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Por O Globo, com agências internacionais — Doha

Com as tropas israelenses cercando a cidade de Jabaliya, no norte de Gaza, fontes ocidentais e relacionadas ao grupo terrorista Hamas afirmaram, nesta terça-feira, que um acordo para uma trégua no enclave palestino está em fase de finalização e pode ser anunciado nas próximas horas.

Os termos do acordo ainda não são conhecidos, mas interlocutores dos governos dos Estados Unidos e do Catar, bem como anúncios feitos por autoridades do braço político do Hamas, indicaram alguns tópicos em discussão. De acordo com as informações de momento, é possível que o acordo se refira apenas a uma trégua temporária e se concentre na troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.

"Estamos perto de alcançar um acordo para uma trégua", declarou Ismail Haniyeh, em comunicado divulgado pelo Telegram do Hamas, nesta terça-feira. O premier israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que as negociações "estão avançando" e disse esperar ter "boas notícias" em breve. O governo convocou uma reunião às 20h (15h em Brasília), que, de acordo com a imprensa israelense, deve discutir os termos.

Em uma entrevista à rede de TV al-Jazeera, Izzat el Reshiq, um porta-voz do grupo terrorista, afirmou que os termos do acordo seriam divulgados por autoridades do Catar, onde o Hamas mantém seu escritório político, "em horas".

Ismail Haniyeh disse que o movimento islamista está perto de chegar a um acordo de trégua na guerra com Israel, em comunicado publicado no Telegram — Foto: SAID KHATIB/AFP
Ismail Haniyeh disse que o movimento islamista está perto de chegar a um acordo de trégua na guerra com Israel, em comunicado publicado no Telegram — Foto: SAID KHATIB/AFP

— O esperado acordo vai incluir a libertação de mulheres e crianças reféns em troca da soltura de crianças e mulheres palestinas em prisões da ocupação — afirmou Reshiq, em referência a Israel , cuja existência o movimento islâmico não reconhece.

O sequestro de cidadãos israelenses, incluindo militares, para posterior troca por palestinos presos em Israel já foi feito antes pelo Hamas. O último caso foi o do soldado Gilad Shalit, em 2006. Por sua libertação em 2011, Israel teve de soltar 1.027 presos palestinos.

Quando o grupo terrorista capturou as quase 240 pessoas no ataque de 7 de outubro, as autoridades israelenses e de seus aliados ocidentais já esperavam que alguma exigência similar entrasse na mesa de negociações em certa altura.

O resgate dos reféns foi apontado pelo governo israelense como uma prioridade. Mas, sem nenhum avanço positivo nesse sentido desde o início da incursão terrestre ao enclave palestino, o clamor da sociedade civil por respostas aumentou nas últimas semanas, pressionando o Gabinete de Benjamin Netanyahu. Antes do anúncio do Hamas de que o acordo estava próximo, o premier chegou a declarar que não cessaria os ataques contra Gaza até que os reféns fossem devolvidos em segurança.

Em sua entrevista à TV catari, Reshiq afirmou ainda que nenhum militar israelense capturado em 7 de outubro seria solto por meio dessa negociação, e disse que Israel não impôs nenhum termo de forma unilateral, apontando que o texto final é um acordo conjunto aceito pelo braço político do grupo terrorista.

Partes internacionais envolvidas no conflito também demonstram otimismo com o avanço das negociações. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, afirmou que as conversas haviam alcançado "o ponto mais próximo" de um acordo até o momento, e que estaria em um "estágio final e crítico". Na segunda-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que um "acordo sobre reféns" avançava e estava "mais perto do que nunca".

Israel diz que Hamas levou reféns para hospital de Shifa em 7 de outubro

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Cessar-fogo, não paz

Embora o acordo possa trazer um certo alívio ao enclave palestino, sobretudo à infraestrutura humanitária severamente destruída pelos bombardeios e ataques incessantes de Israel, é improvável que qualquer termo negociado nesta terça seja um acordo de paz definitivo entre os grupos.

A rede britânica BBC chamou a atenção para o comunicado do líder do Hamas, que utilizou o termo árabe "hudna", explicando referir-se a um tipo de pausa temporária.

Quando declarou guerra ao Hamas, Netanyahu e sua cúpula política afirmaram que o grande objetivo seria a eliminação do grupo terrorista e de sua capacidade de governar Gaza — uma meta que não parece ter mudado, embora analistas a apontem como improvável de ser atingida — para que um ataque como o de 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos no país, jamais possa ser repetido. Nada indica que Israel estaria disposto a rever sua relação com o grupo terrorista, fora negociações pela libertação de reféns.

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