Juiz iludia brasileiras para que trabalhassem como acompanhantes em Portugal

Investigação revela como suspeito conseguiu entrada no país de pelo menos sete emigrantes do Brasil antes de ser expulso da magistratura

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Panorama do centro do Porto em frente à Estação São Bento Susanne Koplin/Pixabay

Uma investigação da Polícia Judiciária revelou que o juiz português Hélder Claro foi arquiteto de um esquema de captação de mulheres brasileiras para trabalhar como acompanhantes em Portugal.

Antes de ser expulso da magistratura em abril deste ano, Claro organizou a entrada em Portugal de pelo menos sete brasileiras para o trabalho em uma boate no Porto.

Claro é investigado pelos crimes de auxílio à imigração ilegal, corrupção, abuso de poder, lavagem de dinheiro e prevaricação em negócios urbanísticos, segundo o “Jornal de Notícias”.

A investigação é baseada em escutas, que descobriram como o ex-juiz utilizou a ajuda de uma brasileira, identificada como Samantha, para captar e iludir mulheres ainda no Brasil.

Segundo a investigação, Claro mandou Samantha enganar as brasileiras, dizendo que o trabalho seria em um bar e não como acompanhantes. Ela recebeu € 6 mil (R$ 34 mil) de comissão.

Samantha, também investigada por auxílio à imigração ilegal, enviou 16 fotos de oito mulheres e deu sinal verde para começar a tratar da burocracia com contratos e vistos.

Os vistos de trabalho foram negados por um consulado português no Brasil. E Claro disse ao gerente da boate que agilizasse o desembarque das mulheres como turistas, o que acabou acontecendo.

O ex-juiz ainda explicou que as brasileiras teriam que desembarcar separadas em Portugal para que o extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não criasse obstáculos.

Claro despertou suspeitas da PJ por uma tentativa de lavagem de € 90 milhões (R$ 518 milhões) envolvendo criptomoedas.

Também é suspeito de abuso de poder e corrupção durante a instalação de uma filial de uma rede internacional de supermercados em Matosinhos, cidade vizinha ao Porto.

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