Com maior preocupações que os combates entre Israel e o Hamas possam desestabilizar o Oriente Médio e prejudicar o fornecimento global de petróleo, já que o Irã disse que uma nova frente para o conflito era possível, os preços da commodity subiram cerca de 6% nesta sexta-feira, e as bolsas ao redor do mundo caíram.
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O Brent, referência global, fechou alta de 5,7%, cotado a US$ 90,89 o barril para os contratos de dezembro. O West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, subiu 5,8%, com os contratos futuros de novembro sendo negociados a US$ 87,69 por barril.
— O mercado teme que algo no fim de semana possa acontecer. O pior cenário seria o Irã se envolver diretamente na guerra, fechando o estreito de Ormuz, onde passa mais de 30% da exportação de petróleo do mundo, causando um choque de oferta ainda maior, e impactando o mercado como um todo — diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Em caso de uma escalada mais acentuada do conflito, a Bloomberg Economics estima que os preços do petróleo poderão subir para US$ 150 por barril e o crescimento global cair para 1,7%.
No Brasil, na contramão dos outros papéis, as companhias de petróleo tiveram ganhos. As ações ordinárias da Petrobras ganharam 3,15%, indo a R$ 39,32, e as preferenciais subiram 3,30% para R$ 36,28. Esse é a maior cotação do ano dos ativos da estatal, que já chega a R$ 495,8 bilhões de valor de mercado.
Do mesmo setor, a 3R Petroleum ganhou 3,19%, indo a R$ 32,31, enquanto a Petrorio valorizou 5,04%, alcançando R$ 50.
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![FPSO Anita Garibaldi, na Bacia de Campos (RJ) — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/1qI9-V0w-Nmo5AKC18YK0wUXIvU=/0x0:5280x3956/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/w/9/L0G0cLQxqzgra4dBqbZg/fpso-anita-garibaldi-5-edited.jpg)
![FPSO Anita Garibaldi, na Bacia de Campos (RJ) — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/2Vmhqsdb7R6yBMbZhpnPYOhH_V8=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/w/9/L0G0cLQxqzgra4dBqbZg/fpso-anita-garibaldi-5-edited.jpg)
FPSO Anita Garibaldi, na Bacia de Campos (RJ) — Foto: Agência Petrobrás
![Navio-plataforma nos campos de Marlim, Voador e Brava, na Bacia de Campos. — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/fRNuRz1v6653h4JFZNpLHwO6Rr0=/0x0:3452x2588/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/V/a/F7AuAPQtKjqFk2MKVtEQ/fpso-anna-nery-3.jpg)
![Navio-plataforma nos campos de Marlim, Voador e Brava, na Bacia de Campos. — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/DQLU6oys6NNnoaljtk-MEw8TnRQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/V/a/F7AuAPQtKjqFk2MKVtEQ/fpso-anna-nery-3.jpg)
Navio-plataforma nos campos de Marlim, Voador e Brava, na Bacia de Campos. — Foto: Agência Petrobrás
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![Petrobras vem ampliando investimentos para se tornar carbono zero até o ano de 2050 — Foto: Helmut Otto/Agência Petrobras](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/fPy-ZJ3ACanUZAfKK1ORLLBvN_8=/0x0:415x415/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/p/n/FFy71MTAejBm7LBT3TxA/plataforma-de-petroleo-helmut-otto-agencia-petrobras.jpg)
![Petrobras vem ampliando investimentos para se tornar carbono zero até o ano de 2050 — Foto: Helmut Otto/Agência Petrobras](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/WKH2g-EDS5ZfTTkTPo6EV3uKg8E=/415x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/p/n/FFy71MTAejBm7LBT3TxA/plataforma-de-petroleo-helmut-otto-agencia-petrobras.jpg)
Petrobras vem ampliando investimentos para se tornar carbono zero até o ano de 2050 — Foto: Helmut Otto/Agência Petrobras
![O navio-plataforma P-68 opera nos campos de Berbigão e Sururu, no pré-sal da Bacia de Santos. — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/q1yKm9l6_Nk0DuXcCzH0QXB-hfc=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/l/0/VJllZXQTA5RrPbbBwU5w/p-68-2.jpg)
O navio-plataforma P-68 opera nos campos de Berbigão e Sururu, no pré-sal da Bacia de Santos. — Foto: Agência Petrobrás
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![FPSO Carioca, plataforma que produz no campo de Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos. — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/lXHLwjRUVbeC_RE6vJooiPTgA-U=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/2/k/5TpuwpSGykSKSoEHacVA/fpso-carioca-2.jpg)
FPSO Carioca, plataforma que produz no campo de Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos. — Foto: Agência Petrobrás
![Plataforma P-74 no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos — Foto: Andre Ribeiro / Banco de Imagens Petrobras](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/ZrjVYhFFe4M0RhpI_nR6S-FJRIc=/785x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/8/1/P7mgDiR1mqUi5DAiA8UQ/79388870-ec-plataforma-p-74-no-campo-de-buzios-no-pre-sal-da-bacia-de-santos-foto-andre-ribeir.jpg)
Plataforma P-74 no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos — Foto: Andre Ribeiro / Banco de Imagens Petrobras
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![Navio-plataforma Anita Garibaldi deixa estaleiro rumo à Bacia de Campos — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/0CZ3f2MAu9g6Yf0lxQh5dMVecvI=/1024x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/e/Z/gARwxmQBu4EBLyoQV36A/navio-plataforma-anita-4.png)
Navio-plataforma Anita Garibaldi deixa estaleiro rumo à Bacia de Campos — Foto: Agência Petrobrás
![Plataforma P-71, no pré-sal da Bacia de Santos — Foto: Agência Petrobrás](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/BhhmPh8jV883txbzJiZdkVZVD2Q=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/g/a/NcSUqYQNKBPRcYCfmscw/p-71-9-edited.jpg)
Plataforma P-71, no pré-sal da Bacia de Santos — Foto: Agência Petrobrás
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Bolsas em queda
Num contexto de maior aversão a risco, o Ibovespa fechou em queda de 1,11%, indo a 115.754 pontos, e o dólar se valorizou em 0,78% ante o real, cotado a R$ 5,0885 ao fim da sessão. Em Nova York, S&P 500 caiu 0,50% e Nasdaq, 1,23%. Dow Jones subiu 0,12%.
João Frota, estrategista em renda variável da Senso Corretora, aponta que os dados de inflação americana divulgados na quinta-feira surpreenderam negativamente, elevando temores de juros mais altos por mais tempo. O índice subiu 0,4% em setembro ante agosto, acima da previsão de 0,3% de analistas.
O ex-presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, sugeriu que, se a inflação nos EUA continuar persistente, o banco central pode ter que aumentar as taxas de juros para até 6,5%.
Além disso, a pesquisa de sentimento do consumidor nos Estados Unidos da Universidade de Michigan mostrou que os americanos estão mais pessimistas. O índice caiu de 68,1 pontos em setembro para 63,0 pontos em outubro. O resultado é bastante inferior à projeção de 67,4 pontos previstos por analistas, de acordo com o “The Wall Street Journal”.
— A Bolsa brasileira segue sem receber fluxo de capital externo. A incerteza relacionada com o nível dos títulos do Tesouro americano, em 4,62%, agora combinada com o conflito em Israel, mantém os investidores longe do risco — analisa Frota.
No Brasil, os juros futuros voltaram a subir. Por volta das 17h30, a taxa DI para janeiro de 2026 pssava de 10,635% a 10,810%, prejudicando ações ligadas à economia doméstica.
Entre as maiores perdas do dia, destaque para Azul, que caiu 4,99%, indo a R$ 12,96, e Magazine Luiza, que teve queda de 4,71%, passando a R$ 1,82. A MRV, do setor de construção, se desvalorizou em 4,14%, negociada a R$ 9,04.
— As ações das aéreas sentiram a forte alta do petróleo em meio às incertezas sobre a oferta trazidas pela disputa entre Israel e Hamas. Além disso, a alta do dólar e dos juros futuros também pesou negativamente para as companhias, que têm alto endividamento na divisa americana — explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
A Vale também fechou no vermelho, com queda de 1,14%, indo a R$ 66,59, porque as exportações chinesas recuaram 6,2% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2022.
As bolsas asiáticas também tiveram um dia de queda. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, recuou 0,55%, enquanto que a de Hong Kong fechou com forte queda de 2,33%. Na China, o SSE Composite baixou 0,64% e a Bolsa de Xangai registrou perda de 0,99%.
Em Londres, o índice FTSE 100 baixou 0,59% e, em Paris, o CAC 40 encerrou com queda de 1,42%%. A Bolsa de Frankfurt recuou 1,55%.