• Por Paloma Danemberg
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Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paloma Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Escrevo meu primeiro texto do ano diretamente de minha viagem de garimpo pela França, onde estou passando uma temporada. De forma diferente das colunas anteriores, dividirei com vocês um pouco do meu dia a dia para encontrar peças antigas especiais para o meu acervo. Diariamente acordamos - meu pai e eu, o antiquário Arnaldo Danemberg - por volta das 6 horas da manhã. E juntos, pegamos o caminhão em direção às feiras.

Precisamos chegar sempre cedo para conseguir uma boa vaga. Assim, ao comprarmos as peças fica muito mais fácil de carregar o caminhão. São horas rodando em um mesmo local, olhando, examinando, disputando. Aqui, precisamos vencer alguns obstáculos, como o do frio de temperaturas abaixo de zero, o peso das peças que nos leva a uma exaustão física e a rapidez, pois as feiras acabam muito rápido.

Eu, friorenta que sou, tento driblar todos os empecilhos, mas me atenho, involuntariamente, ao frio. Esses dias, percebi que minha fala fica lenta. Parece que a boca congela. Deixo de sentir meus pés que, de tão gelados, paralisam. Esse é meu maior desafio. Estar nesse ambiente, tão diferente do Brasil me faz ver o quão grande é o mundo e como podemos ter várias vidas. Aqui, a vaidade não tem lugar. São ambientes, às vezes, hostis e muito masculinos.

Encontro no olhar das poucas mulheres comerciantes uma discreta satisfação e um certo reconhecimento. Existe sororidade por aqui e com isso, certamente, o coração aquece. Entre uma feira e outra, as horas de estrada nos aguardam. Dirigir um caminhão é desafiador. O vento, o verglas (que é uma fina camada de gelo nas estradas) e o peso dos móveis são apenas alguns dos muitos fatores que dificultam a boa condução.

Por isso, costumo dizer que só o tempo de estrada faz a gente, realmente, ter tempo de estrada! Os restaurantes de caminhoneiros são nossa segunda casa. Comida simples e gostosa para repor as energias. Frango com batatas costuma ser meu pedido preferido e um prato bem comum por aqui.m Ao chegarmos ao hotel, o cansaço aparece, mas prevalece a sensação de dever cumprido! O fim de um dia cheio.

E, certamente, o sorriso fica ainda maior quando conseguimos encontrar as peças de nossos sonhos e também aquelas que nem havíamos buscado. Essa viagem está sendo muito especial. Diariamente, aprendo com aquele que há 40 anos faz isso. São tantos detalhes que passam por tudo que envolve dirigir um caminhão, como falar com os comerciantes, reconhecer uma peça original e saber distinguir todas as armadilhas que aparecem pelo caminho.

São tantos os aprendizados que poderia ficar aqui a viagem toda escrevendo sobre eles. Mas, sem dúvida, o mais importante de todos é ter resiliência. Ter humildade. Entender que, muitas vezes, é preciso deixar de lado uma crença, pois aqui a regra é outra. E a adequação é sinônimo de sabedoria. Dedico essas palavras  ao meu pai, a quem sou extremamente grata por me guiar nessa estrada!

Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

"Dirigir um caminhão é desafiador", conta Paloma Danemberg sobre suas viagens garimpando móveis e afins (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Apesar dos obstáculos, como o frio, na estrada sempre há boas surpresas, segundo Paloma Danemberg (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paloma em viagem de garimpo à França na companhia do pai, o antiquário Arnaldo Danemberg (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Os restaurantes de caminhoneiros são como uma segunda casa, com comida simples e gostosa para repor as energias (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paloma Danemberg e seu pai acordam diariamente por volta das 6 horas da manhã e, juntos, pegam o caminhão em direção às feiras para garimpar móveis e objetos antigos (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

É preciso chegar sempre cedo às feiras para conseguir uma boa vaga, assim, ao comprar as peças fica muito mais fácil de carregar o caminhão (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paola Danemberg revela segredos sobre viagens de garimpo (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

"Ao chegarmos ao hotel, o cansaço aparece, mas prevalece a sensação de dever cumprido!", revela Paloma Danemberg (Foto: Paloma Danember/ Divulgação)

Paloma Danemberg (Foto: Paloma Danemberg/Divulgação)

Paloma Danemberg (Foto: Paloma Danemberg/Divulgação)

Paloma Danemberg é curadora do AD.STUDIO, uma loja de móveis e objetos antigos, garimpados no velho continente, pra gente moderna,