• Por Aline Melo
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Cada cobra da instalação soma 17 metros de comprimento e 1 metro e meio de diâmetro (Foto: Reprodução/Facebook)

Cada cobra da instalação soma 17 metros de comprimento e 1 metro e meio de diâmetro (Foto: Reprodução / Facebook)

Para inaugurar o Circuito Urbano de Arte de Belo Horizonte, que ocorre de 22 setembro a 4 de outubro, a cidade amanheceu com uma cena inusitada em pleno centro. A obra ENTIDADES, criada pelo artista indígena Jaider Esbell, não passa despercebida pelos motoristas, graças às duas cobras gigantes abraçando os arcos do Viaduto Santa Tereza.

Cada cobra da instalação soma 17 metros de comprimento e 1 metro e meio de diâmetro, e carrega um significado simbólico para o povo Makuxi. “A Cobra Grande representa desde a fertilidade à fartura, porque ela vive debaixo da terra, nos grandes rios subterrâneos, estimulando o movimento da água para que sejam mantidas suas fontes. Ela também está distribuída no universo através da Via Láctea, nos rios voadores”, conta o artista em publicação na página do evento no Facebook.

Obra ENTIDADES abraça o Viaduto Santa Tereza em Belo Horizonte (Foto: Reprodução/Facebook)

Obra ENTIDADES abraça o Viaduto Santa Tereza em Belo Horizonte (Foto: Reprodução / Facebook)

A obra ainda tem como objetivo conscientizar sobre os prejuízos do garimpo que, assim como na Amazônia, tem grande importância na economia mineira. “É uma forma de sacralizar esse animal que é tão banalizado, até na própria Amazônia. Mostrar o quanto as pessoas não valorizam sua sabedoria, sua medicina, seu poder e também trazer isso para a nossa realidade cotidiana e atual, que é o desafio de substituir o garimpo por outra forma de economia”, explica Jaider.

À noite, é possível apreciar ainda melhor os detalhes da instalação ENTIDADES (Foto: Reprodução/Facebook)

À noite, é possível apreciar ainda melhor os detalhes da instalação ENTIDADES (Foto: Reprodução / Facebook)

A obra do artista indígena Jaider Esbell tem um significado simbólico para o povo Makuxi (Foto: Reprodução/Facebook)

A obra do artista indígena Jaider Esbell tem um significado simbólico para o povo Makuxi (Foto: Reprodução / Facebook)