A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan, lamentou a ausência do presidente da Argentina, Javier Milei, na reunião de líderes do Mercosul. O evento está marcado para a próxima segunda-feira, em Assunção, no Paraguai.
— A gente lamenta, não é desejável que isso aconteça. Mas o Mercosul tem 33 anos de história, é um bloco consolidado. Não altera nada na cúpula. Mas politicamente é lamentável — disse a secretária, acrescentando que, por outro lado, temas e declarações na agenda do Mercosul não serão afetados.
Padovan afirmou que o fato de Milei ser representado pela chanceler Diana Mondino não vai alterar os trabalhos do Mercosul. A agenda dos sócios do bloco, que dentro em breve terá como membro pleno a Bolívia, continua sendo discutida e executada. Ela evitou comentar as recentes críticas de Milei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta semana, em uma rede social, o argentino voltou a atacar Lula, a quem chamou de "comunista e corrupto".
Milei virá para o Brasil no próximo fim de semana, para participar de um fórum conservador em Santa Catarina. Até o momento, o governo argentino não notificou oficialmente o Itamaraty sobre a visita, ou solicitou autorização de voo e pouso em território brasileiro.
Na semana passada, em entrevista ao portal UOL, Lula cobrou um pedido de desculpas do presidente da Argentina. Afirmou que Milei disse "muita bobagem". O mandatário da Argentina retrucou que não iria se desculpar por ter dito a verdade e ainda se queixou de que o petista havia feito campanha para Massa.