Tijuca e Zona Norte
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Por — Rio de Janeiro

O diagnóstico gerou surpresa, medo e uma série de incertezas sobre o futuro de Beatriz Scher, então com 6 anos. Esse misto de sentimentos não abalou a menina, que, no entanto, guarda memórias do dia em que soube que a diabetes tipo 1 (quando o sistema imunológico ataca as células que produzem insulina, hormônio responsável pela redução da glicemia) seria sua companheira de vida. As recordações apontam para o momento em que a médica lhe ensinou como usar o medidor de glicose, além de compartilhar a informação de que também convivia com esta doença, passível de controle, sem impactos negativos no seu dia a dia.

Passado o susto inicial dos pais da pequena paciente, o tempo mostrou que ela cresceria saudável. Mais do que isso, a moradora da Tijuca, atualmente com 30 anos, fez do limão uma limonada (sem açúcar, claro). Formada em Relações Públicas e estudante de Biomedicina, ela se tornou influenciadora digital e, pouco tempo depois de começar a fazer vídeos na internet sobre a questão que a acompanha desde a infância, empreendeu, criando uma linha de produtos para pessoas que, como ela, precisam carregar na bolsa ou na mochila um kit que possibilita monitorar os índices glicêmicos. Assim nasceu, em 2016, a loja Biabética.

— Eu vivo da diabetes. A diabetes me sustenta. Transformei a doença em meu trabalho. Desde o ano passado, o rendimento que vem da loja banca as minhas despesas. Lancei a marca de acessórios, com estojos de medidor de glicemia, bolsinha que organiza a insulina em um compartimento que impede o frasco de quebrar e garrafas térmicas, entre outros itens, para colorir a rotina das pessoas que não podem descuidar da saúde. É uma forma de estimular o autocuidado — diz.

Beatriz Cher com a linha de produtos que criou para a marca Biabética — Foto: Divulgação/Stella Ribeiro
Beatriz Cher com a linha de produtos que criou para a marca Biabética — Foto: Divulgação/Stella Ribeiro

A importância do autocuidado, aliás, foi uma lição que Beatriz, também conhecida como Biabética, aprendeu desde criança.

— A médica que me diagnosticou aplicou insulina nela na minha frente, me mostrou que eu poderia crescer e ter uma vida normal se eu fizesse o tratamento indicado direitinho. No começo, os meus pais praticamente surtaram, embora não tenham passado para mim nenhum desespero. Diziam: “É só uma picadinha diária para que você possa viver bem até ficar velhinha”. De fato, nunca fiquei internada nem tive qualquer complicação nesses anos todos. Ter diabetes não é a pior coisa do mundo. Nunca fui proibida de comer nada, mas nunca exagerei em nada. Sei que preciso ter limites. Tenho consicência de que, se eu quiser comer um doce, vou precisar aplicar uma quantidade maior de insulina. Sempre fui responsável em relação à minha saúde. Nunca perdi o controle, mas também não passei vontade. É esse autocuidado de cada dia que compartilho com meus seguidores. Quis ser, de alguma forma, útil para a sociedade ao criar essa nova identidade. Sou a Beatriz e também sou a Biabética — ressalta a influenciadora digital, que disponibiliza para contato o perfil biabetica, no Instagram.

O espaço virtual é a ferramenta usada por ela para transmitir mensagens de esperança para quem é diagnosticado com diabetes.

— Eu recebo mensagens todos os dias de pessoas agradecendo os meus conteúdos. Muita gente conhece o meu trabalho justamente no período mais difícil, que é aquele primeiro momento em que se descobre a doença. Antes de qualquer informação sobre a minha experiência, procuro acalmar as pessoas, garantindo que há vida saudável pós-diagnóstico. As pessoas renovam a esperança quando estão diante, ainda que através de uma tela, de uma mulher adulta, que teve o diagnóstico ainda criança, que se mantém saudável, trabalhando, estudando, levando uma vida absolutamente normal. O problema da diabetes é que muitas pessoas se descuidam ou nem sabem que estão doentes. Não é possível evitar a diabetes tipo 1, que é autoimune, mas a tipo 2 pode ser prevenida com alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas — analisa, referindo-se à doença que atinge 16 milhões de pessoas no Brasil, que, aliás, é o quinto país com mais incidência da doença no mundo.

Vivendo com a diabetes praticamente desde que se entende por gente, Beatriz Scher sonha com uma eventual descoberta da cura da doença. E se ela puder contribuir para que um dia esse desejo deixe de ser utopia para se transformar em realidade, melhor ainda.

— Eu faço faculdade de biomedicina para ampliar o meu conhecimento na área de saúde e também porque quero trabalhar com pesquisa na área de diabetes. Tenho certeza de que a minha missão de vida é proporcionar bem-estar a quem, como eu, tem diabetes. Além do meu futuro trabalho na busca por novas tecnologias no tratamento da diabetes, que podem vir a ser aliadas no combate a esta doença, tenho o projeto de abrir uma loja física da minha marca. A Biabética nasceu e vive para impactar positivamente quem foi impactado por esta doença — conclui.

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