• Texto Marilena Dêgelo | Produção Bruna Pereira
Atualizado em
Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

SALA DE ESTAR | Paulo posa com Pina, sua buldogue inglesa, ao lado da parede com tinta acetinada preta da Suvinil. Quadro do artista mineiro Bruno Rios. Sofá vendido na Micasa. Luminária dos anos 1950. Na mesa de centro, feita de palete metálico, vaso de vidro da Micasa, cinzeiro de Murano e binóculo da Segunda Guerra Mundial que o morador ganhou de um amigo. Tapete árabe de Família Vende Tudo (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

Uma galeria de arte com clima noir. Essa é a primeira sensação que se tem ao entrar neste apartamento de 90 m² no último andar de um edifício da década de 1970, no centro de São Paulo. A luminosidade generosa que banha a maioria dos ambientes através de uma parede de vidro – uma porta-janela de correr do teto ao piso – e o terraço de 15 m² conquistaram o designer e curador de arte Paulo Azeco, que mora no local há um ano. “Essa área externa, como uma penthouse, é boa para Pina, minha buldogue inglesa”, diz. “Adoro essa região. Aqui tenho uma bela vista da cidade e a sensação de estar no meio da rua.”

Ao comprar o imóvel, Paulo fez uma reforma que derrubou paredes e eliminou portas para ampliar a sala, que era recortada em espaços pequenos, e deixar a circulação livre entre os ambientes. “Como ficou tudo aberto e entra luz natural em abundância, eu pude pintar as paredes em tons escuros para colocar meus quadros”, explica o morador, que é diretor da Galeria Houssein Jarouche. Na maioria das paredes, ele aplicou tinta fosca na cor cinza grafite. Apenas a parede que separa a sala da cozinha recebeu tinta acetinada preta. Ali fica o sofá de veludo que Paulo desenhou e que o acompanha há dez anos. “Faço peças pequenas para usar em outros apartamentos”, afirma. “Gosto de misturar móveis de design com os que encontro na rua ou compro de Família Vende Tudo.”

Paulo valoriza o desgaste de peças antigas, como o tapete árabe da sala, mas investiu no restauro da porta de madeira, que era do prédio, na entrada do apartamento. Em torno da parede preta, ele deixou o concreto aparente nas colunas que descobriu durante a reforma. “Tirei partido disso para criar a cozinha com bancada, parede e prateleira de concreto”, conta. Para unificar os ambientes, todos os pisos receberam resina de poliuretano na cor branca. Isso ajudou a destacar o cano, pintado de preto, encontrado ao demolir uma parede no meio do living. No quebra-quebra, Paulo anexou à única suíte o quarto de empregada, que virou seu closet. O banheiro foi renovado com azulejos brancos e rejunte preto, e porta e boxe de vidro com esquadrias pretas. “Nunca fui de usar cor em meus projetos”, conclui.

Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

HALL DE CIRCULAÇÃO | Na parede, obras de Siron Franco e Artur Barrio. A luminária antiga e o aparador de jacarandá de 1950 foram comprados no Mercado Livre. Escultura de Franz Weissman (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

GALERIA | Quadro do pintor Fraus. Escultura de luz Ropes, de Christian Haas, na Micasa. Banco de madeira comprado na praça Benedito Calixto (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

CANTO DE LEITURA | No alto, quadro do artista Lucas Länder, da Galeria Emma Thomas. Vintage, a poltrona Lounge 70, de Jorge Zalszupin, é a única peça de ferro criada por ele para o extinto Banco Minas Gerais. Mesas de papelão prensado de Frank Gehry, da Vitra, compradas na Micasa. Vaso de concreto da L’Oeil (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

DETALHE | Na parede, gravura de Luiz Martins. Original de época, a poltrona de couro de Flávio de Carvalho fica ao lado do móvel de madeira de antiga fábrica de botas dos Estados Unidos, comprado na Micasa. Luminária laranja de Castiglioni. Piso de resina branca de poliuretano (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

COZINHA | O fogão industrial que o morador já possuía combinou com a bancada, a parede e a prateleira de concreto moldados na obra. O armário de Formica preta fosca foi feito pelo marceneiro Ariel Bertassi. Quadro do artista pernambucano Mauricio Nogueira Lima (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

QUARTO | Acima da cabeceira de couro, desenhada pelo morador, o autorretrato de Lucas Länder, da Galeria Emma Thomas. Nas laterais, carrinho de chá comprado de Família Vende Tudo e criado-mudo de jacarandá adquirido no Mercado Livre. Luminária da Micasa. A almofada e a roupa de cama são da Codex Home (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

"Gosto de obras de arte grandes, e aqui preparei as paredes para poder colocá-las.""

Paulo
Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

CLOSET | Antes da entrada, a mesa redonda de mármore apoia livros. Na parede, obra de argila de Artur Barrio. O tambor de óleo da Micasa foi pintado de preto para colocar roupa suja. Da mesma loja é o cabideiro de parede (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)

Apartamento de Paulo Azeco - Clima Noir (Foto: Christian Maldonado / Editora Globo)

BANHEIRO | No jogo de contrastes, as paredes receberam azulejos 8 x 8 cm brancos com rejunte preto. O boxe de vidro tem moldura de metal. O tapete de pele de vaca, que o irmão dele trouxe da fazenda de Goiás, onde Paulo nasceu, cobre o piso do quarto até a porta de aço e vidro (Foto Christian Maldonado / Editora Globo)