Economia
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Por — Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a taxação de fortunas, dessa vez em reunião dos ministros das finanças e presidentes de bancos centrais do G20, em Marrakech, no Marrocos. Em discurso durante o encontro, Haddad afirmou ser necessário que os ricos paguem uma cota “justa” de impostos.

— Talvez digam que a agenda proposta pelo Brasil para o G20 é ambiciosa demais. Nós acreditamos que ela é realista e necessária. Precisamos urgentemente melhorar as nossas instituições financeiras internacionais, fazer com que os mais ricos paguem sua justa cota de impostos, tratar do problema da dívida em um número crescente de países da África, Ásia e América Latina, e, de maneira eficiente, mobilizar recursos públicos e privados para uma economia global mais verde e sustentável — afirmou Haddad.

Na semana que vem, a Câmara dos Deputados deve colocar em votação a proposta do governo para ampliar a taxação dos super-ricos. O projeto de lei une a sugestão de cobrança de impostos para investimentos em fundos offshores, fora do país, e a tributação dos chamados fundos exclusivos, que reúne apenas investidores selecionados.

A segunda sugestão havia sido enviada ao Congresso Nacional em forma de medida provisória, mas foi incluída no mesmo projeto de lei das offshores pelo relator, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), a pedido do governo.

A previsão é de que o PL entre em votação no plenário na próxima terça-feira, depois de ajustes sugeridos por parlamentares.

Reforma na governança global

Em Marrakech, o ministro da Fazenda também voltou a defender uma bandeira do presidente Lula, de reforma nas instituições de governança global. Fernando Haddad deu enfoque a necessidade de adaptar os grupos financeiros a uma nova realidade.

— A maior parte das instituições e práticas de governança global parecem estar presas ao século XX, refletindo um mundo que já não existe mais. Se o G20 quiser encontrar soluções efetivas para os desafios globais contemporâneos, será necessário reformar a governança econômica global — disse no encontro que reúne lideranças de países-membros do Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentando:

— As instituições financeiras internacionais precisam ser mais ambiciosas e representativas da realidade mundial no nível político, e mais poderosas, ágeis e eficientes no nível técnico.

Comunicado do G20 ignora conflito em Israel

O G20 foi formado no fim dos anos 1990 e seus integrantes representam mais de 80% do PIB mundial, mas concentra interesses geopolíticos contraditórios.

Ontem, uma outra reunião de autoridades financeiras do G20, realizada na Índia, terminou com um comunicado que não mencionou diretamente o conflito entre Israel e o grupo Hamas, evidenciando mais uma vez a dificuldade do grupo que reúne as maiores economias do mundo de concordar sobre como abordar os riscos de guerras para o cenário financeiro global.

O comunicado final repetiu a linguagem adotada pelos líderes do G20 na reunião de setembro sobre a guerra na Ucrânia e incluiu uma menção genérica observando "com profundo pesar o imenso sofrimento humano e o impacto adverso das guerras e conflitos pelo mundo". A omissão contrastou com o foco que a reunião anual do FMI e do Banco Mundial no Marrocos deu ao conflito no Oriente Médio. Os ministros de finanças do G7, que reúne os países mais ricos do mundo, condenaram o Hamas em um comunicado e expressaram apoio a Israel.

(Com informações da Bloomberg News)

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