O acordo para venda da operação de lojas Starbucks é um alívio para a administração da SouthRock, que considerava até uma batalha jurídica com a matriz americana - mesmo sendo a ponta mais fraca da disputa. O que a Zamp vai encontrar, no entanto, é uma rede já bastante fragilizada diante das agruras financeiras da última dona e um desafio para levar o consumidor de volta às cafeterias.
O relatório de negócios feito em junho pela Galeazzi & Associados, a qual o Pipeline teve acesso, aponta melhora no desempenho das operações da BAR e TGI Fridays mas situação "ainda crítica" para a Starbucks: 93% das lojas abertas estão com aluguel em atraso e sem perspectiva de regularização. Atualmente são 73 ações de despejo, despejo já determinado em 14 lojas depois da RJ e outras seis lojas fechadas temporariamente (cinco delas no Rio Grande do Sul).
![Às véspoeras de mudar de dono, operação da rede de cafeterias no Brasil segue fraglizada — Foto: Unsplash](https://cdn.statically.io/img/s2-pipelinevalor.glbimg.com/KS_pDXfxWwb25Rup5uduDdUtDpY=/0x0:6000x3376/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b3309463db95468aa275bd532137e960/internal_photos/bs/2023/G/L/UXRymERJe5bPNBmiXSeA/asael-pena-n-htqs7igu4-unsplash.jpg)
A rede tem trabalhado sem estoque para pouco mais de 60% dos itens prontos para consumo e tendo que fazer pagamento antecipado daqueles que são importados. Os salários de novembro e dezembro, assim como o 13o dos funcionários, estão atrasados.
Esses não serão problemas repassados à Zamp, já que cabe à SouthRock resolver. Dos R$ 120 milhões da venda, o uso prioritário será quitar itens como rescisão de funcionários e os alugueis em atraso. Mas um aspecto que a futura dona terá que lidar é a queda de vendas - mais fácil de resolver na retração gerada por falta de produto, mas desafiadora em relação à queda de fluxo em lojas.
De janeiro a abril, a queda mensal de vendas em mesmas lojas ficou entre 32% e 36%. Em maio, acumulava queda de 28% até dia 28.