'Iate maldito': donos de veleiro de luxo sofreram traições, mortes suspeitas e casamentos nefastos; fotos

Entre os ricaços que possuíram a embarcação Creole estão membros de dinastia grega e herdeiros da Gucci

Por La Nacion — Buenos Aires


Iate Creole: donos de embarcação tiveram morte trágica ou suspeita Reprodução/La Nacion

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 18/06/2024 - 04:00

Tragédias e traições a bordo do iate Creole

O iate Creole foi palco de tragédias e traições envolvendo membros de famílias ricas, como os Gucci e os Niarchos. Desde a morte suspeita de Eugenia Livanos até o homicídio de Maurizio Gucci, a embarcação foi cenário de desventuras e intrigas que marcaram a sua história.

"É melhor chorar num Rolls-Royce do que ser feliz numa bicicleta", dizia a socialite italiana Patrizia Reggiani. No meio do caso de amor entre ela e Maurizio Gucci e do crescimento da marca familiar no melhor momento da indústria da moda italiana, surgiu uma pérola. Creole era o nome: o veleiro que se tornou uma obsessão para a mulher do herdeiro da grife.

Muitos dizem que a embarcação foi responsável por vários destinos infelizes. Para os Gucci, tudo começou com a posse daquele "iate maldito".

Nascida na pobreza e mais tarde alçada à alta sociedade italiana, a "senhora Gucci" foi tentada pelo luxo e pela extravagância. Entre seus desejos, estava aquele que era catalogado como o maior e mais belo veleiro do mundo feito de madeira.

Projetado por Charles E. Nicholson, o Creole (embora não conhecido por esse nome na época) foi o maior iate construído na história do estaleiro britânico Camper & Nicholsons. A escuna de três mastros com vela foi apresentada em 1927.

Veja fotos do Creole, o 'iate amaldiçoado'

6 fotos
Veja fotos do Creole, o 'iate amaldiçoado'

Naquela época, Alexander Smith Cochran, que se tornaria o maior produtor de tapetes do planeta e conhecido como o solteiro mais rico de Nova York, começou a navegar. Sonhava em cruzar o Atlântico e competir na Europa. Tendo vencido dezenas de corridas no Velho Continente, ele finalmente encomendou ao estaleiro Nicholson a produção de uma nova escuna.

Lançado ao mar com o nome de Vira, o "iate maldito" deu, desde o início, indícios de que não vinha com boas notícias. Na hora do seu batismo, tiveram que jogar três vezes a garrafa de champanhe para que ela finalmente quebrasse, como determina a tradição.

Como qualquer milionário caprichoso, Cochran exigiu algumas modificações do estaleiro: entre vários outros detalhes, pediu o encurtamento dos três mastros, o que resultou num pior desempenho durante a navegação.

Cochran não conseguiu usufruir do navio que, ainda hoje, quase 100 anos depois de construído, continua sendo um dos mais ilustres do mundo. O magnata morreu de tuberculose dois anos depois de adquiri-lo, aos 55 anos de idade.

Depois, durante uma década, o iate participou de competições em diversos locais da Europa e teve uma história de sucesso graças ao retorno ao seu estado original. Seu nome mudou para Creole, supostamente inspirado em uma sobremesa inventada por um dos muitos proprietários que teve entre a morte de Cochran e o início da Segunda Guerra Mundial.

Veja imagens do superiate submarino, que promete viagens de luxo debaixo d'água

5 fotos

Como quase todos os navios da época, entrou em serviço durante a guerra e serviu como caçador de minas. Terminado o conflito armado, em 1948, passou para as mãos do ferrenho inimigo e concorrente de Aristóteles Onassis. Naquela época, o poder dos estaleiros gregos estava em três mãos: a do próprio Ari, do seu sogro Stavros Livanos e do seu contemporâneo Stavros Niarchos.

Niarchos era casado com Eugenia Livanos quando a irmã dela, sua cunhada, Athina, uniu-se em matrimônio com Aristóteles Onassis. O casamento dos Onassis serviu para dar o pontapé inicial para um novo matrimônio — desta vez, entre Niarchos e a própria cunhada, Athina. Na cerimônia, foi tecida uma das "tragédias gregas" mais lembradas. Niarchos e Athina, então cunhados, prometeram ficar juntos em algum momento da vida.

Enquanto compartilhavam o Creole, enchendo-o de festas e celebridades, os agora parentes, além de inimigos, Onassis e Niarchos brigavam publicamente por seus negócios. Traições amorosas ocorreram em ambos os casamentos.

Até que a tragédia se abateu sobre ambos: a morte do seu único filho homem para Aristóteles, e o aparecimento sem vida de Eugenia Livanos, na ilha privada Spetsopoulas, que pertencia a Niarchos. seisO iate conduziu a mulher ao local da sua morte, considerada suspeita, à época. Apesar de atribuí-la a uma overdose acidental, durante a autópsia foi confirmado que Eugenia apresentava numerosos hematomas pelo corpo. Um suposto confronto com o marido chegou a ser investigado, mas ele foi inocentado.

Os destinos finalmente se cruzaram para concretizar as antigas juras de amor: o viúvo e suspeito da morte de Eugenia casou-se com Athina Livanos, que morreu, como a irmã, de overdose poucos meses depois. Mais tarde, mergulhado na depressão, Aristóteles Onassis também morreria.

O Creole e o clã Gucci

Foi precisamente Niarchos quem elevou o Creole a outro patamar, investindo uma fortuna na sua restauração. Suas seis cabines foram especialmente reformadas para acomodar os recém-casados ​​reis da Espanha: Juan Carlos e Sofía, que utilizaram a embarcação como base para sua lua de mel em maio de 1962. Com o Creole, percorreram o Mediterrâneo.

Depois dos muitos erros das famílias gregas, Niarchos decidiu se desfazer do iate. Foi adquirido pelo governo dinamarquês, que o manteve como navio-escola até que, devido ao elevado investimento em manutenção, o recolocou à venda.

Foi então que surgiu a obsessão de Patrizia Reggiani, que conseguiu convencer Maurizzio Gucci, recentemente nomeado responsável pela grife, a adquiri-lo. Ela declararia naquela época que conhecia a lenda sobre a "maldição" do iate, mas esperava revertê-lo. Não foi bem assim.

Como se esperassem o momento certo, as velas do navio passaram pelos portos mais chiques do mundo durante 10 anos com a Gucci, exibindo a nata da indústria da moda internacional. Mas, em 1983, quando Maurizio assumiu os negócios da família, Patrizia começou a ficar exasperada com o que considerava serem "fracas competências empresariais do seu marido".

A pressão foi tanta que, certa manhã, Maurizzio saiu de sua mansão, a caminho do trabalho, mas entrou no Creole sem dar mais notícias. Desapareceu com a embarcação durante algumas semanas sem que a sua família soubesse o seu destino.

Ele voltou da mesma forma que saiu, mas com uma amante oficial. Divorciado e casado novamente, sofreu os ataques de ódio da ex-mulher que, de acordo com a Justiça italiana, organizou a morte do herdeiro da Gucci, em 1995. Foi morto a tiros ao entrar em seu escritório. Patrizia Reggiani cumpriu 18 dos 25 anos de prisão a que foi condenada.

Um acordo anterior à separação obrigou o atual proprietário da marca Gucci, François-Henri Pinault, marido de Salma Hayek, a pagar € 1 milhão anuais e vitalícios à condenada.

Enquanto isso, o Creole dorme em Palma de Mallorca e, atualmente, é propriedade das herdeiras da Gucci: Alessandra e Allegra, filhas de Maurizio e Patrizia. A "senhora Gucci" até hoje nega ter qualquer relação com a morte do pai de suas filhas.

Mais recente Próxima Coca Beer: conheça a cerveja à base de folha de coca produzida na Bolívia