Já escrevi aqui em outras colunas sobre as curvas na arquitetura e no mobiliário. Coincidência ou não, em um ano de pandemia, no qual ficamos tanto tempo dentro de casa, foi um alívio perceber que o mobiliário curvo e as formas arredondadas, de certa forma, amenizaram e trouxeram mais aconchego para os projetos de decoração.
Dentre todas as peças, a que mais traz essa sensação, sem dúvida, é o sofá curvo. Se antes ele era inserido como uma forma de revisitar móveis dos anos 1950 e 1960 ou reconhecer uma tendência, agora vale experimentá-lo por uma outra razão: o mobiliário aproxima as pessoas, estreita o convívio e traz aconchego.
Para quem ainda tem receio ou dúvidas do resultado, já que é uma peça com bastante personalidade, separei aqui sete modelos que me agradam. Não se trata de sugerir exatamente um tipo para a compra, mas de guiar o olhar e, quem sabe, encontrar um que você se simpatize.
1. Serpentine Sofá, Vladimir Kagan
Desenhado nos anos 1950 pelo designer alemão Vladimir Kagan, não só este modelo, mas seus sofás de um modo geral são reconhecidos no mundo inteiro e, até hoje, fonte de inspiração para toda a indústria de mobiliário. Pode ser encomendado na loja americana Holly Hunt que, desde 2016, detém não só os direitos sobre a peça, mas garante a fabricação precisa e quase histórica de todos os modelos de Kagan.
2. Pantonova, Verner Panton
O sistema modular Pantonova foi criado por Verner Panton em 1971 e tem a estrutura toda aparente, concebida a partir de tubos delgados de aço cromado. Os sofás podem ser formados a partir de três módulos básicos: linear, côncavo e convexo. Usados sozinhos ou em grupos, permitem a criação de peças enormes e em infinitas possibilidades de desenhos, tornando o sistema ideal tanto para espaços privados, como áreas grandes publicas.
3. DS 600; U. Berger, E. Peduzzi Riva, H. Ulrich e K. Vogt
Lançado em 1972 e ainda produzido pela marca suíça Sede, o modelo DS 600 ainda resiste como uma das peças mais icônicas da marca. Modulado, pode ser pensado e expandido conforme o gosto individual, o que garantiu lugar no Guinnes Book com o recorde do maior sofá já produzido até hoje. Queridinho do momento entre muitos designers e arquitetos, o sucesso atual nos prova que estamos com o farol aspiracional voltado para o design dos anos 1970.
4. Ether Curved Sofa, Jonathan Adler
Se tem alguém que sabe transformar inspiração midcentury em sucesso de vendas, este alguém é Jonathan Adler. Ainda que tenha começado a carreira como ceramista, foi a partir do lançamento de sua linha de móveis que ele se consolidou como uma das figuras mais populares e influentes no mundo do design. Suas peças são bastante fotogênicas e seu sofá curvo suspenso com pés de latão polido, nitidamente inspirado no mobiliário vintage, é elegante e traz leveza a qualquer ambiente.
5. Audrey, Massimo Castagna
Lançado em 2017 pela marca italiana Gallotti&Radice, o sofá Audrey é um dos raros modelos que consegue transmitir elegância e modernidade. Com desenho alongado, é uma peça que transmite fluidez a qualquer ambiente e, consequentemente, amplitude e suavidade aos olhos. Sua versão modular Audrey Motion, com diferentes módulos, permite a configuração de modelos maiores a ainda assim fluidos.
6. Sofá Baixo, Guilherme Wentz
Estrela da sua mais recente coleção Silêncio, lançada no início da pandemia, o Sofá Baixo foi uma das melhores surpresas do ano dentre os lançamentos nacionais. Ousado, como o próprio nome já diz, a peça de Wentz propõe uma maneira mais casual de sentar: próxima ao chão. Em três tamanhos, com revestimento tecnológico, a ausência de costuras faz sobressair ainda mais suas formas orgânicas.
7. Julep, Jonas Wagell
Lançado em 2018, um dos sofás mais “instagramados” nos últimos tempos é o sofá Julep, produzido pela marca italiana Tacchini, que faz referência aos anos 1950, mas nos apresenta formas arredondadas bastante generosas. Com medida coringa, cerca de 2.40 m, quase padrão, é um sofá que cabe em diferentes configurações de layout e, com bastante personalidade, “levanta” qualquer decoração. Sua curvatura bastante acentuada é certamente um convite a conversas intimistas.