Arquitetura, já disse Flávio de Carvalho (1899-1973), “é um assunto um tanto subjetivo, quase pessoal”. E a mostra “Funil”, na Casa SP-Arte, na Vila Modernista, no bairro dos Jardins, parece ecoar as falas do arquiteto e artista visual. Em cartaz até 10 de maio, reúne obras de diferentes artistas numa residência de 1938, projetada por ele.
Organizador da exposição em colaboração com o designer Lucas Jimeno, o também arquiteto Isay Weinfeld evita atribuir um sentido literal às suas escolhas. “Assim como não segui nenhuma corrente no meu escritório nesses 50 anos, meu caminho é plural”, conta. “Meu mundo é dança, cinema, artes visuais... Essas são as fontes de informação para o meu trabalho.”
![A obra “Droguinhas (Little Nothings)”, de Mira Schendel, pende do teto — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/-CiwI0zvJd-qNgOIzOX7BhwlgaI=/0x0:500x750/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/H/y/xL8SgFTwC8IxHNBAOJvg/106516042-el-a-exposicao-funil-inaugurada-na-casa-sp-arte-e-montada-por-isay-weinfeld.jpg)
Em total sintonia com os cômodos do imóvel e sem ofuscar os detalhes projetados por Carvalho, estão lá obras de nomes como Lenora de Barros, Emanuel Nassar e Lucas Arruda. “Droguinhas (Little Nothings)”, de Mira Schendel, pende do teto da sala com a exata sutileza proposta por Isay. “Quis colocá-la numa altura inatingível, sinalizando o quanto o trabalho dela é sublime.”
Criadora da SP-Arte, Fernanda Feitosa diz que as escolhas de Isay propõem aos visitantes pensamentos profundos e particulares. “É menos uma exposição e mais um convite a refletir sobre o que é a vida e o que as obras no entorno falam sobre você.”
A casa, portanto, é sua.
*O repórter viajou a convite da SP-Arte