Nicole Gomes

Por Nicole Gomes

Colunista | Arquiteta especialista em iluminação residencial e corporativa

Não podemos associar iluminação apenas a lâmpadas e iluminarias. Esse braço crucial da arquitetura e dos interiores envolve outros pontos que devem ser falados aqui.

Posso parecer redundante, porém, a iluminação desempenha um papel crucial em nossa área, influenciando a percepção do espaço, a atmosfera e até mesmo o bem-estar dos ocupantes. Para arquitetos e designers, compreender os principais fundamentos da iluminação é essencial para criar ambientes funcionais, esteticamente agradáveis e eficientes.

É pensando nisso que decidi fazer uma coluna um pouco diferente hoje, sem sugestões ou mesmo dicas para ser aplicados em seu projeto. Quero te mostrar os principais fundamentos da iluminação, que te dará uma bagagem para usar a luz a seu favor. Afinal, como sempre digo, o conhecimento é libertador.

A iluminação deve ser projetada com um entendimento claro da função e do propósito do espaço. Cada ambiente tem necessidades específicas, seja para realizar tarefas, criar atmosferas acolhedoras, seja para destacar elementos arquitetônicos. É aqui que entra a necessidade de compreender os diferentes tipos de iluminação, afinal, luz é informação.

Quando iluminamos elementos, superfícies, áreas transitáveis e objetos, destacamos o que é mais importante no espaço, o que chamo de definir hierarquias dentro do projeto: o que é mais importante, iluminamos!

Vale ressaltar que as sombras desempenham um papel vital na percepção visual e na criação de atmosfera. Usar diferentes fontes de luz e direções pode realçar texturas, além de serem essenciais para detalhes arquitetônicos e profundidade visual.

Existem três efeitos de iluminação: luz difusa, direta e indireta, que podem ser combinados para deixar o ambiente sofisticado. Além disso, precisamos nos atentar a intensidade luminosa, que deve ser ajustada conforme as necessidades do espaço. Projeto de Thais Helena — Foto: Mariana Orsi / Divulgação
Existem três efeitos de iluminação: luz difusa, direta e indireta, que podem ser combinados para deixar o ambiente sofisticado. Além disso, precisamos nos atentar a intensidade luminosa, que deve ser ajustada conforme as necessidades do espaço. Projeto de Thais Helena — Foto: Mariana Orsi / Divulgação

Existem três principais efeitos de iluminação que podem ser utilizados, o primeiro é a luz difusa, aplicada para iluminar o ambiente como um todo, já a direta é usada para destacar algo ou para iluminação funcional em um determinado ponto – lembrando que este não deve ser posicionada em locais de permanência. Por último e não menos importante, temos a luz indireta, que precisa de algum plano para reflexão, como teto ou parede, e ajuda a iluminar de forma mais suave e confortável.

Como falei anteriormente, o ideal é que esses efeitos sejam combinados entre si em um mesmo ambiente para deixar o local mais interessante e sofisticado. Mas você deve estar se perguntando, como vou usar esses efeitos? Na prática, é super simples!

Há diferentes tipos de iluminação que podemos utilizar na hora de aplicar a luz, dando conforto, criando efeitos e cenas. A luz geral é responsável por proporcionar uma distribuição uniforme por todo o ambiente. Diferente da luz de destaque, uma ferramenta valiosa, que permite realçar elementos específicos e criar focos de atenção em um espaço, seja para destacar obras de arte, elementos arquitetônicos, seja simplesmente para adicionar profundidade e cenografia.

Temos também a luz decorativa, que desempenha um papel fundamental na criação de atmosferas encantadoras e na expressão da personalidade de um espaço. Todos esses conceitos são primordiais na criação do projeto luminotécnico.

Independente do efeito de luz escolhido, devemos nos atentar a intensidade luminosa, que deve ser ajustada conforme as necessidades do espaço. Áreas de trabalho, por exemplo, podem exigir iluminação mais intensa do que uma sala de estar ou de TV.

Mas e se o ambiente tiver múltiplas funções? Para maior versatilidade e controle sobre a intensidade desejada, conseguimos oferecer algumas opções como dimmers, sistemas de automação residencial, lâmpadas inteligentes e iluminação programável.

A iluminação deve ser integrada e complementar a estética do espaço, escolhida para se alinhar ao estilo arquitetônico e de interiores. Ao aplicar esses conceitos, é possível criar ambientes que atendam às necessidades práticas e elevem o projeto, proporcionando conforto e bem-estar. Projeto de Romandini Arquitetura — Foto: Sebastiano Gustavo / Divulgação
A iluminação deve ser integrada e complementar a estética do espaço, escolhida para se alinhar ao estilo arquitetônico e de interiores. Ao aplicar esses conceitos, é possível criar ambientes que atendam às necessidades práticas e elevem o projeto, proporcionando conforto e bem-estar. Projeto de Romandini Arquitetura — Foto: Sebastiano Gustavo / Divulgação

A temperatura de cor é medida em Kelvin (K) e descreve a tonalidade da luz emitida por aquela lâmpada ou fita de LED. As lâmpadas com temperatura de cor mais baixa, como as amareladas (2700K), tendem a criar ambientes mais aconchegantes, enquanto aquelas com temperatura mais alta, como as brancas (5000K), proporcionam uma sensação de alerta e concentração. Vale ressaltar que os termos se referem à tonalidade e não se ela ilumina mais ou menos.

Deu para perceber que até agora não falei nada sobre luminárias decorativas e técnicas, né? Isso porque quem merece destaque no seu projeto é o efeito de luz e não a luminária em si. A iluminação deve ser integrada ao design e complementar a estética do espaço. Luminárias, pendentes e outros elementos de iluminação podem ser escolhidos para se alinhar ao estilo arquitetônico e design de interiores.

Ao aplicar esses principais conceitos de iluminação, arquitetos, paisagistas, designers ou até mesmo amantes de iluminação, têm a capacidade de criar ambientes que não apenas atendem às necessidades práticas, mas também elevar o seu projeto e trazer maior conforto e bem-estar.

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