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Por — Rio de Janeiro

O medo de perder o pai levou a vendedora Hindyara Nobre, de 29 anos e moradora de Madureira, às redes sociais em apelo desesperado para que o pai recebesse atendimento digno no Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Acometido por um câncer no reto, o porteiro Anderson Nobre, de 47 anos, passou por uma cirurgia na unidade, teve complicações e precisou retornar ao local no domingo (14). Na volta, de acordo com a filha, ele ficou "largado" no corredor do hospital por horas. Após a repercussão do vídeo, em que a jovem aparece aos prantos pedindo ajuda, o paciente foi levado para uma enfermaria. Agora, Hindyara pede que a cirurgia de reparação do primeiro procedimento seja realizada o quanto antes em Anderson, que vive na comunidade Beira Rio, no Recreio. 

— Depois de operar, meu pai saiu do Albert Schweitzer no dia 10 de janeiro, com uma bolsa de colostomia, para as fezes, mas, em seguida, começou a sentir muitas dores. Ele foi levado a uma Clínica da Família, deram morfina e disseram que o incômodo iria passar. Não passou, e ele ainda começou a ter sangramento e o intestino dele veio para fora. Minha mãe foi com ele para o Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Centro, onde fizeram o atendimento mesmo sem encaminhamento. Depois, falei para ela levá-lo de volta para o Albert, que era responsável pela complicação. Chegando lá, disseram que não tinha maca nem quarto. E ele ficou no corredor do hospital, com frio e sangrando — relata Hindyara. 

Em desespero, jovem pede ajuda para que pai seja atendido Hospital Albert Schweitzer

Em desespero, jovem pede ajuda para que pai seja atendido Hospital Albert Schweitzer

A filha destaca que a condição debilitada de seu pai, que recebeu o diagnóstico de câncer em novembro último, somada a um trauma antigo que ela carrega relacionado à unidade de saúde foram o impulso para o pedido de ajuda.

Hindyara Nobre ao lado do pai, Anderson Nobre — Foto: Arquivo pessoal
Hindyara Nobre ao lado do pai, Anderson Nobre — Foto: Arquivo pessoal

— Fiquei com medo de perder meu pai, que já está muito magro, sem apetite após a cirurgia, sem força e desanimado. Logo me veio à cabeça quando perdi meu filho por negligência médica nesse hospital, e fiquei com receio de que meu pai morresse lá também. Em 2018, cheguei lá com seis (centímetros) de dilatação no útero, me fizeram ficar esperando, porque não tinha quarto, até realizarem meu parto às pressas. Meu filho acabou engolindo água de parto e não resistiu. Tenho pavor desse hospital — conta. — Depois que o vídeo viralizou, o Albert entrou em contato comigo pedindo desculpas pelo descaso e por terem deixado meu pai no chão. Disseram que ele já está bem e vai receber toda a assistência. 

Apesar do drama da situação, Hindyara diz que agora tenta se manter confiante de que o tratamento vai dar certo e que Anderson será curado. 

— Eu não estava dormindo nem comendo. Só sabia chorar. Estava a ponto de entrar em depressão. Meu pai não só me deu a vida, ele é um grande amigo para mim, é muito especial. Sempre está do meu lado quando preciso; me motiva, me ensina, me inspira. Ele é incrível. Quando meu filho morreu, ele me deu forças mesmo sem ter. Não me vejo sem meu pai e minha mãe. Minha família é minha base. Se eu não tiver eles ao meu lado, o que será de mim? — pergunta-se, emocionada. 

Questionada sobre a previsão de realização da cirurgia de reparação, a Secretaria municipal de Saúde ainda não respondeu. 

Atualização: Às 20h50, cerca de quatro horas após a publicação da matéria, a direção do hospital informou que Anderson passou por exames laboratoriais e tomografia e foi operado nesta terça-feira (16).

Em nota, a unidade disse ainda que o paciente tem uma "patologia grave", que havia realizado uma cirurgia em 2 de janeiro, recebeu alta no dia 4 e foi orientado a retornar 30 dias depois para reavaliação. Acrescenta que Anderson, no entanto, voltou ao hospital duas semanas depois, com relato de dor e que agora está recebendo todo o cuidado indicado para o quadro.

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