Curiosidades

Por Rosana Ferreira

O vinho faz parte da história da humanidade, presente em rituais e tradições em todo o mundo. Desde os tempos antigos, a produção e o consumo estiveram entrelaçados com a vida social, gastronômica, religiosa e econômica de diversas civilizações.

No entanto, a bebida ainda é envolta em uma série de mitos que permeiam as mentes dos seus apreciadores. Para derrubar as ideias preconcebidas, reunimos dez questões para você tirar as dúvidas.

A afirmação de que vinho tinto harmoniza só com carnes, e branco com peixes, vai mais além, pois depende também de outros ingredientes e temperos envolvidos, além do modo de cocção — Foto: Unsplash / Chelsea Pridha / Creative Commons
A afirmação de que vinho tinto harmoniza só com carnes, e branco com peixes, vai mais além, pois depende também de outros ingredientes e temperos envolvidos, além do modo de cocção — Foto: Unsplash / Chelsea Pridha / Creative Commons

1. Vinho tinto só combina com carnes e branco só com peixes

Mito. Segundo o enólogo e sommelier Moisés Sandi, da importadora Decanter, os temperos e as formas de cocção mudam a complexidade e o peso das receitas. Por isso, é possível harmonizar tintos e brancos com uma diversidade de pratos.

Mesmo para quem começou a degustar os vinhos agora, o sommelier Gustavo Peroni, da importadora Cantu, recomenda os rótulos leves com pratos igualmente mais tranquilos, como brancos com saladas e, sim, com peixes, porém, depende também do preparo e não somente do tipo de proteína – existem peixes, por exemplo, o atum, que podem harmonizar com tinto.

"Vinhos mais encorpados são ideais com preparações mais estruturadas e mais sabor, daí vem a história da carne vermelha pedir um tinto; porém, dependendo do teor de gordura, ela pode acompanhar um vinho de médio corpo ou até mais leve", orienta Gustavo.

2. Quanto mais velho, melhor o vinho

Mito. "Cada vinho possui um tempo de guarda ideal. Alguns se beneficiam do envelhecimento, enquanto outros atingem seu auge ainda muito jovens", explica Moisés.

Isso porque, embora alguns vinhos tintos de guarda possam melhorar com o envelhecimento, nem todos são projetados para isso. "Muitos brancos e a maioria dos jovens são apreciados em sua frescura e não melhoram necessariamente com o tempo", acrescenta Gustavo.

Ter o fundo da garrafa mais fundo não significa necessariamente que o vinho é melhor — Foto: Freepik /azerbaijan_stockers / Creative Commons
Ter o fundo da garrafa mais fundo não significa necessariamente que o vinho é melhor — Foto: Freepik /azerbaijan_stockers / Creative Commons

3. Quanto mais fundo o buraco no fundo da garrafa, melhor o vinho

Mito. Segundo os profissionais, o formato da garrafa não interfere na qualidade do vinho. Trata-se mais de uma questão de tradição, estilo e região de produção. "Muitos produtores se aproveitam dessa falta de informação do consumidor para explorar esse setor e investir em embalagens e garrafas bonitas, o que pode iludir antes de degustar a bebida", afirma Gustavo.

A depender do vinho, ele pode ser guardado após aberto, preferencialmente na geladeira e em pé por de 2 a 5 dias bem vedado — Foto: Unsplash / Andreas Haslinger / Creative Commons
A depender do vinho, ele pode ser guardado após aberto, preferencialmente na geladeira e em pé por de 2 a 5 dias bem vedado — Foto: Unsplash / Andreas Haslinger / Creative Commons

4. Vinho aberto não pode ser guardado

Em termos. Isso depende do vinho, mas, em linhas gerais, a maioria pode ser guardada por cerca de 2 a 5 dias – de preferência na geladeira e em pé.

Gustavo explica que vinhos mais robustos, como tintos encorpados, e os fortificados, como o vinho do Porto, podem ser armazenados por um certo período após serem abertos, usando técnicas adequadas para preservar sua qualidade – isso inclui vedantes especiais, como as bombas a vácuo, também conhecidas por vacu vin, além de mantê-los sob refrigeração.

No entanto, Gustavo deixa claro que a maioria dos vinhos fica melhor quando consumida após a abertura. Então é bom ter em mente que, mesmo seguindo as orientações de conservação, ainda assim sua experiência poderá não ser a mesma.

O decanter serve para fazer a separação do líquido em relação à borra e também para a aeração do vinho — Foto: Freepik / CreativeCommons
O decanter serve para fazer a separação do líquido em relação à borra e também para a aeração do vinho — Foto: Freepik / CreativeCommons

5. O vinho precisa respirar quando a garrafa é aberta

Em termos. Pode-se dizer que esta é uma “meia-verdade”, pois, neste caso, depende do vinho. "Nem todos necessitam ou se beneficiam desse contato prolongado com o oxigênio. Normalmente, vinhos jovens não necessitam, enquanto os de média idade ou mais velhos podem melhorar", afirma Moisés.

No entanto, Gustavo diz que 10 minutos de aeração pode fazer bem para todos os vinhos. Já no caso do uso de decanter, equipamento originalmente usado para separar os sólidos do líquido, mas que também faz o papel de oxigenar a bebida de forma mais rápida pela superfície de contato ao qual o vinho é exposta, o sommelier da Cantu indica somente para certos vinhos.

"Diria para jovens muito potentes e robustos e para alguns com um pouco mais de guarda, porém com muito corpo e estrutura ainda", sugere.

6. Vinho europeu é melhor

Mito. "Podemos dizer que no mundo todo se produzem bons vinhos, o que muda de um local para outro é o estilo, não a qualidade", diz Moisés.

Isso porque essa avaliação é subjetiva e não totalmente precisa. "Há excelentes vinhos produzidos em todo o mundo, incluindo regiões fora da Europa. A qualidade do vinho depende mais da vinícola, do terroir e do estilo de produção do que apenas da região geográfica", explica Gustavo.

7. Colocar gelo no vinho altera o sabor

Verdade. Segundo Gustavo, os vinhos são desenvolvidos para serem consumidos a temperaturas ideais e não diluídos, como no caso em que se opte por colocar gelo na taça. Essa diluição traria alteração de sabor, porém, nos vinhos muito doces, jovens e frescos, essa alteração é menos sentida.

Para Moisés, essa alteração, dependendo do caso, não é necessariamente ruim. "Atualmente, alguns vinhos são feitos para se beber com gelo, buscando justamente o equilíbrio após essa diluição", informa.

É possível encontrar vinhos de boa qualidade em todas as faixas de preço no mercado — Foto: Freepik / pvproductions / Creative Commons
É possível encontrar vinhos de boa qualidade em todas as faixas de preço no mercado — Foto: Freepik / pvproductions / Creative Commons

8. Vinhos caros são os melhores

Mito. Os profissionais afirmam que a qualidade do vinho não é determinada apenas pelo preço. Assim como existem bons vinhos em qualquer parte do mundo, também é possível encontrar rótulos ótimos em várias faixas de preço. Lembrando que percepção de "melhor" pode variar de pessoa para pessoa.

A rolha tradicional permite a evolução mais complexa dos vinhos com o tempo, ideal para os de guarda — Foto: Freepik / Creative Commons
A rolha tradicional permite a evolução mais complexa dos vinhos com o tempo, ideal para os de guarda — Foto: Freepik / Creative Commons

9. Rolha é melhor do que tampa de rosca

Mito. A escolha entre rolha e tampa de rosca, também conhecida como screwcap, não é uma indicação direta da qualidade do vinho. Cada uma cumpre um papel.

A rolha tradicional pode permitir uma evolução mais complexa do vinho com o tempo, enquanto a tampa de rosca é normalmente usada para vinhos jovens, que não tem pretensão de envelhecer, e, sim, manter o frescor da bebida, além de serem mais fáceis de manusear.

10. Champanhe e espumante são a mesma coisa

Mito. Embora ambos sejam vinhos espumantes, há diferenças na produção e região geográfica de origem. Gustavo explica que o termo "champanhe" se refere exclusivamente aos vinhos espumantes feitos na região de Champagne, na França, seguindo regras rígidas para sua produção.

Já o espumante é um termo genérico usado qualquer vinho gaseificado (naturalmente ou não), que pode ser produzido em qualquer parte do mundo. "Resumindo: todo champanhe é um espumante, mas nem todo espumante é um champanhe", diz Moisés.

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