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Por — São Paulo


Filho de um grande ilusionista, um adolescente sonha em aprender os truques e seguir os passos do pai no interior do Brasil: a trama é a base para o filme Ollie, longa de animação que conta com uma estrelada equipe — encabeçada pelo diretor Gabriel Nocera e Marcelo Siqueira, o Sica, por meio de sua produtora Mistika. Na contramão de um setor financiado majoritariamente por leis de incentivo, o projeto vai captar recursos no mercado privado, em parceria com a Ice Capital.

A captação será feita via Certificados de Investimento Audiovisual (CAV) não incentivados, em uma oferta de cerca de R$ 400 mil na plataforma de investimentos alternativos. As cotas dão direito a remuneração pré-fixada de 50% sobre o capital investido, com previsão de pagamento em 24 meses (prorrogáveis). O investidor terá a possibilidade de conversão do certificado em equity de até 1,5%, proporcionalmente ao montante investido, no projeto.

Ollie e a mágica do crowdfunding: Ice Capital vai levantar meio milhão para animação brasileira sair do papel — Foto: Divulgação
Ollie e a mágica do crowdfunding: Ice Capital vai levantar meio milhão para animação brasileira sair do papel — Foto: Divulgação

Os recursos vão permitir a gravação de um “promo” para atestar a qualidade do produto aos futuros parceiros, plataformas de streaming e distribuidoras (como Paris Filmes, Disney, Nickelodeon, Downtown). Para adotar a linguagem do mercado financeiro, é como se a captação fosse uma seed round que vai financiar o MVP do negócio. É justamente esse um dos principais gargalos de projetos de animação: demonstrar como será o resultado final de um projeto ainda nas fases de negociação.

"Animação já nasce com uma cara global. Muitas vezes o espectador nem sabe onde o filme foi feito", diz Nocera, sobre o mercado endereçável do projeto. “A diferença é que no Brasil conseguimos produzir com 50% do custo em comparação com mercado americano e europeu. Isso é possível também por conta da aplicação de tecnologia”, emenda Sica, produtor e supervisor de efeitos com 30 anos de carreira que é responsável pelo efeitos da série Senna, para a Netflix.

Em desafio à lógica de Hollywood, em que uma produção semelhante pode facilmente ter mais de mil pessoas na equipe, Ollie terá um time enxuto e será viabilizado com apoio de novas tecnologias como o Unreal Engine, da Epic Games. A plataforma permite que diversas equipes trabalhem simultaneamente sobre o produto, sem necessariamente um processo precisar ser finalizado para dar fluxo ao próximo — o que economiza tempo e permite a colaboração entre profissionais de diferentes países, por exemplo.

O time do projeto, aliás, pode ser um grande trunfo. Além de Nocera, que já realizou projetos de 3D para marcas como Nestlé, Pepsico, Klabin e Natura, e do experiente Sica, a equipe reúne ainda o roteirista Jotagá Crema (da série 3%) e a produtora Ariadne Mazzetti (Pacarrete, O Caso Escola Base). Além de garantir a qualidade do produto, a rede acelera o acesso a grandes players da indústria — que vão, em última instância, remunerar os investidores.

"É um produto escalável, tem uma cauda longa de produtos: se o personagem tem aderência com o público, depois se consegue licenciar, tem os spin-offs também. E as marcas gostam de associar a histórias para a família, é mais fácil atrair capital para investimento", avalia William Koga, fundador da Ice Capital.

Mais voltado ao público familiar e infantil, a animação quer atrair semelhante a outros projetos brasileiros de sucesso. Títulos como Peixonauta, As Aventuras de Lino (produzido por Sica) e até o mais adulto O Menino e o Mundo evidenciam o apetite por produções brasileiras no segmento. O BNDES estima que o mercado de animação no país já movimente R$ 5 bilhões por ano.

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