• Por Aline Melo
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As condições do local em que a planta será posicionada são importantes para a decisão do vaso (Foto: Huy Phan / Pexels / Creative Commons)

As plantas representam nossa conexão com a natureza em casa e podem ser um caminho para a saúde plena (Foto: Huy Phan / Pexels / Creative Commons)

Os benefícios do verde foram reforçados por uma pesquisa da Universidade Politécnica de Milão em conjunto com a Universidade de Gênova, na Itália, que investigou o bem-estar das pessoas durante a quarentena da Covid-19, para avaliar o impacto do ambiente construído na saúde física e mental. Entre as características das casas das pessoas mais afetadas por sintomas depressivos, estão área inferior a 60 m², pouca iluminação natural e ausência de varandas, terraços e jardins.

Segundo a arquiteta Bia Rafaelli Casaccia, esses elementos fazem parte do design biofílico, termo que vem de biofilia – junção de bio (vida) e filia (amor), que significa amor à vida. Ela explica que o conceito representa nossa conexão com a natureza, condição essencial para a saúde plena – e pode ser aplicado nos ambientes por meio de experiências diretas, como plantas e água, e indiretas, como materiais e cores

“A pandemia acelerou a conscientização: as pessoas se deram conta de que sentem falta da natureza”, afirma. É o caso do jornalista Marcelo Guidine, que nunca teve plantas e ganhou uma durante a quarentena. “Coloquei na bancada de trabalho e isso me deu bem-estar num momento em que eu só saía de casa para comprar comida. Fui me ocupando da planta, comprei outra e outra e outra... Já tenho cerca de 20 cachepôs”, diz.

“Fui me ocupando da planta, comprei outra e outra e outra... Já tenho cerca de 20 cachepôs.” Marcelo Guidine, jornalista (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)

“Fui me ocupando da planta, comprei outra e outra e outra... Já tenho cerca de 20 cachepôs”, Marcelo Guidine, jornalista (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)

Pesquisas no mundo corroboram a sensação de Marcelo em relação aos benefícios do verde, como o estudo sobre os efeitos do shinrin-yoku (banho de floresta), realizado no Japão, o qual indica que atividades, como caminhar e observar florestas, podem relaxar as pessoas que vivem em ambientes urbanos, potencializando o bem-estar e a melhoria da saúde. De acordo com a pesquisadora Rachel Kaplan, da Escola de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, é evidente o papel da natureza no contexto do local de trabalho, fundamental para resultados positivos de produtividade e de bem-estar.

“Ao distribuir plantas pela casa, você forma corredores de ar fresco e mantém seu lar arejado por mais tempo nos dias de calor, um grande aliado para regular a temperatura de construções e ambientes de trabalho ou residenciais”, indica Ozeko Carlos, urbanista e uma das lideranças da Architecture Futures Research, laboratório que explora cenários futuros da arquitetura, das cidades e do design. “Investir em estratégias e ações de sustentabilidade é investir em saúde preventiva e curativa”, acredita.