Papo de Obra

Por Danilo Delmaschio

Colunista | Conhecido como O Empreiteiro, resolve tudo em uma obra. Há 10 anos, trabalha com reformas e construções customizadas

É inevitável um certo receio quando falamos em reformas, afinal, vemos muitas obras que começam e nunca terminam, seja por falta de recursos, seja por inconsistências no projeto. Em geral, isso acontece quando não elencamos as prioridades ao reformar e a execução acaba fugindo do controle.

Em primeiro lugar, é fundamental ter um bom projeto, com executivo, memorial descritivo e todas as alterações contidas em relação à paginação de revestimentos, hidráulica, elétrica, quantitativos... Tudo relacionado à obra precisa estar colocado de uma forma bem clara, para ser realizada de forma assertiva.

Para cumprir este primeiro passo é preciso um profissional e tempo de planejamento. Às vezes, na tentativa de apressar, pulamos etapas, exigimos um projeto rápido, sem um bom estudo preliminar e aí já começa errado. O desenvolvimento de projeto não é perda de tempo e deve ser feito com calma, pois é a partir dele que tudo acontece. Um bom projeto ajuda a economizar tempo e dinheiro.

Ter um projeto bem definido é fundamental para que a reforma saia conforme o planejado — Foto: O Empreiteiro / Divulgação
Ter um projeto bem definido é fundamental para que a reforma saia conforme o planejado — Foto: O Empreiteiro / Divulgação

Vale lembrar que para chegar a esse projeto, a escolha de um bom profissional, que saiba o que está executando, é imprescindível. Por isso, a escolha do arquiteto ou designer de interiores, assim como a equipe de empreiteiros ou engenheiro civil, deve ser feita com atenção. Além do projeto em si, o profissional também deve estar atento às necessidades e prioridades do cliente – e ao orçamento.

Algo que sempre vejo ocorrer em obras e que provoca grande frustração é não ter um orçamento definido desde o início. Os clientes, muitas vezes, preferem não mostrar os limites financeiros, dificultando estabelecer as prioridades e as necessidades em um orçamento.

Saber o quanto pode ser gasto é fundamental para que o arquiteto ou o designer use da melhor forma o dinheiro disponível, priorizando o que é essencial. Sempre brinco que, no papel, pode tudo. Assim, as coisas fogem ao controle!

Escolha bem o arquiteto e o designer de interiores, assim como o engenheiro civil e o empreiteiro envolvidos na sua reforma — Foto: O Empreiteiro / Divulgação
Escolha bem o arquiteto e o designer de interiores, assim como o engenheiro civil e o empreiteiro envolvidos na sua reforma — Foto: O Empreiteiro / Divulgação

No projeto, o profissional faz toda a especificação de materiais para alcançar o resultado desejado. Além dos materiais, o cliente precisa ouvir as indicações de mão de obra vindas do responsável, que trazem uma referência à integridade da entrega, do prazo e evita futuras dores de cabeça.

Em minha experiência, é importante valorizar o pessoal que está na obra civil e escolher uma equipe profissional e técnica que garanta o resultado da entrega. Nessa fase da obra, é preciso pensar mais na funcionalidade do que na estética.

Sempre falo para os meus clientes deixarem o feio ou bonito para depois, pois, quando o essencial não é feito durante a primeira fase, você acaba sua obra e tem que começar outra depois. Isso acontece, por exemplo, ao escolher comprar móveis ao invés de dar prioridade a um piso de boa qualidade, impermeabilização, distribuição elétrica, hidráulica e mão de obra para executar tudo isso corretamente.

Por fim, a minha dica é entender bem a obra. O segredo do sucesso é saber o que será realmente gasto em cada fase e se o sonho está adequado à realidade financeira. Se o cliente entende a obra e os custos de cada item, evita decepções ou grandes sustos, aterrorizando o mercado. Quando só olha o 3D, fica maravilhado, mas não consegue se planejar de forma estratégica e acaba se frustrando.

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