Finanças
PUBLICIDADE
Por — Rio

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 19/06/2024 - 00:00

Decisão do Copom sobre a Taxa Selic

O Copom define a taxa Selic, influenciando a economia e a inflação. O artigo explica como funciona o sistema Selic, o papel dos juros no controle da inflação, e destaca os membros do Copom e seus cargos. A decisão do BC em manter a Selic está em destaque.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), formado por diretores do Banco Central, encerrou nesta quarta-feira sua reunião de dois dias que define a taxa básica de juros do país, a Selic. Por unanimidade, os nove integrantes do Copom decidiram manter a taxa em 10,5% ao ano.

A decisão seguiu a previsão de analistas do mercado financeiro, que ficaram de olho no placar. A reunião deste mês se deu sob temperatura política elevada, com novos ataques do presidente Lula ao chefe da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

Mas o que é o Copom? E como funciona a Taxa Selic? E por que isso afeta a vida de todos os brasileiros? Tire suas dúvidas a seguir.

O que é a Taxa Selic?

É a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento usado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. Quando os preços sobem acima do previsto pelo BC, a Selic é elevada para tentar frear a inflação. Já quando os preços estão abaixo da meta definida pelo governo, o BC reduz a Selic.

Por que a taxa tem este nome?

O nome vem da sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. É neste ambiente, no sistema Selic, que são comprados e vendidos títulos públicos federais. Através dessas negociações, o BC baliza os juros do mercado.

E como funciona o sistema Selic?

Todos os dias, bancos e instituições financeiras captam e emprestam recursos uns aos outros. São operações que permitem o fluxo de dinheiro no sistema financeiro, para que os clientes possam tomar empréstimos, sacar recursos no caixa eletrônico ou compensar pagamentos de contas.

Esses empréstimos de curto prazo, de um dia para outro, são feitos entre os bancos usando como garantia títulos públicos federais, ou seja, papéis da dívida da União.

A custódia e liquidação destes títulos são feitas no sistema Selic, que está sob gestão do BC.

Como o BC define os juros no Sistema Selic?

O Banco Central opera no sistema Selic, vendendo ou comprando títulos, para garantir que os juros praticados pelo mercado em suas operações diárias estejam dentro do patamar pretendido pelo BC.

Diariamente, a média dos juros praticados nas operações de compra e venda de títulos neste sistema corresponde à taxa Selic.

E quem define o patamar da Selic?

A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelo presidente e pelos diretores do BC, avalia o cenário econômico e define qual é a taxa meta Selic, ou seja, qual é o patamar de juros que é preciso perseguir como referência no sistema Selic.

A taxa Selic é definida pelo Copom levando em consideração a meta de inflação que o governo fixou. O objetivo é fazer com que os juros mantenham a inflação dentro da meta.

E como os juros atuam para controlar a inflação?

Os juros altos tornam o crédito mais caro ao consumidor. Assim, fica mais difícil, por exemplo, comprar uma geladeira ou um carro parcelado. Juros mais altos inibem, portanto, o consumo.

Com os consumidores menos dispostos a gastar, a tendência é que os preços subam menos.

Por outro lado, quando os juros caem, tomar empréstimo fica mais barato. Há, assim, um incentivo ao consumo, o que pode abrir espaços para reajustes maiores nos preços.

Este é o único modelo para controlar a inflação?

Não. O regime de metas para a inflação, adotado no Brasil desde 1999, é o mais usado em países desenvolvidos, como Estados Unidos e na zona do euro, e também em várias economias emergentes. Mas não é o único.

Outros países, como a China, por exemplo, controlam a inflação a partir de um regime de câmbio fixo ou semifixo.

Como funciona o Copom?

O colegiado do Copom é formado pelos oito diretores do BC e o seu presidente, Roberto Campos Neto, que a cada 45 dias se reúnem durante dois dias para definir a taxa de juros do país.

Conheça os membros do Copom:

Roberto Campos Neto - presidente do BC com mandato até dezembro de 2024

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de 54 anos, fez graduação e mestrado nos Estados Unidos. Ele assumiu o comando do BC em 15 de novembro de 2018 — foi indicado, portanto, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro — e deve permanecer no cargo até dezembro de 2024.

Economista e com especialização em finanças tem a maior parte de sua carreira profissional atrelada à bancos. Campos Neto iniciou sua carreira no Brasil no Banco Bozano, que seria comprado na virada do milênio pelo Banco Santander, onde atuou por 18 anos.

Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária com mandato até fevereiro de 2027

Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária. — Foto: Pedro França/Agência Senado
Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária. — Foto: Pedro França/Agência Senado

Galípolo tem 39 anos, formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela PUC-SP. Atuou de 2017 a 2021 como presidente do Banco Fator e, desde de 2009, é sócio na própria empresa, Galípolo Consultoria, responsável por estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

Diretor de Política Monetária é um cargo fundamental dentro do BC na definição dos juros, na interlocução com o mercado financeiro e também para a política cambial.

Galípolo foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, durante a campanha presidencial de 2022, era um interlocutor da atual equipe econômica junto ao mercado financeiro. Ele é apontado como provável sucessor de Roberto Campos Neto.

Ailton Aquino dos Santos - Diretor de Fiscalização com mandato até fevereiro de 2027

O advogado Ailton de Aquino dos Santos é diretor de Fiscalização do Banco Central — Foto: Pedro França/Agência Senado
O advogado Ailton de Aquino dos Santos é diretor de Fiscalização do Banco Central — Foto: Pedro França/Agência Senado

Ailton Aquino dos Santos é a primeira pessoa negra a ocupar um cargo na cúpula do BC. Atualmente ele é Auditor Chefe no Banco Central e tem mais 25 anos de casa. Também já ocupou o cargo de chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira do BC.

Ele possui pós-graduação em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (1997), além de mais três especializações: Contabilidade Internacional, Engenharia Econômica de Negócios e Direito Público.

Santos foi indicado pelo presidente Lula e assumiu em julho de 2023 a diretoria de Fiscalização, principal braço do BC na supervisão e monitoramento das instituições financeiras em áreas como modelo de negócios, liquidez e solvência.

Carolina Barros, diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta com mandato até dezembro de 2024

Carolina Barros, diretora de Administração. — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Carolina Barros, diretora de Administração. — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

Carolina Barros é servidora de carreira da instituição e já exerceu as funções de Secretária-Executiva do Banco Central, Chefe de Gabinete da Diretoria de Administração e Chefe do Departamento de Comunicação.

Terceira mulher a ocupar a diretoria do BC em mais de 50 anos, ela assumiu em abril de 2018 seu atual cargo de diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, indicada pelo então presidente do BC, Ilán Goldfajn, e deve permanecer no cargo até o fim de 2024, quando expira seu mandato.

Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica com mandato até dezembro de 2025

Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

Diogo Abry Guillen tem 40 anos e é formado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde também concluiu o mestrado. Ele tem doutorado pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Ele foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro para substituir Fabio Kanczuk, assumindo em abril de 2022.

Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução com mandato até dezembro de 2025

Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução — Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado
Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução — Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

Renato Dias de Brito Gomes, à frente da diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, tem 41 anos e atuou como professor da Escola de Economia de Toulouse e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique. O economista é bacharel e mestre pelo Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Northwestern University.

Suas principais áreas de pesquisa são economia do setor público e economia industrial, com ênfase em regulação dos meios de pagamento, antitruste e defesa da concorrência. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, seu mandato se iniciou em abril de 2022 e vai até dezembro de 2025.

Otávio Ribeiro Damaso, diretor de Regulação com mandato até dezembro de 2024

Otávio Damasco, diretor de Regulação do Banco Central — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Otávio Damasco, diretor de Regulação do Banco Central — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

Otávio Damaso é economista formado pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Matemática para Economia e Administração pela mesma instituição. Funcionário de carreira do Banco Central há 17 anos, já exerceu o cargo de chefe de gabinete do presidente da instituição. Desde abril de 2015, exerce o cargo de Diretor de Regulação, após ter sido indicado à ex-presidente Dilma Rousseff pelo então presidente do BC, Alexandre Tombini .

Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos com mandato até dezembro de 2027

Paulo Picchetti assumirá em janeiro a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos — Foto: Agência Senado
Paulo Picchetti assumirá em janeiro a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos — Foto: Agência Senado

Picchetti é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo e doutor em Economia pela Universidade de Illinois. Atualmente, trabalha como professor na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP).

Picchetti já atuou coordenando o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) na FGV e acompanha a inflação há bastante tempo. Também foi coordenador de índice de preços na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Indicado pelo presidente Lula, seu mandato como diretor do BC se iniciou em janeiro de 2024 e vai até dezembro de 2027.

Rodrigo Alves Teixeira, diretor de Administração com mandato até dezembro de 2027

Rodrigo Alves Teixeira assumirá a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC — Foto: Agência Senado
Rodrigo Alves Teixeira assumirá a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC — Foto: Agência Senado

Teixeira é servidor de carreira do BC com mais de 20 anos de casa. Ele tem graduação, mestrado e doutorado em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Em 2023, atuou como secretário especial adjunto de Análise Governamental na Casa Civil.

Ele também trabalhou como vice-secretário municipal e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão da Prefeitura de São Paulo, entre 2013 e 2015, período em que o ministro Fernando Haddad estava à frente da Prefeitura. Indicado pelo presidente Lula, seu atual mandato se iniciou em janeiro de 2024 e vai até dezembro de 2027.

Mais recente Próxima BC deve manter juros hoje, em meio a críticas de Lula. Por que as projeções para a taxa pioram tanto?
Mais do Globo

Piloto fez um pouso de emergência em um lago congelado e teve que passar a noite ali aguardando o resgate

À beira da hipotermia: o dramático resgate de um piloto que pousou de emergência em lago congelado da patagônia argentina

Oficial de Náutica Renata Bessa estava no navio acidentado, em 2015, no Espírito Santo

Petrobras: sobrevivente de explosão em plataforma vai receber mais de R$ 1 milhão como indenização

Estudo da Universidade Veiga de Almeida mostra que a Avenida das Américas é a via com o maior número de eletropostos em todo o estado

Carros elétricos: Barra da Tijuca concentra metade das estações de recarga do Rio; veja o ranking dos bairros

Lando Norris protagoniza corridas com astro holandês desde que venceu primeira corrida, em Miami

Palmeirense, filho de magnata: Quem é o piloto da F1 que foi de amigo a rival de Verstappen

Ciclone tropical pode causar danos "potencialmente catastróficos" com seus ventos enquanto se move pelas Ilhas de Sotavento

Furacão Beryl ameaça o Caribe e avança como tempestade de Categoria 3; veja vídeo do Espaço

Relatórios médicos indicaram que o atleta sofreu uma parada cardíaca súbita em quadra

Jogador chinês de badminton morre aos 17 anos após desmaiar na quadra