A disputa pela herança de João Gilberto não só parece estar longe do fim como acaba de ganhar um novo personagem: a jornalista e artista plástica Claudia Faissol pediu à Justiça o reconhecimento de união estável com o gênio da Bossa Nova. Claudia é mãe de Luísa, filha caçula do compositor, e afirma ter sido companheira dele entre 2006 e 2017. João Gilberto morreu em 2019, aos 88 anos. Não tinha um imóvel sequer em seu nome, mas os direitos autorias de sua obra rendem milhões.
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“Tomei a decisão de requerer a união estável para trazer a verdade dos fatos e não permitir que ninguém apague nossa história. Tive uma relação pública e contínua com o João, da qual nasceu nossa filha”, disse Claudia à revista Veja. No processo, que corre na 18ª Vara de Família do Rio, ela incluiu fotografias (tiradas em casa e em viagens) e uma lista de testemunhas que comprovam a união estável.
João Gilberto deixou três filhos: a cantora Bebel, o músico João Marcelo e Luísa, a filha de Claudia, que é estudante. Outra mulher também luta na Justiça para ser reconhecida como companheira legítima do cantor: a moçambicana Maria do Céu Harris. Ela afirma ter vivido com João Gilberto, entre idas e vindas, de 1984, quando o conheceu num show em Portugal, até a morte dele.
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O processo de Maria do Céu também corre na 18ª Vara de Família do Rio. Ela anexou a seu pedido extratos de contas bancárias, despesas de viagem, comprovantes de residência e fotografias na tentativa de provar a união estável. Em 2022, a Justiça reconheceu, em caráter liminar, a relação do casal e determinou que metade da herança seja reservada para a moçambicana até que o mérito seja julgado.
À Veja, Claudia negou que João Gilberto e Maria do Céu vivessem como se fossem casados. “Como alguém pode dizer que viveu com ele por mais de 30 anos se eu estava diariamente no apartamento do João por mais de uma década? Minha filha, que ia comigo, jamais viu a Maria do Céu”, afirmou.
Advogada de Claudia, Lorena Bethge Tolentino disse, também à Veja, que sua cliente “jamais acreditou que fossem tentar usurpar sua história, já que foi de fato a mulher do músico por mais de uma década”. Ela também “não queria ter sua vida e a de sua família exposta”.
Filha do meio do compositor, Bebel tomou o lado de Maria do Céu. Em 2023, ela reconheceu a união estável da moçambicana com o pai. Já João Marcelo, o primogênito, negou tudo e chamou Maria do Céu de “garimpeira”, disse que ela estava “só procurando dinheiro”. Ele também não está do lado de Claudia. Já acusou a jornalista de ter lesado João Gilberto financeiramente e colocou em dúvida a paternidade de Luísa, que foi comprovada por um teste de DNA.
Em maio, Bebel foi indicada pela Justiça como inventariante do espólio do pai. Luísa, porém, questiona a decisão. Segundo Claudia, Bebel nunca permitiu que ela participasse das reuniões do espólio, embora tivesse procuração da filha.
Em 2023, a Justiça reconheceu o direito dos herdeiros de receber R$ 150 milhões como indenização de um processo que João Gilberto movia contra a extinta gravadora EMI, pertencente à Universal Music.