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Por Bloomberg — Brasília e Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, acelere o ritmo de investimentos em refinarias e gás natural, depois da demissão de Jean Paul Prates do comando da estatal na noite de terça-feira, disseram pessoas familiarizadas com os planos do Palácio do Planalto.

A mudança encerrou meses de especulação de que os dias de Prates à frente da empresa estavam contados. A sua substituição pela nova CEO também deu origem a novas preocupações de que a gigante petrolífera acabe financiando uma política industrial mais ampla à custa dos acionistas.

Lula estava insatisfeito com a liderança de Prates e, em particular, com a sua forma de lidar com o plano estratégico de US$ 102 bilhões da empresa, disseram as pessoas, que pediram anonimato por se tratar de assuntos internos.

Com a economia caminhando a passos lentos, o presidente mira os US$ 17 bilhões que o plano destina para investimentos em refinarias e os US$ 9 bilhões que prevê para o gás natural e energias renováveis como oportunidades chave para dar ao Brasil uma injeção de ânimo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a futura presidente da Petrobras, Magda Chambriard — Foto: Fotos de Evaristo Sá/AFP e Charles Sholl/Brazil Photo Press
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a futura presidente da Petrobras, Magda Chambriard — Foto: Fotos de Evaristo Sá/AFP e Charles Sholl/Brazil Photo Press

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, crítico frequente de Prates, transmitiu a missão a Magda Chambriard em uma reunião na manhã de quarta-feira que ocorreu antes mesmo de o conselho da Petrobras demitir formalmente o antigo CEO.

Segundo o ministro Chefe da Casa Civil, Rui Costa, o presidente Lula entendeu que era hora de acelerar alguns aspectos, inclusive os investimentos da Petrobras, disse em entrevista à TV na noite de quarta-feira.

Silveira e Magda também discutiram a política de preços de combustíveis da Petrobras – outro ponto de discórdia entre Lula e Prates – e os planos da empresa para explorar petróleo na Margem Equatorial, uma região ambientalmente sensível perto da foz do Rio Amazonas, segundo as pessoas.

A nomeação de uma CEO vista como estreitamente alinhada com a administração de Lula aprofundou, no entanto, as preocupações entre os investidores, que já estavam receosos do aumento da intervenção governamental nas empresas estatais e de cortes nos pagamentos de dividendos extraordinários que os acionistas passaram a esperar cada vez mais.

Magda liderou a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sob o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Costa e Silveira foram a favor de sua escolha e foram os únicos dois ministros presentes quando Lula demitiu Prates, segundo pessoas com conhecimento do assunto, o que sugere que a influência de ambos sobre a companhia petrolífera tem crescido.

O diretor financeiro, Sergio Caetano Leite, também foi demitido e há uma ampla expectativa de que Magda faça novas mudanças na diretoria executiva, embora não esteja claro quanta independência ela terá nas nomeações.

Grandes desafios

Apesar da proximidade com o governo, Magda deverá enfrentar obstáculos significativos no seu trabalho. Embora a Petrobras seja controlada pelo governo, também tem acionistas privados, e equilibrar os desejos de ambos — juntamente com as necessidades dos consumidores sensíveis às mudanças nos preços dos combustíveis — coloca o seu CEO numa situação delicada.

Atender às exigências de Lula para acelerar os investimentos será difícil numa região onde as expansões das refinarias enfrentam regularmente atrasos e ultrapassam o orçamento. E um plano de investimentos tão grande como o da Petrobras envolve desafios burocráticos que podem retardar o desembolso de recursos.

A lista de tarefas de Magda também inclui negócios pendentes envolvendo a Petrobras. O mais complicado é o papel da empresa no futuro da produtora petroquímica Braskem, que tem a Petrobras como seu segundo maior acionista.

Lula quer que a gigante do petróleo reforce sua presença no segmento. A Novonor, a problemática acionista controladora da Braskem, tem lutado para encontrar um comprador para sua participação, e a Petrobras não descartou adquiri-la para evitar a deterioração do ativo.

A Petrobras também negocia o seu retorno à gestão da refinaria Acelen, anteriormente conhecida como RLAM, no nordeste do estado da Bahia. A empresa foi vendida para a Mubadala de Abu Dhabi em 2021. Os grupos estão em negociações e a estatal espera ter um novo modelo de negócios definido até o final do primeiro semestre de 2024.

A companhia é também fonte de opiniões divergentes dentro do governo que está, ao mesmo tempo, tentando aumentar a produção de petróleo e priorizando sua agenda ambiental, incluindo tentativas de promover uma transição verde da economia do Brasil.

Os planos de explorar petróleo na Margem Equatorial, em particular, provocaram disputas internas entre os defensores da perfuração e a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a cara do governo no impulso climático de Lula.

Chambriard, engenheira de formação que começou a trabalhar na Petrobras na década de 1980, alinha-se com a parcela do governo que considera o aumento da produção na região essencial para financiar os esforços de transição energética de Lula.

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