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GERADO EM: 18/06/2024 - 10:58

Tensões no Mar do Sul da China

Militar filipino fica gravemente ferido após colisão com navio chinês, aumentando tensões no Mar do Sul da China. EUA condenam ação de Pequim como irresponsável, reforçando apoio às Filipinas. China contesta acusações da Otan sobre envolvimento na guerra da Ucrânia, alegando neutralidade.

Um membro da Marinha das Filipinas ficou gravemente ferido depois que a Guarda Costeira da China colidiu com um navio seu durante uma manobra de reabastecimento perto do banco de areia de Ayugin (Second Thomas Shoal, em inglês), disseram as autoridades filipinas nesta terça-feira. Localizada no Mar do Sul da China, a região é alvo de disputas entre os dois países há quase três décadas, mas o aumento recente dos incidentes têm levantado preocupações quanto à escalada para um conflito aberto com participação dos Estados Unidos.

"Um membro da Marinha das Filipinas sofreu ferimentos graves depois que a Guarda Costeira da China bateu intencionalmente em alta velocidade durante a missão de rotação e reabastecimento do BRP Sierra Madre (LS57) em 17 de junho", disse um comunicado militar.

O acidente ocorreu no momento em que o barco filipino se dirigia para a região das Ilhas Spratly, onde está localizado o BRP Sierra Madre, um navio de guerra americano transferido para as Filipinas em 1976 e que foi deliberadamente encalhado no local em 1999 depois que a China ocupou o vizinho atol Mischief (ou Panganiban, como é chamado por Pequim), a apenas 30 km de distância, em 1995.

O barco filipino estava navegando para a região do "naufrágio", mas teve sua passagem bloqueada por uma embarcação chinesa de maior porte — uma conhecida manobra do manual de táticas de intimidação marítima da China, segundo levantamentos do SeaLight, um laboratório de transparência marítima ligado à Universidade Stanford nos EUA.

A China frequentemente impede a entrada de navios filipinos na área do Second Thomas Shoal — até algum tempo atrás, a exceção eram pequenos barcos de madeira que transportavam alimentos e tropas de substituição. Sua estratégia é evitar que o enferrujado posto avançado filipino seja reparado ou substituído até que se desintegre ou se torne inabitável, deixando o recife desocupado.

Algumas semanas antes da última colisão, o presidente Ferdinand "Bongbong" Marcos Jr. advertiu que a morte de qualquer cidadão filipino nas mãos de outro país no Mar do Sul da China seria "muito próxima" de um ato de guerra. O atual líder filipino tem buscado estreitar os laços com os EUA, enfatizando repetidamente o "compromisso férreo" de Washington com as Filipinas, com quem possuem um acordo de mútua defesa desde 1951.

Os Estados Unidos, por sua vez, condenaram a China pela colisão e reforçaram seu compromisso com Manila. A embaixadora de Washington em Manila, MaryKay Carlson, disse em uma publicação no X (antigo Twitter), na segunda-feira, que os EUA condenaram as "manobras agressivas e perigosas" da China, que "causaram lesões corporais" e "danificaram embarcações filipinas".

Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou que os "Estados Unidos estão ao lado de seu aliado, as Filipinas, e condenam as ações irresponsáveis e escalonadas" da China. Por sua vez, o vice-secretário de Estado, Kurt Campbell, discutiu a colisão com a subsecretária de Relações Exteriores das Filipinas, Maria Theresa Lazaro, e disse que a China "obstruiu as Filipinas de executar uma operação marítima legal no Mar do Sul da China, interferindo na liberdade de navegação das Filipinas", de acordo com um relatório do Departamento de Estado.

O incidente de segunda-feira marca o primeiro confronto entre os dois países desde que a China baixou uma nova lei no sábado, autorizando sua guarda costeira a apreender navios estrangeiros e deter tripulações suspeitas de invasão por até 60 dias sem julgamento em águas que reivindica como suas. A medida foi fortemente questionada por outros Estados da região e também pelos EUA, que defendem, com base Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982, tratar-se de águas internacionais.

Pequim alega que mais de 90% de todo o Mar do Sul da China, uma área maior que a do Mediterrâneo, incluindo grupos de ilhas, bancos de areia e águas também reivindicadas por partes vizinhas, são seus — apesar de um tribunal da ONU ter concluído que isto não tem base legal. O país usa a Linha das Nove Raias para definir suas reivindicações marítimas na região, cujo traçado diz ser baseado em atividades históricas que datam de séculos atrás. Mas Brunei, Malásia, Filipinas, Vietnã e Taiwan contestam a legitimidade dessas fronteiras.

O Mar do Sul da China é hoje o principal ponto de passagem das rotas de comércio marítimo internacional, além de ser muito relevante do ponto de vista militar e dos recursos naturais. Mais da metade da frota mercante mundial e da produção global de gás natural liquefeito, bem como quase um terço do petróleo não refinado do mundo passam pelas águas do Mar do Sul da China. Seu potencial energético estimado varia de 5,4 trilhões de metros cúbicos e 11 bilhões de barris, de acordo com a Agência de Informação Energética dos EUA, a 14 trilhões de metros cúbicos de gás natural e 125 bilhões de barris de petróleo, segundo a Companhia Nacional de Petróleo Offshore da China.

Acúmulo de tensões

Também nesta terça-feira, a China instou a Otan a “parar de transferir a culpa” para ela pela guerra na Ucrânia. A declaração foi feita depois que o chefe da aliança militar ocidental acusou Pequim de agravar o conflito por meio do apoio à Rússia. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu ontem que a China enfrente as consequências do que as autoridades americanas classificaram como “um grande esforço de exportação” para reconstruir a indústria de defesa de Moscou.

A China se apresenta como uma parte neutra na guerra da Ucrânia e afirma que não está enviando assistência letal para nenhum dos lados, ao contrário dos EUA e de outras nações do Ocidente. Nesta terça, Pequim disse que a Otan “deveria se engajar em autorreflexão em vez de difamações arbitrárias e ataques à China”. Domesticamente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enquadrou a invasão do território ucraniano como uma medida defensiva contra a expansão da Otan.

— Aconselhamos (a Otan) a parar de transferir a culpa e semear discórdia, a não adicionar combustível ao fogo e instigar confrontos, mas sim a fazer algo prático para a resolução política da crise — disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, numa entrevista coletiva.

A parceria estratégica entre China e Rússia só se estreitou desde a invasão da Ucrânia, mas Pequim rejeitou as alegações ocidentais de que está contribuindo com o esforço de guerra de Moscou. Apesar disso, a China ofereceu uma alternativa para a economia isolada da Rússia. Na última sexta-feira, ministros das Relações Exteriores expressaram, durante encontro do G7, “forte preocupação” sobre transferências de materiais e componentes de armas de empresas chinesas para Moscou.

A China ainda evitou participar da reunião de países para a primeira cúpula de paz na Ucrânia, realizada no último fim de semana na Suíça. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, liderou a conferência, que reafirmou as demandas de Kiev para que a Rússia deixasse o território ucraniano antes de qualquer trégua ser alcançada. Na segunda-feira, um dia após os encontros, Stoltenberg disse que o presidente chinês, Xi Jinping, “tem tentado criar a impressão de que está se mantendo em segundo plano no conflito para evitar sanções e manter o comércio”.

— Mas a realidade é que a China está alimentando o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial — disse ele. — Em algum momento deveriam haver consequências.

(Com agências internacionais)

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