Caso Édson Davi: 'Chamei a atenção para ele sair do mar porque era perigoso demais', diz funcionário de barraca

Família espera que imagens fornecidas pelo COR à polícia ajudem a investigação a entender paradeiro da criança

Por — Rio de Janeiro


Édson Davi Silva Almeida, de 6 anos, desaparecido desde esta quinta-feira, no Posto 4, na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio - Bombeiros fazem busca Fabiano Rocha / Agência O Globo

Era por volta de 15h30 de quinta-feira, quando um funcionário que trabalha na barraca dos pais da criança, Édson Davi, de 6 anos, desaparecido desde quinta-feira na praia da Barra, observou o menino indo molhar os pés no mar, após se sujar na areia da praia, no dia em que desapareceu. Em depoimento à polícia, Jefferson do Nascimento, de 25 anos, contou que Davi tinha o hábito de se aproximar da beira da água porque gostava de brincar "pulando as ondas". No dia do desaparecimento, apesar de todos os avisos de mar com ressaca, ele se recorda de ter visto a criança entrar com os pés no mar, mas que chamou a atenção dele devido ao perigo da correnteza.

— Davi estava acostumado a fazer isso. Ele gostava de brincar pulando as ondas. Naquele dia, ele estava brincando na barraca dos pais e foi no mar lavar os pés que sujaram de areia. Quando vi, chamei a atenção para ele sair porque o mar estava com correnteza e era perigoso demais. Ele me ouviu. Voltou para a areia e foi brincar de bola com umas crianças que estavam por perto. Infelizmente, como estava ajudando o pai dele com os clientes, não percebi o que aconteceu depois. Deveria ter prestado mais atenção. Descuidei uns instantes e não o vi mais — lamentou o funcionário.

Caso Édson Davi: Novas imagens mostram menino brincando na praia antes de desaparecimento — Foto: Reprodução

O Centro de Operações Rio (COR) forneceu, na tarde de sexta-feira, imagens de câmeras dos Postos 3,4 e 5 da Barra da Tijuca aos agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros que investiga o desaparecimento.

A cessão das imagens havia sido reivindicada pela família, no domingo, na Barra, em manifestação para cobrar empenho nas buscas do menino. As filmagens, que ainda estão sendo analisadas pela polícia, serão fundamentais para entender o trajeto percorrido pela criança no dia em que desapareceu.

Os investigadores acreditam que o menino tenha entrado no mar sem que ninguém tenha visto e se afogado. As buscas pelo Corpo de Bombeiros sobre o paradeiro da criança seguem desde a madrugada de sexta-feira. A corporação concentra as buscas nas Praias da Barra, Recreio, Guaratiba e Sepetiba com aeronave, drone, moto aquática e mergulhadores. O pai do menino, que tem uma barraca na praia, Edson Santos, reafirma que não acredita na hipótese de afogamento e sim que alguém tenha levado a criança.

Édson Davi Silva Almeida, de 6 anos, desapareceu na praia da Barra da Tijuca — Foto: Fabiano Rocha

— Faz quase cinco dias que meu filho desapareceu. É uma angústia muito grande. A nossa esperança é que essas imagens ajudem a polícia a entender o que aconteceu. Pior do que ter a certeza de que tenha acontecido algo de ruim, é a dúvida de não saber onde ele está — lamentou o pai da criança.

A polícia diz não descartar qualquer hipótese. Mais duas testemunhas ouvidas, incluindo o funcionário, testemunhas ouvidas afirmaram ter visto Édson Davi entrando pelo menos duas vezes no mar.

Espera sem fim

Enquanto isso, segue a angustiante espera de Marize Araújo, mãe do menino Édson Davi, e de toda a família, por notícias sobre o paradeiro do menino. Ela conta que sua preocupação aumentou ao tomar conhecimento, segundo ela na Cidade da Polícia, que a câmera do Posto 4 da Praia da Barra, justamente o trecho onde Édson teria desaparecido, não estaria funcionando na quinta-feira passada. A prefeitura informa que todas as imagens disponíveis foram entregues e que, eventualmente, um ou outro equipamento pode sair de operação momentaneamente por questões técnicas.

Família do menino Edson Davi levou faixas com pedido de respostas em manifestação, neste do domingo, no local onde ele desapareceu na Praia da Barra — Foto: Reprodução

— Conversei com os agentes na sexta quando estive na Cidade da Polícia. Eles disseram que infelizmente a câmera do Posto 4 que seria fundamental para ver o que aconteceu com meu filho, não funciona. A prefeitura diz que sim, mas a polícia não conseguiu ver. Isso é muito triste. A cada dia que passa é uma tortura sem notícias. Estou vivendo um pesadelo. Dias de terror. Não consigo comer, dormir e nem trabalhar. Toda vez que fecho os olhos, fico imaginando meu filho preso em algum lugar pedindo ajuda. Só Deus para acalmar meu coração — lamentou Marize.

O pai do menino, que tem uma barraca na praia, reafirma que não acredita na hipótese de afogamento e sim que alguém tenha levado a criança.

— Faz quase cinco dias que meu filho desapareceu. É uma angústia muito grande. A nossa esperança é que essas imagens ajudem a polícia a entender o que aconteceu. Pior do que ter a certeza de que tenha acontecido algo de ruim, é a dúvida de não saber onde ele está — lamentou Edson Santos Almeida, pai de Édson Davi. A polícia diz não descartar qualquer hipótese.

Testemunhas viram criança no mar

Édson Davi Silva Almeida, de 6 anos, desapareceu na praia da Barra da Tijuca — Foto: Fabiano Rocha

Três testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram ter visto Édson Davi entrando pelo menos duas vezes no mar, segundo mostrou o RJ1 da TV Globo. Um funcionário da barraca do pai do Davi contou que era comum o menino brincar com outras crianças na praia e ir se limpar na água. Ele detalhou ainda que Davi tinha o hábito de molhar os pés na beira do mar. No dia em que desapareceu, apesar de todos os avisos de mar com correnteza, o funcionário detalhou aos agentes que se recordava de ter visto, pelo menos uma vez, Davi entrando no mar. E que neste momento, chamou a atenção da criança para se afastar da água por ser perigoso.

Ele afirmou ainda que Edson Santos, pai de Davi, estava muito atarefado com os clientes no dia e, por isso, não teria visto a criança se afastar e ir até a água. O dono de um quiosque fica próximo à barraca dos pais de Davi, disse também em depoimento ter visto a criança entrar, ao menos, três no mar.

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