foi o caso deste projeto de Aiê Tombolato e Livia Salem. Ladrilho hidráulico é da Brasil Imperial — Foto: Rafael Renzo / Divulgação

Atemporal, a mistura permite ainda a inclusão de outras estampas, como padrões florais, listras e até mesmo outros materiais – como metais, tecidos, pedras e vidros. É isso que defende Jessica Hori, arquiteta e gerente de marketing da Impress Decor.

"Podemos aplicar os tons unicolores em móveis, tanto nas portas e gavetas quanto na estrutura da mobília, em detalhes nas paredes e teto e elementos vazados para criar divisões e detalhes no ambiente", diz. Paredes, pisos, luminárias, tecidos de mobiliário e tapetes também recebem bem essas tonalidades.

Muitos estilos aceitam a combinação entre superfícies unicolores e padrões amadeirados, do clássico ao minimalista. Na foto, projeto do escritório Traama Arquitetura — Foto: Júlia Tótoli / Divulgação
Muitos estilos aceitam a combinação entre superfícies unicolores e padrões amadeirados, do clássico ao minimalista. Na foto, projeto do escritório Traama Arquitetura — Foto: Júlia Tótoli / Divulgação

"Uma base com tons unicolores é tão versátil que nos permite aplicá-los em todas as superfícies. O céu é o limite para uma decoração criativa", completa Amanda.

Além disso, a combinação entre cores e madeira cabe bem em qualquer estilo, do clássico ao minimalista. A exceção fica por conta do maximalismo, onde a regra é exagerar, usar e abusar de sobreposições chamativas e vibrantes. "É possível brincar com a proporção de aplicação de cada padrão para agradar aos mais diversos estilos dos moradores", acrescenta Jessica.

Tons neutros ou vibrantes?

Estamos acostumados a ver a madeira combinada com tons mais neutros, mas isso não é imperativo. Uma decoração sofisticada também permite o uso de tons vibrantes, que, certamente, têm seu valor e adicionam muita personalidade e interesse visual a qualquer ambiente.

Neste ambiente assinado pelo arquiteto Chicô Gouvêa, o sofá laranja recebeu almofadas lisas e coloridas que harmonizam com o décor, que possui também um painel, uma mesa e um banco de madeira — Foto: André Nazareth / Divulgação
Neste ambiente assinado pelo arquiteto Chicô Gouvêa, o sofá laranja recebeu almofadas lisas e coloridas que harmonizam com o décor, que possui também um painel, uma mesa e um banco de madeira — Foto: André Nazareth / Divulgação

"A nossa dica é: brinque com diferentes tipos de saturação da cor no ambiente, adote uma versão menos saturada nas superfícies maiores, como as paredes, e ouse com a versão mais saturada em elementos menores como objetos decorativos", diz Amada. Assim, segundo a arquiteta, o resultado ficará bem equilibrado.

É possível combinar a madeira a tons vibrantes, como fez a arquiteta Analu Farhat, do Estúdio Lahr, neste projeto. O laranja da poltrona é um ponto focal da sala de estar e harmoniza bem com o painel e a vista para o azul do mar. Tapete da Oriente-se — Foto: Fabio Junior Severo / Divulgação
É possível combinar a madeira a tons vibrantes, como fez a arquiteta Analu Farhat, do Estúdio Lahr, neste projeto. O laranja da poltrona é um ponto focal da sala de estar e harmoniza bem com o painel e a vista para o azul do mar. Tapete da Oriente-se — Foto: Fabio Junior Severo / Divulgação

A orientação de Jessica, por sua vez, é usar esses tons em pontos focais do projeto ou elementos de maior protagonismo, e, então, combiná-los com superfícies unicolores e amadeiradas para dar ritmo ao espaço.

Qual madeira escolher?

A madeira sempre esteve acima de qualquer tendência ou moda, e é um material atemporal na decoração. "É primordial para trazer aconchego para a casa. Com uma infinidade de padrões e cores, é fundamental sabermos o que cada tipo pode transmitir", diz Amanda.

Atemporal, a madeira traz mais aconchego e calor ao ambiente. Na foto, projeto do escritório Miguel Capanema Arquitetura. Marcenaria foi executada pela Art Mobile. Mesa de jantar é da Westwing, cadeiras da MEZAS e luminárias da Ledeteria — Foto: Leo Costa / Divulgação
Atemporal, a madeira traz mais aconchego e calor ao ambiente. Na foto, projeto do escritório Miguel Capanema Arquitetura. Marcenaria foi executada pela Art Mobile. Mesa de jantar é da Westwing, cadeiras da MEZAS e luminárias da Ledeteria — Foto: Leo Costa / Divulgação

Segundo ela, as madeiras claras são excelentes opções para adicionar leveza e luminosidade aos ambientes. Já se a sua intenção é ampliar o espaço e deixá-lo com um aspecto jovial e alegre, o pinus, por exemplo, é a escolha certa.

Madeiras de tonalidades mais acastanhadas trazem uma atmosfera rústica, como foi aplicado neste projeto da arquiteta Natália Lemos. Mesa de jantar adquirida em Tiradentes com cadeiras "Bia", do estudiobola, na LZ Studio. As luminárias de palha, importadas do Marrocos, compõem com o armário de portas de palha da Casa Ocre. No centro, há o sofá de alvenaria com acabamento de cimento queimado. O piso da sala foi trocado por assoalho de cumaru — Foto: Denílson Machado / MCA Estúdio / Divulgação
Madeiras de tonalidades mais acastanhadas trazem uma atmosfera rústica, como foi aplicado neste projeto da arquiteta Natália Lemos. Mesa de jantar adquirida em Tiradentes com cadeiras "Bia", do estudiobola, na LZ Studio. As luminárias de palha, importadas do Marrocos, compõem com o armário de portas de palha da Casa Ocre. No centro, há o sofá de alvenaria com acabamento de cimento queimado. O piso da sala foi trocado por assoalho de cumaru — Foto: Denílson Machado / MCA Estúdio / Divulgação

Quanto aos desenhos, aqueles mais rústicos – geralmente de tonalidade mel acastanhada – possuem detalhes que conferem um aspecto de personalidade e natureza brutalista. Esses detalhes incluem nós, pequenas rachaduras, marcas de tempo, estrias, marcas de serra e poros brancos. "Caso essa madeira tenha uma cor mais clara, o aspecto vai se amenizando, mas sempre terá um certo protagonismo", diz Jessica.

Já os desenhos mais linheiros aceitam mais cores, desde as mais claras, típicas do estilo escandinavo e japandi, até as mais amendoadas, escuras e ebanizadas, de aspecto sofisticado.

"Essas são madeiras consideradas de fácil combinação e de uso amplo, já que a regularidade do desenho permite planos de cortes com bastante aproveitamento", afirma a arquiteta.

As cores claras, típicas do estilo escandinavo e japandi, são boas opções de composição com madeiras de desenho linheiro. Na foto, projeto da arquiteta Djanira Cabral. Cadeiras "Wishbone" de Hans Wegner e mesa de jantar "Tulipa" de Eero Saarinen — Foto: OPE! - O projeto em imagens / Divulgação
As cores claras, típicas do estilo escandinavo e japandi, são boas opções de composição com madeiras de desenho linheiro. Na foto, projeto da arquiteta Djanira Cabral. Cadeiras "Wishbone" de Hans Wegner e mesa de jantar "Tulipa" de Eero Saarinen — Foto: OPE! - O projeto em imagens / Divulgação

As madeiras com catedrais, por sua vez, possuem movimentos mais orgânicos e são normalmente representadas pelas nogueiras. Elas também possuem uma gama de cores, mas ficam entre as médias acastanhadas com alguns reflexos mais dourados, com leves toques alaranjados ou avermelhadas, o que confere um aspecto mais tropical.

"As nogueiras, muito associadas às italianas, imprimem um aspecto elegante aos ambientes", comenta Jessica. Ela também cita como opção as espécies brasileiras que possuem grande variedade e são ricas em memória afetiva e personalidade, como freijó, jacarandá, jequitibá, tauari e angelim.

Madeiras brasileiras, como a freijó (foto), carregam a riqueza cultural de nosso país. Projeto da arquiteta Ana Toscano. A marcenaria é assinada pela Santa Cruz, o piso de madeira é da Indusparquet e a estante é da Serralheria Artística. A maioria dos objetos decorativos na estante são do acervo pessoal da moradora. Caixas em formato de livro são da Dpot Objeto, vidros da Black Angel e vaso da Líder Interiores — Foto: Julia Ribeiro / Divulgação
Madeiras brasileiras, como a freijó (foto), carregam a riqueza cultural de nosso país. Projeto da arquiteta Ana Toscano. A marcenaria é assinada pela Santa Cruz, o piso de madeira é da Indusparquet e a estante é da Serralheria Artística. A maioria dos objetos decorativos na estante são do acervo pessoal da moradora. Caixas em formato de livro são da Dpot Objeto, vidros da Black Angel e vaso da Líder Interiores — Foto: Julia Ribeiro / Divulgação

"Cada espécie tem características bem específicas de detalhes e colorações, e estão sendo cada vez mais valorizadas e apreciadas pelos consumidores. Elas representam a brasilidade e carregam consigo nossa riqueza cultural", diz.

Iluminação ideal

Para projetos que combinam superfícies unicolores e padrões amadeirados, Jessica sugere optar por uma iluminação mais neutra e que se assemelha à luz do dia. "Esse tipo de iluminação nos traz aconchego e não altera muito as cores dos produtos – trata-se das luzes de temperatura entre 3.000K e 5.000K", diz.

Enquanto as luzes brancas são consideradas muito frias, as amarelas tendem a alterar as cores dos objetos decorativos e podem cansar a nossa visão com mais facilidade.

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